Medicamentos para tratamento dos tumores pituitários

Vários medicamentos podem ser usados no tratamento dos tumores da hipófise. Para alguns tumores, o uso de medicamentos pode ser o único tratamento necessário. Para outros tumores, os medicamentos podem não ser usados, a menos que outros tratamentos, como cirurgia ou radioterapia, não sejam eficazes.

  • Medicamentos para tumores secretores de prolactina

Os medicamentos denominados agonistas da dopamina, como bromocriptina e cabergolina, são muito eficazes tanto em bloquear a produção de prolactina dos prolactinomas e reduzir o tamanho desses tumores. Apesar de ambos os medicamentos serem eficazes, a cabergolina parece responder melhor e pode ser administrada uma ou duas vezes por semana e não diariamente.
 
Esses medicamentos respondem tão bem que a cirurgia, geralmente, não é necessária para as prolactinomas. Mesmo que o tumor não reduza de tamanho com o tratamento, esses medicamentos, geralmente, podem impedir que os prolactinomas cresçam. É raro os prolactinomas se tornarem resistentes a esses medicamentos.
 
Os possíveis efeitos colaterais desses medicamentos incluem sonolência, tonturas, náuseas, vômitos, diarreia ou constipação, confusão e depressão. Outro efeito colateral é que essas drogas podem restaurar a fertilidade em mulheres cujos níveis de prolactina alta haviam causado infertilidade. A cabergolina pode provocar menos efeitos colaterais do que a bromocriptina.

  • Medicamentos para tumores secretores de hormônio do crescimento

Esses tumores podem provocar acromegalia em adultos e gigantismo em crianças. Os medicamentos não são tão eficazes para esses tumores quanto para alguns outros tipos de tumores da hipófise. A cirurgia, geralmente, é o primeiro tratamento para esses tumores, mas os medicamentos podem ser úteis se o tumor não puder ser completamente retirado ou se o paciente não puder fazer a cirurgia por outra razão.
 
Análogos de somatostatina. Medicamentos como octreotide, lanreotide e pasireotide são formas artificiais do hormônio somatostatina natural. A somatostatina, que é produzida nas glândulas pituitárias e outras, bloqueia a produção dos hormônios do crescimento por adenomas.
 
O octreotide é administrado como uma injeção subcutânea três vezes ao dia.
 
Esses medicamentos também estão disponíveis em formas de ação prolongada, para administração subcutânea, a cada quatro ou seis semanas. O octreotide e o lanreotide são usados com mais frequência. A pasireotide tem maior probabilidade de aumentar os níveis de glicose no sangue, por isso geralmente não é usada, a menos que os outros medicamentos não respondam.
 
Octreotide também está disponível para a administração por via oral, geralmente duas vezes ao dia. Essa pode ser uma opção para pacientes com tumores que responderam a injeções de octreotide ou lanreotide de ação prolongada.
 
Estes medicamentos podem ter efeitos colaterais, como diminuição da frequência cardíaca, náuseas, vômitos, diarreia, dor de estômago, tonturas, dor de cabeça, dor no local da injeção, cálculos biliares e agravar a diabetes (caso o paciente seja diabético). Muitos desses efeitos colaterais melhoram ou mesmo desaparecem com o tempo.
 
Antagonistas do hormônio de crescimento. O pegvisomanto é um medicamento que funciona bloqueando a ação do hormônio do crescimento em outras células. É muito eficaz na redução dos níveis sanguíneos de IGF-1, mas não bloqueia a secreção do hormônio do crescimento pela glândula pituitária ou reduz os tumores pituitários. É administrado por injeção subcutânea diariamente. Tem poucos efeitos colaterais, embora possa diminuir os níveis de açúcar no sangue e provocar danos ao fígado em alguns pacientes.
 
Agonistas da dopamina. Medicamentos como a bromocriptina ou cabergolina podem reduzir os níveis do hormônio do crescimento de em alguns pacientes. Infelizmente, são necessárias doses mais elevadas para estes tumores do que para os prolactinomas, e alguns pacientes têm problemas com os efeitos colaterais. Uma vantagem destes medicamentos é que eles podem ser tomados por via oral.

  • Medicamentos para tumores secretores de corticotropina (ACTH)

Esses tumores fazem com que as glândulas suprarrenais produzam excesso de hormônios esteroides, como o cortisol, que leva à doença de Cushing. Os medicamentos não são normalmente parte do tratamento desses tumores, a menos que não se tenha resposta à cirurgia e radioterapia.
 
Vários tipos de medicamentos podem ser usados, embora nem sempre sejam tão eficazes nos tumores secretores de ACTH como em outros tipos de tumores pituitários:

  1. O pasireotide pode ajudar algumas pessoas com doença de Cushing de tumores secretores de ACTH quando a cirurgia não é uma opção ou não foi eficaz. Os efeitos colaterais desse medicamento podem incluir náuseas, vômitos, diarreia, aumento dos níveis de açúcar no sangue e cálculos biliares.
  2. A cabergolina também pode ajudar algumas pessoas com doença de Cushing.
  3. Os inibidores da esteroidogênese podem ser usados para manter a glândula adrenal produzindo cortisol. Eles incluem osilodrostat, cetoconazol, levocetoconazol, etomidato, metirapona e mitotano. Esses medicamentos podem ser úteis após a cirurgia ou radioterapia, mas podem ser difíceis de tomar devido a seus efeitos colaterais.
  4. O mifepristone é um bloqueador do receptor de cortisol. Limita os efeitos do cortisol sobre os tecidos do corpo. Esse medicamento ajuda no tratamento dos níveis elevados de açúcar no sangue em pacientes com doença de Cushing, embora não afete o próprio tumor pituitário. Pode ter efeitos colaterais importantes e requer um acompanhamento rigoroso.
  • Medicamentos para tratar tumores secretores de tireotrofina (TSH)

O principal tratamento para esses tumores raros geralmente é a cirurgia para a retirada do tumor. Mas é importante restaurar os níveis dos hormônios da tireoide antes da cirurgia. Isso geralmente é feito com a administração de um análogo da somatostatina, como octreotide, por vários meses antes do procedimento. Isso pode, também, reduzir o tamanho do tumor para a cirurgia.
 
Um análogo da somatostatina também pode ser utilizado após a cirurgia, se o tumor não for completamente retirado. Agonistas da dopamina, como cabergolina ou bromocriptina, também podem ser usados.

  • Medicamentos para tratar tumores não funcionais

Esses tumores não produzem hormônios em excesso. O primeiro tratamento é a cirurgia, que pode ser seguido por radioterapia se o tumor não puder ser completamente retirado cirurgicamente ou se recidivar.
 
Se esses tratamentos não forem eficazes, medicamentos como agonistas da dopamina ou análogos da somatostatina podem ser úteis para alguns pacientes, embora os estudos desses medicamentos tenham apresentado resultados mistos.

  • Medicamentos para tumores agressivos e carcinomas de hipófise

Esses tipos de tumores são raros, mas tendem a crescer rapidamente. Eles podem invadir estruturas próximas ou se disseminar para outros órgãos.
 
Para tumores funcionais, aqueles que produzem hormônios em excesso, muitos dos medicamentos descritos acima podem ser usados (dependendo do tipo de hormônio produzido pelo tumor), embora doses mais altas ou diferentes combinações de medicamentos possam ser necessárias.
 
Como esses tumores tendem a crescer rapidamente, medicamentos quimioterápicos, às vezes, podem ser úteis. A temozolomida é o quimioterápico usado com mais frequência, mas outros podem ser tentados se não houver resposta.
 
Para saber se o medicamento que você está usando está aprovado pela ANVISA acesse nosso conteúdo sobre Medicamentos ANVISA.
 
Para saber mais sobre alguns dos efeitos colaterais listados aqui e como gerenciá-los, consulte nosso conteúdo Efeitos Colaterais do Tratamento.
 
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 10/10/2022, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

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