Terapia-alvo para câncer de vagina
A terapia-alvo é direcionada para as proteínas nas células cancerígenas da vagina que as ajudam a crescer, se espalhar ou viver mais. As terapias-alvo visam destruir especificamente essas células cancerígenas ou retardar seu crescimento. Algumas terapias-alvo, por exemplo, os anticorpos monoclonais, agem de mais de uma forma para controlar as células cancerígenas e podem ser consideradas imunoterapia porque estimulam o sistema imunológico. Diferentes tipos de terapia-alvo podem ser usados no tratamento do câncer de vagina.
Conjugados anticorpo-fármaco
Um conjugado anticorpo-fármaco (ADC) é um anticorpo monoclonal ligado a um medicamento quimioterápico. O anticorpo atua como um sinal de homing ao se ligar a uma proteína alvo em células cancerígenas, para que a quimioterapia possa ser levada diretamente para a célula cancerígena.
Fam-trastuzumab deruxtecan, T-DXd. Este ADC conecta o anticorpo anti-HER2 ao medicamento quimioterápico, deruxtecan. O T-DXd pode ser usado sozinho para tratar o câncer de vagina em estágio avançado HER2 positivo, que recidivou após tratamento sistêmico inicial.
Este medicamento é administrado por via intravenosa, normalmente uma vez a cada três semanas.
Os efeitos colaterais frequentes incluem diminuição das taxas sanguíneas, náuseas e vômitos, diarreia, fadiga, perda de cabelo, diminuição do apetite, baixo nível de potássio, alterações nos exames da função hepática e tosse. Um efeito colateral menos frequente, mas importante, é a diminuição da força do músculo cardíaco, que é uma condição denominada disfunção ventricular esquerda.
Tisotumabe vedotina-tftv. Este ADC tem um anticorpo que tem como alvo a proteína do fator tecidual (TF) nas células cancerígenas. Ele leva o medicamento quimioterápico, monometil auristatina E (MMAE), diretamente para a célula cancerígena. O tisotumabe vedotina pode ser usado sozinho no tratamento do câncer de vagina estágio avançado que recidivou após o tratamento quimioterápico inicial.
Este medicamento é administrado por via intravenosa, normalmente uma vez a cada três semanas.
Os efeitos colaterais frequentes podem incluir sensação de cansaço, náuseas, vômitos, perda de cabelo, sangramento, diarreia, erupção cutânea, neuropatia periférica, problemas renais ou diminuição das taxas sanguíneas. Os efeitos menos frequentes, mas importantes podem incluir alteração ou perda da visão.
Inibidores de RET
Em uma pequena porcentagem de tumores de vagina, as células tumorais têm um rearranjo no gene RET que as faz produzir uma forma anormal da proteína RET. Esta proteína anormal ajuda as células tumorais a crescer.
O selpercatinibe tem como alvo a enzima que faz as células cancerígenas crescerem e pode ser usado no tratamento do câncer de vagina avançado com o rearranjo RET.
Esses medicamentos são administrados por via oral, normalmente duas vezes ao dia.
Os efeitos colaterais frequentes podem incluir boca seca, diarreia ou constipação, pressão alta, fadiga, inchaço nas mãos e/ou pés, erupção cutânea, dor muscular e articular, diminuição das taxas sanguíneas ou alterações em outros exames de sangue. Os efeitos menos frequentes, mas importantes, podem incluir problemas hepáticos, problemas pulmonares, reações alérgicas, alterações no ritmo cardíaco, sangramento e problemas de cicatrização.
Inibidores de NTRK
Uma pequena fração de tumores de vagina tem alteração em um dos genes NTRK, denominada fusão gênica NTRK. As células com essas alterações genéticas produzem proteínas TRK anormais, que podem levar ao crescimento celular anormal e ao desenvolvimento do câncer.
Larotrectinibe e entrectinibe. São inibidores de NTRK. Os inibidores de TRK têm como alvo e desabilitam as proteínas produzidas pelos genes NTRK. Este medicamento pode ser usado em pacientes com câncer de vagina.
Esses medicamentos são administrados por via oral, uma ou duas vezes ao dia.
Os efeitos colaterais frequentes podem incluir resultados anormais nos exames hepáticos, diminuição dos glóbulos brancos e vermelhos, dor muscular e articular, fadiga, diarreia ou constipação, náuseas e vômitos e dor de estômago. Efeitos menos frequentes, mas importantes, podem incluir alterações mentais, como confusão, alterações de humor e alterações no sono, problemas hepáticos, alterações no ritmo e/ou função cardíaca, alterações na visão e problemas ao feto.
Para saber mais, consulte nosso conteúdo sobre Terapia-alvo.
Para saber se o medicamento que você está usando está aprovado pela ANVISA acesse nosso conteúdo sobre Medicamentos ANVISA.
Para saber mais sobre alguns dos efeitos colaterais listados aqui e como gerenciá-los, consulte nosso conteúdo Efeitos colaterais do tratamento.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 23/09/2024, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.