Confira aqui os depoimentos

  • Cibele Vieira - Câncer de Mama Avançado
    Câncer de mama? Metástase óssea? Isso não é nada, cafezinho pequeno!
Em 2006 após exame de rotina minha mãe foi diagnosticada com um nódulo não especificado, mas que para prevenção iriam realizar cirurgia evitando assim, que se tornasse algo mais grave no futuro.
 
Feita biópsia após cirurgia, foi constatado que aquele nódulo era um tumor maligno e que o tratamento seria feito através de radioterapia. Nessa época, minha mãe nos informou da doença dando a importância como se fosse uma gripe, algo banal, como ela dizia "cafezinho pequeno". Entre sessões de radioterapia, ela sempre dava um jeito de estar sempre bem vestida, cheirosa, maquiada, "no salto".
 
Dona Jô viveu seus dias pegando no nosso pé, brigando com os médicos, não se conformando com alguns posicionamentos, procurando receitas de novas comidas, comprando coisas escondidas no cartão do meu pai.
 
Começou a sentir dores nas articulações - descobrimos que o câncer estava agora na medula óssea. Começou a sentir dores de cabeça - metástases na calota craniana. Sentia câimbra a toda hora e zombava de toda essa dor que sentia. Tomava Dipirona, Tylex e as vezes, não tomava nada porque ficava brava do porquê de tanta dor.
 
Como filha, ficava desesperada ao ver minha mãe com dor, mas ela tirava sarro de tudo, dizia que isso não era nada.
 
Certo dia, minha mãe começou a reclamar de dor no estômago. Logo depois, começou a ficar amarela porque não conseguia comer. Achávamos que seria uma gastrite medicamentosa, mas após uma série de exames solicitados por ela (sim, por ela) descobrimos que o câncer estava no fígado dessa vez.
 
Internei minha mãe dia 06/07/16 para avaliação e no dia 11/07 os médicos nos disseram que não havia mais o que fazer, pois o câncer havia se espalhado para o fígado e pulmões.
 
Foi a pior notícia que pude receber! Minha mãe lúcida, fraquinha por não conseguir se alimentar, e eu tentando esconder dela que as notícias não eram tão boas assim... Escondemos, mas ela percebeu que a coisa estava complicada.
 
Em 15 dias de internação seu quadro foi piorando cada vez mais e ela lutou com todas as suas forças até o fim.
 
Quando estava na UTI, me disse que nessa batalha, Deus estava pulando barreiras com ela, e enquanto Ele estivesse à frente dela , ela O seguiria.
 
Nossa fé Naquele que pode fazer muito mais nos surpreendeu: pessoas que nunca imaginávamos ver foram visitá-la no Hospital. Deus a cercou de amor em seus dias aqui, até que no dia 19/07, às 19h40, Deus a recolheu em seus braços.
 
Acabaram as sessões de quimio, os remédios com efeito colateral, todas aquelas dores e sei que hoje ela está curada!
 
O que escrevi aqui é pouco para descrever a mãe maravilhosa que tenho, pois mesmo que  não esteja mais aqui, sempre vai ser minha mãe, a mulher da minha vida, a melhor avó que Deus pôde dar à minha bebê...
 
Ontem completou 2 meses da ausência de sua alegria e dói sentir saudade... O que nos conforta é saber que ela está bem.
 
Escrevo aqui para que todos aqueles que estão passando por esse momento delicado sejam corajosos e tenham fé! Não se abalem com nenhum diagnóstico porque Deus pode sempre fazer mais. A Sua vontade é sempre a melhor! Curtam cada momento, sejam sinceros em seus sentimentos e em vida façam sempre o melhor.
 
Que Deus encha de paz cada um que está lendo tudo isso! Força!