85% dos jovens com câncer colorretal têm ansiedade ou depressão

Anualmente, 1,9 milhão de novos casos de câncer colorretal e mais de 900 mil óbitos pela doença são registrados ao redor do mundo. É o terceiro tipo de tumor maligno mais comum excluindo-se o de pele não-melanoma, ficando atrás apenas do câncer de pulmão (2,5 milhões de casos) e de mama (2,3 milhões).

Em geral, a doença que afeta o trecho final do nosso intestino (na região do cólon, reto e ânus) costuma aparecer na velhice. Mas, desde os anos 1990, médicos e cientistas têm observado o crescimento de casos entre pessoas mais jovens.

Hoje, estima-se que 10% dos pacientes tenham menos de 50 anos de idade. É o caso, por exemplo, da cantora Preta Gil, que foi diagnosticada no início de 2023, aos 49 anos, e está em tratamento.

“É um grupo crescente de pacientes que necessitam de um olhar e de cuidados especializados, já que a doença têm diferentes características e consequências na vida dos mais jovens”, afirma Kimmie Ng, oncologista especializada em tumores gastrointestinais do Instituto do Câncer Dana-Farber, nos Estados Unidos.

Os impactos do câncer colorretal em jovens


No último sábado (14), a médica Kimmie Ng apresentou novos dados sobre o perfil e as demandas desse público em um painel no congresso Esmo 2024, organizado pela Sociedade Europeia de Oncologia Médica (Esmo) e realizado em Barcelona, na Espanha.

De acordo com o levantamento, 85% das pessoas jovens com câncer colorretal sofrem com ansiedade ou depressão durante ou após o tratamento — mas apenas 55% procuram ajuda para esses problemas.

Além disso, 80% tinham filhos menores de idade quando foram diagnosticados, o que traz um grande impacto para toda a família.

Para aqueles que ainda gostariam de aumentar a prole, falta informação: 64% afirmam que não foram orientados pelos profissionais responsáveis acerca da possibilidade de preservar a fertilidade depois do tratamento.
Outra questão que pega os diagnosticados de surpresa é a necessidade de uma procuração de saúde, ou seja, um documento que torna outra pessoa legalmente responsável por decisões médicas em casos em que o próprio paciente não esteja em condições para fazê-lo. Seis a cada dez deles não têm essa documentação em mãos.

A situação econômica também é bastante afetada pelo tratamento da doença: 62% passam por dificuldades financeiras e 64% tiraram licença ou largaram o trabalho ou os estudos por causa da doença.

Cuidados especiais


Além dos vários desafios socioeconômicos, pessoas jovens com câncer colorretal enfrentam dificuldades específicas no tratamento.

“Apesar de serem tratados da mesma forma que pacientes mais velhos, eles têm suas próprias particularidades e podem ter desfechos piores“, afirma Ng. Nos Estados Unidos, o câncer colorretal é a principal causa de morte por câncer entre homens jovens e a segunda entre mulheres mais novas.

“Este subgrupo tem uma prevalência maior de alterações genéticas, incluindo uma soma de mutações, e de histórico familiar de câncer”, explica a médica.

Por essas razões, é importante que as pessoas que recebem o diagnóstico antes dos 50 anos realizem testes genéticos. A partir dos resultados, os médicos conseguem traçar tratamentos mais assertivos para lidar com determinadas mutações.

Os pacientes também podem desenvolver condições crônicas devido às terapias e passar a conviver, principalmente, com problemas cardiovasculares e neurológicos. Para isso, acompanhamento especializado e reabilitação são necessários.

“A autoimagem e autoestima também são bastante afetadas entre pessoas diagnosticadas ainda jovens, porque o câncer colorretal ainda é uma doença cercada de tabus”, pontua a especialista.

A preservação da fertilidade e da função hormonal é outro problema relevante para essa população.

Conscientização


Para acolher esses pacientes e acelerar o desenvolvimento de pesquisas nessa área, o Instituto do Câncer Dana-Farber, em parceria com outros centros de pesquisa internacionais, criaram o Count Me In (“conte comigo”, em inglês), uma plataforma digital para conectar e engajar pacientes em estudo clínicos e epidemiológicos.

A iniciativa foi lançada em 2021 e ajudou pesquisadores a manterem seus estudos durante a pandemia.

Outra missão do projeto é diminuir o estigma sobre a doença e aumentar a conscientização sobre formas de preveni-la.

Adotar um estilo de vida ativo, fazer exercícios regularmente, alimenta-se de forma saudável, não fumar, nem beber são algumas medidas que podem diminuir o risco de desenvolver a doença.

Fonte: Veja Saúde

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