Tratamento do câncer de ânus por estágio

O tipo de tratamento recomendado dependerá do tipo de câncer de ânus, localização e se a doença está disseminada.
 
Os tumores anais (anteriormente denominados tumores de margem anal), às vezes, são tratados de forma diferente dos tumores do canal anal.
 
Estágio 0
 
Neste estágio, as células pré-cancerígenas estão apenas no revestimento interno do ânus, não invadiram as camadas mais profundas.
 
Muitas vezes, o tumor em estágio inicial pode ser completamente removido por cirurgia (ressecção local). A radioterapia e a quimioterapia raramente são necessárias.
 
Estágios I e II
 
Esses tumores cresceram na parede anal, mas não invadiram os órgãos adjacentes ou se disseminaram para os linfonodos.
 
A ressecção local pode ser realizada para remover pequenos tumores (geralmente de até 2 cm), que não envolve o esfíncter anal. Em alguns casos, pode ser seguido por quimioterapia e radioterapia.
 
O tratamento padrão para os tumores que não podem ser removidos sem danificar o esfíncter anal é a radioterapia combinada com quimioterapia. Na quimioirradiação, os dois tratamentos são administrados simultaneamente. A quimioterapia geralmente consiste de 5-FU com mitomicina, administrada normalmente no início da radioterapia e novamente próximo ao fim da radioterapia.
 
Se a doença não teve remissão completa após a quimioradioterapia, pode ser necessária a realização de tratamentos adicionais. Mas, é importante saber que pode demorar alguns meses para perceber os efeitos completos do tratamento no câncer.
 
Após seis meses, se ainda existir doença pode ser necessário realizar tratamento adicional. Na maioria das vezes é feita cirurgia para remover o restante do tumor, geralmente por ressecção abdominoperineal, mas às vezes apenas uma ressecção local pode ser necessária.
 
Estágios IIIA, IIIB e IIIC
 
Esses tumores invadiram órgãos ou linfonodos próximos, mas não se disseminaram por todo o organismo.
 
Na maioria dos casos, o primeiro tratamento será a radioterapia combinada com a quimioterapia (radioquimioterapia). A quimioterapia geralmente consiste de 5-FU com mitomicina. Essa combinação é normalmente administrada durante a primeira semana e depois na quinta semana de tratamento.
 
Se a doença permanecer após a quimioirradiação, o paciente será acompanhado por até seis meses. É importante saber que pode demorar alguns meses para perceber os efeitos completos do tratamento no câncer.
 
Se for necessário um tratamento posterior, pode ser realizada uma cirurgia, geralmente a ressecção abdominoperineal. , mas às vezes apenas uma ressecção local pode ser necessária. Se a doença se disseminou ou ainda está presente nos linfonodos, pode ser removida com cirurgia ou tratada com radioterapia.
 
Estágio IV
 
Neste estágio, o câncer se disseminou para outros órgãos. Na maioria das vezes, o câncer de ânus se dissemina inicialmente para os pulmões, fígado, ossos e linfonodos.
 
O tratamento é improvável que cure este estágio de doença.  Os tratamentos tem o objetivo de controlar a enfermidade e aliviar seus sintomas tanto quanto possível. O tratamento padrão, geralmente, é a quimioterapia, algumas vezes junto com a radioterapia.
 
A radioterapia pode ser administrada isoladamente para a doença que se disseminou para os ossos, cérebro, medula espinhal ou linfonodos.
 
Para alguns tumores avançados que continuaram em progressão durante a quimioterapia, a imunoterapia pode ser uma opção.
 
Como esses tipos de câncer podem ser difíceis de tratar, os pacientes devem considerar a participação em um estudo clínico com novos medicamentos.
 
Recidiva
 
A recidiva pode ser local (no mesmo local ou próximo) ou à distância (disseminação para outros órgãos, como pulmões ou fígado).
 
Se a recidiva for no ânus ou linfonodos próximos após o tratamento, uma nova opção terapêutica dependerá dos tipos de tratamentos já realizados. Por exemplo, se apenas a cirurgia foi realizada, poderá ser administrada a radioterapia e a quimioterapia (quimiorradiação). A recidiva do câncer de ânus, muitas vezes, requer uma ressecção abdominoperineal.
 
Em alguns pacientes, a recidiva é em outros órgãos, como fígado e pulmões. Nestes casos, o principal tratamento é geralmente a quimioterapia. A quimioterapia é realizada com o objetivo de controlar a doença e reduzir seus sintomas. Em casos raros, a cirurgia ou a radioterapia podem ser opções para tratar esses tumores. Mas, assim como na quimioterapia, eles não são susceptíveis de curar esses estágio de doença. Certifique-se de entender o objetivo desses tratamentos se eles forem propostos para seu caso.
 
A participação de estudos clínicos com novos tratamentos também é uma opção para pacientes com recidiva de câncer de ânus.
 
Infecção pelo HIV
 
A maioria dos pacientes com infecção pelo HIV recebem o mesmo tratamento de outros pacientes com câncer de ânus, com bons resultados. Os pacientes com doença avançada por HIV, que têm o sistema imunológico debilitado geralmente são tratados com quimioterapia menos intensa.
 
Melanoma anal
 
O melanoma não responde bem à quimioterapia ou radioterapia, portanto a cirurgia para remover o tumor é o principal tratamento quando possível. Os melanomas anais em estágio inicial são tratados cirurgicamente para remover o tumor com uma margem de tecido normal adjacente (excisão local). Se o tumor for grande ou invadiu outros tecidos, como o esfíncter anal, pode ser necessária uma cirurgia maior, como uma ressecção abdominoperineal.
 
Se o melanoma se disseminou para outros órgãos, é tratado como o melanoma de pele avançado, muitas vezes com imunoterapia ou terapia-alvo.
 
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 09/09/2020, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

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