Câncer de mama: autoexame não dispensa mamografia, alerta médico; veja orientações

O autoexame é preconizado como uma das principais medidas de cuidado quando se fala de câncer de mama, mas a Sociedade Brasileira de Mastologia tem alertado que a prática não é a melhor forma de se detectar os tumores.

No Outubro Rosa, mês de conscientização sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce da doença, a EPTV, afiliada da TV Globo, exibe reportagens especiais sobre o tema.

“Chegou-se à conclusão que o autoexame gerava um pouco de confusão. As mulheres que não sentem nada podem desistir de fazer uma mamografia, que é o que realmente vai a proteger. E se ela tiver numa fase pré-menstrual, apalpar a mama e a glândula tiver inchada, mais exuberante e formar pseudo nodulações, ou seja nódulos que não são verdadeiros, ela pode se confundir e achar que está com alguma coisa e gerar a ansiedade desnecessária nela”, explicou o mastologista Carlos Erbolato.

Mamografia ou ultrassom: qual o melhor exame para detectar câncer de mama?
Segundo o mastologista, a melhor forma de diagnosticar o câncer de mama é a mamografia. Ele deve ser o primeiro exame a ser realizado porque é único exame capaz de mostrar com exatidão um tipo câncer que é 100% curável, que é o carcinoma de in situ, que aparece na forma de microcalcificações, que não são detectadas pelo ultrassom.

Dr. Erbolato explica que, embora o exame seja considerado desconfortável por algumas mulheres, é preciso apertar as mamas por dois motivos:

• porque se não apertar adequadamente a mama não há espalhamento dos tecidos mamários e não consegue se identificar um câncer se ele tiver no início;
• porque se não compreender a mama, a dose de radiação que vai ser necessária para fazer o exame é maior, então a compressão é necessária para que o exame fique bem feito e a paciente tome menos radiação, embora o nível já seja muito pequeno, muito longe da dose máxima tolerada pela mama.

Uma dica para evitar o desconforto é não fazer a mamografia na fase pré-menstrual e realizá-lo sempre na fase pós-menstrual.

O ultrassom é um exame complementar à mamografia. Nem sempre ele é necessário, mas é de grande ajuda quando as mamas são densas ou para definir melhor quando a mamografia apresenta uma imagem de aspecto nodular.

“A mamografia nunca deve ser substituída pelo ultrassom e ultrassom quando necessário sempre deve ser feito após a mamografia”, afirmou o médico.

Quando fazer os exames para detecção do câncer de mama?
Hoje a Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda como primeira ação preventiva procurar o médico mastologista ou ginecologista.

Os exames de prevenção e diagnóstico precoce devem começar aos 40 anos de idade. Mas, em casos em que a mulher tem vários casos de câncer de mama ou ovário na família, devem começar aos 30 anos.

Autoexame também ajuda! 
O autoexame não é a principal ferramenta para se se detectar precocemente o câncer de mama, mas ainda tem um papel importante auxiliando muitas mulheres a encontrar nódulos que indicam a doença.

Para que ele tenha eficácia deve ser feito da maneira correta:

• Em mulheres que menstruam ele deve ser feito após o término da menstruação, quando a mama está mais molinha e menos sensível;
• Em mulheres na menopausa que não menstruam pode ser feito em qualquer fase;
• Não há periodicidade para a realização do exame.
• O objetivo do autoexame é encontrar áreas endurecidas que podem ser indicativo de tumores.

Também é indicado avaliar a axila, que tem uma conexão de drenagem linfática com a mama então quando se tem um câncer de mama os linfonodos, chamados de língua, eles podem aumentar na axila e formar ondulações.

Fonte: g1