Confira aqui os depoimentos

  • Bebel -
    Desejo à todos muita luz, paz, amor e discernimento para passar por esse momento...
Me chamo Izabel, sou a única filha de uma família de 8 irmãos, minha mãe sempre foi e sempre será a luz do meu viver... Vou tentar simplificar essa história: em fevereiro desse ano, minha mãe começou a sentir dores abdominais e, imediatamente, procuramos atendimento no SUS. Fizemos os exames solicitados (todos! inclusive tomografias, exames específicos de sangue) no particular com a intenção de termos um diagnostico mais rápido, porém, até o mês de agosto, entre idas e vindas em busca de um diagnostico, nada foi resolvido... No sábado a noite, final de semana do dia dos pais, minha mãe passou mal e imediatamente a levamos par o hospital João XXIII, já que UPA´s e postos de saúde nada descobriram nesse tempo de buscas. Ficamos internadas por 3 dias, de posse dos exames e solicitando exames complementares. Uma medica nova e muito competente, ao conversar comigo, informou que iria transferi-la para outro hospital, onde ela pudesse ser melhor atendida, mas que a conclusão inicial se tratava de um câncer... Quase morri, mas como acompanho sempre minha mãe, já suspeitava. Fomos transferidas para Santa Casa, fomos muito bem assistidas pela equipe de cirurgia e o setor de oncologia e minha mãe foi submetida a uma laparoscopia e quase infartou, pois teve problemas de aumento de pressão e queda de batimentos cardíacos. O cirurgião, após algumas longas horas desse procedimento, veio com a pior notícia da minha vida: se tratava de um câncer no peritônio, drenou o liquido, colheu o necessário para biopsias (a parte abdominal estava tomada e não puderam mexer muito pois estava causando hemorragia. Aguardamos o resultado da biopsias e fizemos novos procedimentos, viemos para casa e semana passada tivemos a primeira consulta com os médicos oncologistas e com a psicologa. Solicitaram novos exames para descobrir a origem do câncer e aplicar o tratamento mais adequado. Mamãe sabe que está com câncer, mas não sabe que o estado é grave e nem que ele se espalhou e já está tomando muitos órgãos. Decidimos amenizar a gravidade com o intuito de aliviar a dor psicológica. Ufa: consegui resumir, não sei se interessa à alguém, mas precisava contar... Contei para todos os meus irmãos e estamos mais unidos, eles são muito sensíveis e não acho legal virem chorando, eu estou me mantendo firme, mas evitando contatos... Fiquei de mal de Deus, briguei, questionei... Com o tempo estou aceitando melhor e tentando fazer os dias mais felizes para todos nós. Estou tentando levar tudo com muito amor e humor, mas não está fácil não... Estou tendo insonia, choro a noite quando ninguém está vendo e fico firme porque se eu desabar, todos me seguirão... Fiz as pazes com Deus! Dia 03/10, iremos saber o tipo de tratamento, mas médico em conversa individual comigo, disse que era grave, muito grave, e que indicaria quimioterapia, mas questionei e ainda tenho duvidas, se é grave e lhe restam meses, porque submetê-la a algo que irá deixá-la prostrada? Não seria mais justo controlar as dores e deixar que viva da melhor forma possível? Obrigada pelo espaço e desculpe esse textão. Que deus nos guarde!