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  • Aline Leal - Câncer de Endométrio
    Minha descoberta e convivência com o câncer.
Olá sou paciente com câncer de endométrio. Tem umas 3 semanas que fui diagnosticada com essa pequena piada, sim piadinha, é assim que denomino qualquer doença ou luta por qual eu passe, pois todas as lutas que passamos, por mais grave que sejam, sempre bem mais lá na frente, depois que tudo se passou, só nos resta rir...
 
E é assim que eu levo a vida com câncer e muito bom humor porque acho que Deus acredita que sou algum tipo de Iron Girl, pois já passei por algumas dificuldades de saúde, vou citar algumas aqui.
 
Quando completei 17 anos tive que me submeter a uma cirurgia para retirar um cisto no ovário esquerdo que estava do tamanho de uma laranja. Desde então essa foi minha primeira ida ao médico e dai começaram as descobertas.
 
Tempos depois com 27, descobri que estava com um tumor na cabeça do pâncreas e muitas pedrinhas na vesícula que me diagnosticou com pancreatite aguda grave, e ainda na mesma época, dois cálculos renais um de 3 e um de 4 mm. Tive que passar 45 dias em coma induzido por conta do pâncreas e logo em seguida, mais uma cirurgia para a retirada do tumor e da vesícula. Fiz um tratamento e expeli o cálculo de 4 mm, o de 3 ainda se encontra comigo, não sei quando vai se desapegar de mim rs...
 
Bom, com 29 anos mais uma descoberta, um tumor no figado, aff! Graças a Deus, benigno e com tratamento simplesmente sumiu, sim foi embora e nem sequer se despediu rsrs.
 
Em setembro do ano passado já vinha sentindo uns sintomas estranhos, cólicas e um sangramento desregulado fora dos meus dias. Achei que fosse normal decorrente do cisto que tive. Um dia me deu febre no serviço, verifiquei 39°, pedi dispensa e minha chefe me olhou e mandou tomar Eno, isso mesmo, ela disse: "toma Eno que passa" e não me deixou sair.
 
Quando sai do serviço, fui ao P.S.  e realmente estava com febre e com a pressão muito alta (18x11). Achei que ia explodir, achei que tudo isso fosse por causa da pedrinha no rim, mas fiz exame de urina e tava tudo normal, fiz exame de sangue e deu uma alteração, sim uma infecção, mas não era de urina, enfim, os dias se passaram e estava relevando as dores com Advil e Dorflex. Tinha dia que eu tomava 2 a 3 Advil de uma só vez (nunca façam isso).
 
Enfim, em outubro me deu cólicas muito fortes e um sangramento intenso que me afastou do serviço por duas semanas. Era um dia sim um não no P.S., todo médico dizia que era por causa da pedra e um certo dia, um santo técnico de enfermagem, me orientou a procurar um ginecologista, disse que meu caso era ginecológico e foi o que eu fiz.
 
Marquei e ele pediu um exame de sangue e ultrassom, fiz os exames e marquei retorno. Dois dias antes do retorno eu passei mal e fui parar no P.S. e lá o ginecologista de plantão, santo Doutor Oscar, viu minha ultrassom e até desenhou a situação para que eu entendesse muito bem o que eu tinha: 1 ovário policístico, 2 volumes do útero fora do normal, 3 espessamento muito grande do endométrio (4cm) ... Enfim, disse que eu estava mal.
 
Para mim isso não era novidade, que estava mal, porém meu médico Dr Eduardo Tardelli só estaria naquele hospital na segunda-feira e seria melhor que eu fosse avaliada por ele. Por fim, tomei medicação, voltei para casa e na segunda-feira de manhã estava eu linda, maravilhosa e sangrando no hospital. O médico me examinou e de imediato mandou fazer curetagem. Eu fiz em fevereiro e no fim de março saiu o resultado da biópsia.
 
Quando meu ginecologista viu o resultado, olhou pra mim e já falou que ia me encaminhar para o oncologista. Foi como se tivesse enfiado um punhal no meu peito, retirado meu coração, pois eu vinha fazendo planos de ter um bebê.
 
Passei no oncologista Dr. Moisés, maravilhoso, nessa minha caminhada de hospitais só fui atendida por médicos enviados por Deus mesmo, só anjo.
 
Dr. anjo Moisés explicou tudo direitinho, todos os procedimentos, pediu avaliação com cardiologista e com o psicólogo, disse que por conta do meu emocional ser muito forte teria que passar com o psicólogo porque uma hora eu poderia desabar, mas isso já havia acontecido.
 
Depois do resultado me isolei por uma semana, só chorava, exclui todas minhas redes sociais, não queria falar com ninguém, mas aos poucos fui entendendo, aceitando e agora até rindo eu estou. Voltei a viver, voltei com minhas redes sociais e agora até converso com meus amigos sobre o assunto antes eu não queria que ninguém soubesse.
 
Estou esperando a avaliação do cardio e duas tomografias para poder marcar a cirurgia e depois o tratamento. Já estou me preparando para tudo, se sinto medo? Lógico que sinto, mas me apeguei a uma frase que faz todo sentido: "Deus só dá as maiores batalhas aos seus melhores guerreiros". E é isso, estou aqui para enfrentar mais essa, se pudesse tiraria de mim e daria para alguém passar por mim, mas não posso.
 
Então vou ter que lutar de cabeça erguida e sem desistir porque tenho fé em Deus e é isso que me dá forças todos os dias. Tenho o apoio do meu marido, que nesse momento está sendo fundamental em minha vida, amigos e parentes também.
 
Quem estiver passando por uma situação parecida, o que eu tenho a dizer é: "não desista nunca é sua vida que está em jogo. 
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