Confira aqui os depoimentos
-
Mainha. - Câncer de Pâncreas
"Meu relato de saudade."
Olá. Vim relatar minha experiência.
Eu tinha 12 anos quando descobri que minha tia — a quem eu chamava de mainha — estava com câncer. Não fui poupada dessa notícia. Ninguém me explicou com calma o que estava acontecendo. Apenas disseram: "A mainha está com câncer."
Na hora, eu não entendi. Era só uma criança, e aquela palavra só me remetia a algo ruim.
No início, foi tudo muito difícil: aceitar, entender e iniciar o tratamento. Lembro que minha tia mudou — tanto fisicamente quanto emocionalmente. Nossa família se uniu. Era nós contra a doença.
Ela começou as quimioterapias e estávamos sempre ao seu lado. Minha avó cuidava de toda a alimentação saudável, e isso ajudou muito.
O câncer era no pâncreas, um tipo muito agressivo, e com o tempo ela começou a ficar debilitada. As quimios eram fortes; lembro que ela fazia sessões de 15 em 15 dias e passava a semana tentando se recuperar para seguir adiante.
Depois de um tempo, surgiu a oportunidade de fazer a cirurgia. Foi uma alegria imensa! Correu tudo bem. O tumor foi totalmente retirado, as células cancerígenas zeraram e ouvimos a tão sonhada palavra: cura.
A alegria tomou conta de nossas vidas. Tudo estava bem... até que tudo voltou.
Sim, o tumor havia retornado. Ela teria que reiniciar o tratamento. Veio a quimioterapia de novo, depois a radioterapia, e também os medicamentos via oral. A rádio debilitava muito, ela emagreceu demais, sentia dores. Mas com muita luta, veio a segunda cura! A maior felicidade.
Só que, mais uma vez, o câncer retornou. E mesmo assim ela seguiu no tratamento. Que força!
Infelizmente, as opções de tratamento foram se esgotando. Nada mais fazia efeito. Então ela entrou oficialmente em cuidados paliativos. A médica que a acompanhava nos disse, com pesar, que para a medicina não havia mais o que fazer. As chances de cura tinham acabado.
Mas ninguém queria acreditar. Continuamos firmes na oração, crendo na cura que o Senhor poderia ofertar.
Até que ela descansou.
Combateu o bom combate. Guardou a fé.
Fazem 8 meses desde que a perdi. Que saudade!