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  • TCBM - Câncer de Ovário
    Vou vivendo cada dia...

Olá a todos, sou técnica de enfermagem e trabalhei durante 15 anos no PS de um hospital em São Paulo. Sou casada, tenho 3 filhos e uma netinha de 19 dias.

Sempre fiz acompanhamento com ginecologista, nos 2 anos que antecederam minha doença vinha me queixando de aumento de peso, sudorese noturna, hemorragias intensas nos meus períodos e muita dor de estômago. Porém, meu GO disse que provavelmente isto seria sintomas de menopausa, que meus exames estavam tudo certo e pediu para retornar em um ano. Achei que embora estivesse com 45 anos já estava na menopausa.

Porém, 8 meses depois comecei a ter dores lombar e mais dores no estômago, até que um dia no trabalho tive que ser atendida na urgência. Fui internada para investigar o que estava acontecendo. Dias depois recebi o diagnóstico, foi feito cirurgia laparotomia com histerectomia com biópsia de carcinoma de ovário grau IIb. Foi muito difícil, mas no momento só queria iniciar as químicos, pois achava que ali estaria a cura. Na verdade é não querer ver a gravidade. Depois disso fui entrando em uma nova rotina, nova vida... Tive que me afastar do trabalho e começar uma nova etapa. Foi bem difícil entrar na realidade da doença. Mas nunca reclamei... Nem em meus momentos mais difíceis! Sempre agradeci a Deus por ser comigo e não com meus filhos.

Desde setembro de 2009 estou em tratamento. No momento estou entrando no meu quarto ciclo de quimioterapia. Sou uma pessoa de sorte, pois tenho poucos efeitos colaterais em decorrência das químicos, poucos enjoos... No primeiro ciclo fiquei careca, mas tirei de letra com lenços! Nos outros meus cabelos não caíram... Já estou com cabelos que voltaram muitos mais fortes. Tive momentos difíceis neste tempo de tratamento, mas não insuportáveis. Meu pior efeito colateral foi engordar 30 kg. Tenho uma oncologista ótima, sei que minha doença não tem cura, não no estágio que foi descoberta.

Não penso em futuro... Vou vivendo cada dia, penso é como uma doença crônica: ex (diabetes). Uns dias estou bem outros não muito, sempre com acompanhamento médico. Acho que toda pessoa que tem câncer deve ser orientada de seus direitos, de como é o tratamento de qual seu prognóstico. Mas nunca deve desistir. Pois o futuro só a Deus pertence.

Hoje gostaria que o câncer de ovário fosse mais divulgado, quem sabe como o de mama, pois é o câncer que mais mata em mulheres e se diagnosticado no começo grau I e II, tem-se muito mais chances.

E que vocês mulheres falem de suas queixas ao seu médico e se este não der a devida atenção procurem uma segunda opinião!

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