Radioterapia para câncer de vagina
O tratamento radioterápico usa radiações ionizantes para destruir ou inibir o crescimento das células anormais que formam um tumor. É o tipo de tratamento mais utilizado para o câncer de vagina.
Radioterapia com feixe externo
A radioterapia externa consiste na irradiação do órgão alvo com doses fracionadas. O tratamento é realizado cinco vezes na semana, durante um período de algumas semanas a meses. É o tratamento mais frequente para câncer de vagina.
A radioterapia de intensidade modulada (IMRT) é um tipo de radioterapia externa, na qual os feixes de radiação variam de intensidade dependendo da localização do tumor. Isso diminui os danos aos tecidos próximos sadios. A IMRT pode ser administrada de diferentes formas:
- Estágio I. É administrada isoladamente, seguida de braquiterapia intracavitária.
- Estágios II a estágio IVA. É geralmente administrada com quimioterapia, seguida de braquiterapia intracavitária.
Braquiterapia intracavitária
Outra técnica radioterápica é a braquiterapia intracavitária, que consiste na inserção do material radioativo no interior da vagina. Os dois principais tipos de braquiterapia são de baixa taxa de dose (LDR) e alta taxa de dose (HDR). No tratamento de baixa taxa de dose, o material radioativo permanece no local por um dia ou dois. Na braquiterapia de alta taxa de dose, a fonte de radiação não precisa permanecer no local por muito tempo e pode ser administrada em regime ambulatorial, em três a quatro dias, com uma ou duas semanas de intervalo.
Outro tipo de braquiterapia é a intersticial, que consiste no uso do material radioativo em forma de agulhas que são colocadas diretamente no tumor e tecidos adjacentes.
Possíveis efeitos colaterais
A radiação é mais prejudicial para as células tumorais do que para as células normais, mas mesmo assim, o tecido normal também é danificado. Os efeitos colaterais dependem da área irradiada, da dose administrada e da forma como a radiação é administrada.
Efeitos colaterais de curto prazo
Os efeitos colaterais frequentes da radioterapia de curto prazo podem incluir:
- Cansaço.
- Náuseas e vômitos.
- Diarreia.
- Alterações na pele.
- Diminuição das taxas sanguíneas.
Quando a radioterapia é administrada simultaneamente com a quimioterapia, os efeitos colaterais são muitas vezes mais intensos.
Efeitos colaterais de longo prazo
A radioterapia para o câncer de vagina também pode provocar alguns efeitos colaterais de longo prazo, sendo que muitos são causados por danos aos órgãos próximos. Por exemplo, a radioterapia pélvica pode danificar os ovários, levando à menopausa precoce. Também pode enfraquecer os ossos, tornando-os mais propensos a fraturas ou outras lesões.
A radioterapia da região pélvica também pode provocar colite (irritação no intestino e no reto), levando à diarreia e fezes com sangue. Também pode provocar problemas na bexiga (cistite por radioterapia), levando ao desconforto e desejo de urinar com frequência. Em casos raros, a radiação pode causar fístulas entre a vagina e a bexiga, o reto ou o útero.
Pode provocar alterações na pele, por exemplo, pode se tornar mais escura e mais áspera após a radioterapia. Os pelos nem sempre voltam a crescer na região irradiada.
A radiação pode provocar irritação e dor no tecido normal da vagina. Após a radioterapia, o tecido cicatricial que se forma pode tornar a vagina mais curta ou mais estreita, o que se denomina estenose vaginal. Quando isso acontece, as relações sexuais podem se tornar dolorosas.
Para saber mais, consulte nosso conteúdo sobre Radioterapia.
Para saber mais sobre alguns dos efeitos colaterais listados aqui e como gerenciá-los, consulte nosso conteúdo Efeitos colaterais do tratamento.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 23/09/2024, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.