Vida normal?

Quando se chega ao fim do tratamento de um câncer, inúmeras dúvidas podem aparecer. Uma das principais – e talvez a que mais traga angústia – é se o câncer pode voltar. 

A volta do câncer, que chamamos de recidiva ou recorrência, pode acontecer. Seja no mesmo lugar ou até do mesmo tipo que o câncer primário, em outro local do corpo (metástase do câncer primário), ou um novo que pode aparecer como consequência do tratamento. 

Apesar da possibilidade de existir, alimentar o medo da volta do câncer não é uma boa estratégia. Essa angústia pode afetar sua saúde de diversas formas, levando ao estresse e outros impactos no emocional. Mas é importante que você saiba quais os riscos da recidiva e o que é possível fazer para diminuí-los

Dessa forma, se o medo da recidiva persistir e ficar muito presente em seu dia a dia, você já terá estratégias de como enfrentá-lo. 

Nesta página:

Quais são as chances do câncer voltar?

Não é possível dizer o quão provável é a recidiva do câncer. Mas existem algumas características da doença que podem fazer com que ela se torne mais propensa à recidiva. Por exemplo, é mais provável que o câncer seja recorrente se: 

  • For de crescimento rápido.
  • Estar em um estágio mais avançado ou disseminado(metástase).

Quais são os tipos de recorrência?

Existem diferentes tipos de recidiva do câncer:

  • Recidiva local: é quando o câncer voltou no mesmo local onde começou.
  • Recidiva regional: quando o câncer volta nos gânglios linfáticos perto do local do câncer primário.
  • Recidiva à distância: quando o câncer reaparece em outra parte do corpo. 

Se o seu câncer recidivar, a equipe de saúde que te acompanha é a melhor fonte para lhe fornecer as  informações sobre o tipo de recidiva que você tem e o que isso significa. Se sua equipe médica acreditar que pode se tratar de um segundo câncer, por exemplo, você provavelmente será encaminhado para exames adicionais para investigar o que está realmente acontecendo. Eles também podem te informar sobre diferentes opções de tratamento e sua perspectiva (prognóstico) a partir da recidiva.

Entenda mais sobre essa etapa do sua jornada.

O câncer foi controlado, progrediu ou recidivou. Qual a diferença entre eles? 

Existem alguns termos que seu médico pode usar para descrever a resposta que seu câncer teve ao tratamento. Você sabe o que eles significam? 

O que significa quando o médico diz: "O câncer está controlado"?

Um médico pode usar o termo "controlado" ou "estável" se seus testes clínicos ou exames de imagem mostrarem que o câncer ainda está presente, mas não está mudando com o tempo. 

Controlado ou estável significa que o tumor não aparenta estar crescendo. Alguns tumores podem permanecer inalterados por um longo período, mesmo sem tratamento, e são monitorados para garantir que não voltem a crescer.

O que significa quando o médico diz: "O câncer progrediu"?

Se o câncer crescer, seu médico pode dizer que o câncer progrediu. Neste cenário, é importante perguntar ao seu médico mais detalhes sobre essa progressão. Por exemplo, qual a velocidade do crescimento do câncer, o que esse crescimento significa para o seu tratamento e quais os próximos passos. 

Qual é a diferença entre recidiva e progressão?

Às vezes, é difícil distinguir entre recidiva e progressão. Quando o câncer recorre, ou recidiva, significa que a doença que já estava em remissão (quando o câncer não é mais detectado por nenhum exame) ou controlada, voltou a crescer. 

Já a progressão significa que o câncer está crescendo ou se espalhando sem nunca ter desaparecido completamente. Por exemplo, se o câncer não foi encontrado por um curto período antes de voltar, provavelmente não desapareceu completamente. Nesse caso, é provável que isso não seja realmente uma recidiva e pode ter acontecido alguma das seguintes situações: 

A cirurgia realizada para remover o câncer não conseguiu removê-lo completamente. 

Mesmo com a cirurgia, é possível que pequenos aglomerados de células cancerígenas que não podiam ser vistos em exames ou outros testes tenham sido deixados para trás. Com o tempo, eles crescem o suficiente para aparecer em exames ou causar sintomas. Esses cânceres tendem a ser muito agressivos (crescem rapidamente e se espalham rapidamente).

O câncer se tornou difícil de tratar ou é resistente ao tratamento.

As células cancerígenas podem se tornar resistentes ao tratamento, assim como os germes podem se tornar resistentes a antibióticos. Isso significa que a quimioterapia ou a radioterapia podem ter matado a maioria, mas não todas as células cancerígenas. E as que ficaram podem então crescer e aparecer novamente.

Se o câncer retornar pouco tempo depois de ter desaparecido, é importante discutir um plano de cuidados com sua equipe médica. Não há um período padrão para determinar se é uma recidiva ou progressão. No entanto, a maioria dos médicos considera uma recidiva como o câncer que retorna depois de não ter sinais e sintomas do mesmo por pelo menos um ano.

Remissão completa ou parcial: vamos entender?  

A remissão, que é quando o câncer não pode mais ser detectado por nenhum exame, pode ser parcial ou completa. Entenda a diferença:

Remissão completa
Quando um tratamento elimina completamente todos os tumores que foram vistos em um exame ou que foram medidos de alguma forma, é chamado de remissão completa. 

É importante ressaltar que o estágio de remissão não significa que o câncer foi curado e sim que o câncer não é visto em nenhum exame (o que é muito bom!). Não existe um consenso para determinar quando o câncer é curado, mas especialistas costumam considerar curado o paciente que atinge o marco de cinco anos sem evidência de doença após o tratamento.

Remissão parcial
Em geral, uma remissão parcial significa que o câncer respondeu ao tratamento, mas ainda não desapareceu. 

Uma remissão parcial é definida na maioria das vezes como uma redução de pelo menos 50% em um tumor. A redução no tamanho do tumor deve durar pelo menos um mês para ser considerada uma remissão. 

Se seu oncologista lhe informar que você está em remissão, não deixe de perguntar por mais detalhes sobre o tipo e qual é a avaliação dele sobre sua resposta ao tratamento. 

Exames de controle

Depois do fim do tratamento oncológico, é tentador não voltar às consultas de retorno e não realizar os exames necessários para acompanhar a sua saúde no pós-câncer. 

Você pode estar cansado de ser um paciente com câncer, ou simplesmente quer esquecer essa parte de sua vida e seguir em frente. É compreensível querer fugir de qualquer coisa relacionada a hospitais e exames que o façam pensar no câncer e em uma possível recidiva.

Mas acredite, esse impulso, que é natural, não é uma escolha sábia.

O fim do tratamento do câncer não significa o fim dos cuidados com o câncer e com a sua saúde. Visitas de acompanhamento a longo prazo e exames provavelmente continuarão na sua rotina por algum tempo, talvez até anos. 

Continuar comparecendo às consultas é super importante nesse momento, tanto para verificar se o seu tratamento foi efetivo, quanto para manter sua qualidade de vida. Além disso, mesmo que não haja garantia de que o acompanhamento médico regular impedirá o retorno do câncer, isso ajudará a detectar qualquer recorrência o mais cedo possível. 

E, quanto mais cedo o câncer for encontrado, mais fácil será tratá-lo. Ter a sua equipe médica te acompanhando de perto, também pode ser reconfortante e te ajudar a ficar mais tranquilo em relação à sua saúde e ao risco de recidiva. 

Não perca o contato com sua equipe médica
Continue conversando com os profissionais que fazem seu acompanhamento. Deixe-os saber como você está se sentindo e discuta quaisquer preocupações que possa ter. Um dos maiores benefícios que você obterá nas visitas de acompanhamento com seus médicos será a paz de espírito.

Não deixe os exames de lado
Você precisará fazer testes (como exames de sangue e exames de imagem) como parte de seu acompanhamento após o tratamento do câncer. Isso ajudará sua equipe médica a ter certeza de que você permanece em remissão (o que significa que você não apresenta sinais de câncer).

No caso de uma recidiva, os exames também ajudarão a encontrar o câncer que voltou – ou até mesmo um novo câncer – o mais cedo possível, aumentando a chance de tratamentos efetivos. 

Os exames que serão solicitados nessa fase de sua jornada dependem do tipo de câncer que você teve.

Por exemplo, se você teve câncer de próstata tratado com cirurgia ou radioterapia, os testes de acompanhamento podem incluir exames de sangue para o antígeno específico da próstata (PSA), que deve ser realizado a cada 6 meses durante os primeiros 5 anos. Após esse período, esse exame pode ser realizado anualmente e ser acompanhado de exames para avaliar a saúde dos ossos e outros exames de imagem sempre que qualquer sinal ou sintoma de que o câncer possa estar de volta aparecer. 

Converse com sua equipe médica sobre qual será a sua rotina de exames agora que terminou seu tratamento e não deixe de alinhar expectativas: pergunte o que é esperado de você nesse período e o que você pode esperar dos exames e da sua equipe médica.

Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 28/08/2023, livremente traduzido e adaptado pela equipe do Instituto Oncoguia.

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