Confira aqui os depoimentos

  • Talita Petean - Câncer de Colo do Útero
    Estou com câncer e agora??
Fiquei pensando como desabafar sem cansar ninguém ... Tenho muitas dúvidas, estou pesquisando bastante, por isso resolvi compartilhar com vocês meu processo de tratamento, dúvidas e respostas. Primeiro quero me apresentar: Meu nome TALITA, tenho 30 anos, namoro há 7 anos e estou noiva há 2 anos, não tenho filhos, sou RH em uma indústria de plásticos.

Há 12 anos faço tratamento de pré-diabetes e tireóide. Tudo começou assim: em setembro de 2015, passei com meu ginecologista, consulta de rotina e ele me pediu papanicolau, transvaginal e ultrassom do seio.

Logo os exames ficaram prontos e voltei ao meu médico. Ele me disse que meu transvaginal e ultrassom estavam ótimos, ai ele abriu o papanicolau e veio a surpresa: estava com uma alteração NIC III. Nesse mesmo dia ele coletou amostras do meu útero para mandar para biópsia e por sinal passei muita dor. 

Retornei em Novembro de 2015 para pegar o resultado e infelizmente tive más notícias, meu exame realmente estava alterado e eu estava realmente com a alteração no colo do útero. Em dezembro fui até o consultório de meu médico, certa que iria fazer uma cauterização, levei até meu noivo junto. Chegando lá tive a surpresa, meu médico me disse que eu teria que fazer uma operação de alta freqüência de conização/amputação, e coletou um exame chamado PCR (o médico me explicou que é igual a um DNA para verificar qual o tipo de vírus estava me afetando). 

Na semana seguinte, fui fazer entrevista com o anestesista. O médico havia comentado que iria me passar a raqui. Chegando lá o anestesista me fez várias perguntas do tipo: tem alergia? Faz exercícios? Se alimenta bem? Etc. Por fim, decidiu me dar uma anestesia geral, pois a operação seria muita rápida. 

No dia 22/12/2015 fiz a conização do colo do útero. Foi super tranqüilo, mas fiquei morrendo de medo. Me deram anestesia geral e a cirurgia durou 5 minutos. Depois de 30 minutos acordei da anestesia, fui para o quarto, fiquei um tempo tomando soro. Almocei, e como não estava sentindo nada, logo recebi alta. 

Passei alguns dias com cuidados redobrados (deitada, sem esforço). Ele me receitou antibiótico por 7 dias e uma pomada para aplicar. Lembrou também sobre os cuidados com calcinhas (lavar e passar), com banheiro (tem que ser higienizado com álcool) e pediu que usasse sabonete íntimo. 

Fiquei 22 dias com pequenos sangramentos, fiquei preocupada, mas meu médico disse que levava até 3 meses para desinchar. Passei o Natal e o Ano Novo em desespero, aguardando ansiosamente o resultado da biópsia. Aguardei ansiosamente 23 dias pelo resultado da biópsia e quando veio o resultado, me deparei com essa frase: "você está com câncer no colo do útero". Meu Deus, eu, com câncer? Como assim? Meu médico me explicou que peguei o vírus do HPV 16 e ele é um vírus cancerígeno. Perguntei de onde veio esse vírus, pois estou com meu noivo há 7 anos e certamente somos fiéis ( aí surgiu aquela pulga atrás da orelha, será que estou sendo traída?). 

O médico me explicou que por conta de ser pré-diabética e ter problemas na tireóide, minha imunidade baixou demais e o vírus aproveitou a oportunidade. Disse que provavelmente meu organismo gerou sozinho. Sobre isso estou pesquisando mais coisas, pois não fiquei satisfeita com a resposta. Enfim, ele me disse que tínhamos duas notícias: boa e ruim (óbvio que eu quis a boa primeiro). A boa era que esse tipo de vírus têm vacinas e tem cura. Ufaaa! A ruim, é que esse vírus danado, pode ter deixado algum tipo de "bagunça” dentro do meu útero. 

Assim, a orientação foi a de tomar 3 doses da vacina quadrivalente HPV 16 (0, 2, 6 meses: data escolhida (1ª dose), 60 dias (2ª dose) e 180 dias (3ª dose),aliás eu e meu noivo). Essa vacina não tem na minha cidade, pois é paga (R$ 380,00 cada dose).

O médico me disse que esse tipo de câncer não causa metástase (espalhar pelo corpo): menos mal! Retorno em Março/2016 em meu médico. 

Saindo de lá eu pensei: E agora? Estou com câncer! Primeiramente você precisa ter um companheiro compreensivo, o meu por sinal é um anjo na terra, e precisa ter apoio de sua família. Saindo de lá liguei para minha mãe, conversei com ela e depois liguei para meu pai, acho que foi o que sentiu mais, dava para perceber a voz de desespero dele no telefone. 

E aí, o que falar para as pessoas? Decidimos que iríamos contar para nossas famílias e para minhas amigas. A notícia caiu como uma bomba para todos, mas me segurei forte!
Precisa de ajuda? Fale com o Oncoguia aqui!