Alimentação pode ajudar pacientes a lidar com efeitos do tratamento de câncer; veja dicas

Náuseas, indisposição ou gosto metálico na boca. Muitos podem ser os desafios enfrentados pelos pacientes em tratamento de câncer quando o assunto é a alimentação. Atentos a essa dificuldade, os especialistas em saúde começaram a intensificar as conversas em consultório sobre como transformar o momento das refeições em oportunidades de ter mais prazer e saúde. O Hospital Sírio-Libanês, por exemplo, já lançou dois guias de receitas focados especialmente no público que passa por tratamento oncológico. Nas publicações, disponíveis no site do hospital, há uma série de preparações que incluem alimentos frescos, grãos e proteínas— elementos absolutamente benéficos para quem passa por esse tipo de tratamento de saúde.

Durante o tratamento oncológico, a necessidade de consumo de proteínas é maior do que a necessidade de uma pessoa que não está passando por esse tipo de cuidado com a saúde. O corpo tem essa demanda. A doença, em si, é catabólica, gasta mais proteína e leva à perda muscular, e o tratamento também intensifica esses fatores — afirma Thais Giovaninni, nutricionista do Centro de Oncologia do Sírio-Libanês. — Claro, é muito importante também que cada tratamento seja individualizado para que cada paciente tenha suas necessidades atendidas.

Para além de nutrir o organismo que tem necessidades específicas, deflagradas pelo tratamento de tumores e outras alterações oncológicas, Thais explica que há receitas, e opções de alimentos que podem ser aliados dos pacientes que lidam com efeitos adversos da medicação, transformando-se em um bálsamo nos momentos de dificuldade.

—Há pessoas, por exemplo, que têm quadros de boca seca e precisam de ajuda na salivação. Nesse caso, frutas como laranja, abacaxi e limão são aliadas. Algumas pessoas, por outro lado, têm dificuldade de se hidratar, o que é muito importante, por sentir um gosto metálico na boca. Nesses casos, dá para saborizar a água com especiarias e frutas, como hortelã, mais uma vez o limão, e gengibre — orienta.

Quem precisou fazer esse tipo de ajuste foi a gestora hospitalar Priscila Botelho,de 34 anos, diagnosticada com câncer de mama há um. Após o tratamento com quimioterapia, radioterapia e cirurgia, o quadro entrou em remissão. Nesse tempo, ela fez o possível para alimentar-se de maneira saudável, como forma de auxiliar o tratamento.

— Tentei o máximo manter minha rotina para me sentir ativa, útil. Isso me trouxe um importante fortalecimento — conta. — Depois das “quimios” eu sentia meu paladar mais adocicado, o que me dava um pouco de falta de apetite. Nesse momento, eu apostava em pratos mais frios e refrescantes. A uva congelada foi uma super aliada, minha irmã, por exemplo, fez um carpaccio de beterraba para mim. Na época eu também comi receitas que levavam gengibre na composição, eu nem gosto mas sabia que era importante para mim.

O Instituto Nacional do Câncer (INCA), por sua vez, conta com um guia nutricional para pacientes e cuidadores em que há dicas para lidar com quadros absolutamente corriqueiros no tratamento. Para prisão de ventre, por exemplo, o documento indica um creme laxativo que leva ameixas, aveia, iogurte natural e leite. Além, é claro, do indicativo de manter o corpo hidratado e consumir fibras em boa quantidade. Outra dica é uma bebida gelada de maracujá (cujo preparo inclui iogurte natural, maracujá e açúcar) e que pode ser aliada em momentos de enjoos e vômitos.

— Em todos os casos, é extremamente importante a gente entender a trajetória do tratamento. Porque o paciente não terá os mesmos sintomas o tempo todo. Ele não vai ter náusea o tempo inteiro, ele não vai ter diarreia o tempo inteiro. Aconselhamos o paciente da seguinte maneira: que ele otimize o tempo em que se sente bem, para focar nesses episódios em que ele pode se alimentar melhor. Quando ele tiver dificuldades com os sintomas, lançamos mão de estratégias nutricionais para ajudá-lo — afirma Imanuely Borchardt, nutricionista oncológica da Oncoclínicas.

Segurança dos alimentos

Todos as especialistas, vale dizer, pedem atenção especial à higienização dos alimentos. Isso para que o paciente oncológico possa evitar uma intoxicação alimentar ou contaminação por microorganismos, o que pode levar a quadros importantes de desidratação e diarreias.

— A gente orienta que a pessoa higienize esses alimentos frescos com água e cloro. Além disso, é importante também prestar atenção nas superfícies onde os alimentos serão preparados —afirma Thais, nutricionista do Sírio-Libanês.

Fonte: O Globo

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