Apenas 0.3% dos pacientes no Brasil que precisam de cuidados paliativos têm acesso, revela médica

Marcelo Tas recebe no Provoca desta terça-feira (25) a médica, escritora, professora e palestrante Ana Claudia Quintana Arantes.

Política é uma das pautas do programa. Tas pergunta qual deveria ser a legislação para o momento da morte. Arantes inicia sua explicação com um dado revelador. Apenas 0.3% dos pacientes que precisam de cuidados paliativos têm acesso. Com base nisso, ela afirma que o brasileiros com câncer não morrem por causa da doença, mas por conta da dor.

“Não existe conhecimento suficiente para os médicos conseguirem prover o alivio do sofrimento. Há desigualdade até na morte”, afirma a médica.

A escritora indica que os primeiros passos para melhorar essa situação é investir em médicos e oferecer serviços de melhor qualidade.

“São serviços que poderiam estar dentro dos hospitais. Por exemplo, um hospital com mais de 50 leitos, deveria ter uma equipe de cuidado paliativo. Todo hospital com UTI, deveria ter a decência de ter equipes de cuidado paliativo. Se tem UTI, tem gente que sofre e morre”, explica.

Uma das lutas dela obteve resultado no ano passado. Após palestras e conversas com Conselhos de Medicina, ficou decidido que estudantes deverão ser ensinados sobre cuidados paliativos ainda na faculdade. Além disso, é considerado uma disciplina obrigatória.

“Cuidado paliativo não deve ficar apenas no necrotério. É igual água. Não é bonito ou feio, é necessário”, finaliza.

Fonte: TV Cultura