Luciana Holtz, presidente do Oncoguia: “O câncer está na fila de espera do Brasil e não é tratado de forma prioritária pelo governo”

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que, até 2025, o Brasil deverá registrar 704 mil novos casos de câncer por ano. Se há muitos anos o diagnóstico da doença era quase uma sentença de morte, hoje o cenário do tratamento oncológico é diferente. Com novos avanços tecnológicos chegando, como medicamentos e terapias, os diagnosticados vivem mais e melhor. Porém a doença ainda não é tratada com prioridade pelo governo, segundo Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia. Ela é a convidada do novo episódio do Futuro Talks.
Durante a entrevista, a especialista em psicologia hospitalar, psico-oncologia e bioética falou sobre as missões da instituição e considerou fundamental que, após o diagnóstico, o paciente entenda o que vai acontecer com ele e receba informação adequada. Esse, aliás, é um dos principais pilares de atuação do Oncoguia, tanto no sentido de levar conhecimento para a sociedade quanto para buscar influenciar políticas públicas por meio do advocacy.
Ela também comentou a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC). Segundo ela, o instrumento será fundamental, mas é preciso acompanhar para garantir que ela seja de fato implementada e não fique apenas no discurso.
Ao longo da conversa, destacou ainda o acesso desigual aos tratamentos, as diferenças da saúde suplementar e da pública e as barreiras enfrentadas pelos pacientes – segundo Holtz, mais de 60% das pessoas com câncer no Brasil são diagnosticadas tardiamente. A fundadora da entidade também comentou o PL das pesquisas clínicas e o combate às fake news.
Confira a entrevista completa:
Texto originalmente publicado no Futuro da Saúde em 29/01/2024
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