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  • Lila. - Câncer de Fígado
    "Sofrendo a dor de um luto em vida."

Uma pessoa cheia de vida era meu marido. Casada com ele, me ajudou a criar minha filha que tanto o ama, agora o vejo com muita pouca presença de vida. Bem, como chamamos de maneira carinhosa; sempre com uma saúde de ferro, nunca nem passava por gripe e vivendo sempre muito feliz. 


Fiz uma viagem de férias para um reencontro com minhas irmãs após a morte da minha mãe, cheguei de Londres no dia 18/05/22. Desfazendo a mala e entregando os presentes, ele me disse que estava com alguma alergia, que seu corpo coçava. Naquele momento começou o meu desespero. Desse dia em diante começamos a luta. Íamos em médicos, alergista, clínicos, prontos socorro, comprávamos remédios e mais remédios, anti alérgico, anti inflamatórios, etc.


Um dia uma amiga e cliente da Elisangela Meneses disse que tínhamos que ir em um gastroenterologista, pois o corpo dele já tinha muitas feridas e não dormia por causa do prurido. Lá a médica pediu um exame de endoscopia que dizia que havia uma ferida grande e escura no seu estômago, fizemos uma biópsia que não constatou tumor. Tratamos com antibiótico que seria um pylori. Achamos que teria a cura, mas como não passou, a médica resolveu investigar o fígado, com um exame de ressonância. 


Naquele exame, a doença revelou 17 tumores no fígado que indicaram malignos, um câncer neuroendócrino. Tumores com tamanhos diversos, tamanhos de laranjas e limões. Ali começou o nosso pesadelo. Um baque mudou tudo em minha vida. Vivo a partir daí uma história triste, mas de muita fé e aprendizado. 


Bem, na semana passada foi dito ser paciente terminal. Nestes 9 meses após o diagnóstico nunca ficou livre do prurido que espalha ferida pelo corpo todo. Os tumores cresceram absurdamente de tamanhos de laranjas para melões e a cada dia um sintoma novo aparece. Apesar de fazer o tratamento de químio, de injeções, imunossupressores que não conseguiram parar o desenvolvimento dos tumores. 


Hoje ele come muito pouco, perdeu 15 kg, tem muita confusão mental e vive em casa com dores e prurido contínuo, fezes esbranquiçada e urina espumosa, A oncologista me chamou a alguns dias e me deu uma notícia que jamais vou esquecer o sentimento passado por aquele momento. Que o fígado do meu marido, que eu cuido com tanto amor, estava em falência e que em qualquer momento ele iria passar mal e iria para o hospital e que provavelmente não sairia mais com vida. 


O Bem com seus 42 anos deitado agora em uma cama, sem perspectiva de melhora ou tratamento no qual me enchia de esperança. Sofremos pela dor de se perder uma pessoa tão amada, em vida. A pessoa amada vai nos deixando aos poucos. A pessoa amada está se despedindo, pois já não existe seu completo. Estarei aqui o amando e o apoiando pelo resto de dias da sua vida, entregando-o nas mãos de Deus misericordioso que sabe o que será melhor para todos nós.