Glioblastoma
O que é
O glioblastoma é um tipo de tumor que começa como um crescimento de células no cérebro ou na medula espinhal. Ele cresce rapidamente e pode invadir e destruir os tecidos saudáveis. O glioblastoma se forma a partir das células denominadas astrócitos que dão suporte às células nervosas, se caracterizando também como um dos tipos mais agressivos de astrocitoma.
O glioblastoma pode ocorrer em qualquer idade, mas acomete adultos mais velhos com mais frequência.
Sinais e sintomas
Os sinais e sintomas do glioblastoma podem incluir:
- Dor de cabeça.
- Náuseas e vômitos.
- Confusão ou declínio na função cerebral, como problemas com o pensamento e compreensão de informações.
- Perda de memória.
- Alterações na personalidade ou irritabilidade.
- Alterações na visão, como visão turva, visão dupla ou perda da visão periférica.
- Dificuldades na fala.
- Problemas de equilíbrio ou coordenação.
- Fraqueza muscular no rosto, braços ou pernas.
- Sensação reduzida no toque.
- Convulsões.
Causas
A causa da maioria dos glioblastomas é desconhecida.
O glioblastoma surge quando as células do cérebro ou da medula espinhal sofrem alterações no DNA. Em condições normais, o DNA regula o crescimento, a multiplicação e o tempo de vida das células. No entanto, em células tumorais, essas mudanças fazem com que elas cresçam e se multipliquem de forma descontrolada, sem seguir o ciclo natural de morte celular. Como resultado, as células do tumor continuam se acumulando, enquanto as saudáveis morrem.
As células tumorais formam uma massa que pode comprimir partes adjacentes do cérebro ou da medula espinhal conforme vai crescendo. Às vezes, as alterações no DNA transformam as células tumorais em células cancerígenas. As células cancerígenas podem invadir e destruir os tecidos saudáveis.
Fatores de risco
Os fatores que podem aumentar o risco de uma pessoa desenvolver o glioblastoma incluem:
- Envelhecimento. Os glioblastomas são mais frequentes em adultos mais velhos, embora possam ocorrer em qualquer idade.
- Exposição às radiações. Pacientes que já foram expostos às radiações para tratamentos prévios têm um risco aumentado de glioblastoma.
- Síndromes hereditárias. Algumas síndromes hereditárias, como síndrome de Lynch e síndrome de Li-Fraumeni, podem aumentar o risco de desenvolver glioblastoma.
Lamentavelmente, medidas de prevenção do glioblastoma ainda não são conhecidas.
Diagnóstico
Os exames e procedimentos utilizados para diagnosticar o glioblastoma incluem:
- Exame neurológico. Durante o exame neurológico serão avaliados sinais e sintomas da visão, audição, equilíbrio, coordenação motora, força e reflexos. Alterações em um ou mais desses exames mostrarão o local do cérebro que pode estar sendo afetado pelo glioblastoma.
- Exames de imagem. Os exames de imagem permitem o diagnóstico preciso do tumor, como a localização e o tamanho do glioblastoma. A ressonância magnética um exemplo usado com frequência para o diagnóstico desse tipo de câncer. Outros testes de imagem podem incluir tomografia computadorizada e a tomografia por emissão de pósitrons (PET scan).
- Biópsia. A retirada de uma amostra de tecido para análise anatomopatológica é frequentemente realizada durante a cirurgia para remover o glioblastoma. Os resultados dessa análise fornecem informações detalhadas sobre as características das células tumorais, definem o prognóstico do paciente e permitem que os médicos criem um plano de tratamento.
Tratamentos
O tratamento do glioblastoma pode começar com a cirurgia, mas ela nem sempre é uma opção. Por exemplo, se o glioblastoma estiver localizado em uma área mais profunda do cérebro, a retirada de todo o tumor pode não ser factível. Outros tratamentos, como radioterapia e quimioterapia, podem ser indicados como o tratamento inicial.
As opções de tratamento para o glioblastoma incluem:
- Cirurgia. O objetivo da cirurgia é remover o máximo possível do tumor. No entanto, o glioblastoma geralmente cresce no tecido cerebral saudável, o que dificulta a retirada de todas as células cancerígenas. A maioria dos pacientes realiza outros tratamentos após a cirurgia para destruir as células cancerígenas remanescentes.
- Radioterapia. A radioterapia geralmente é indicada após a cirurgia para destruir quaisquer células cancerígenas remanescentes. Ela pode ser combinada com a quimioterapia. Para pacientes que não podem fazer a cirurgia, a radioterapia junto com a quimioterapia podem ser o tratamento de primeira linha.
- Quimioterapia. É o tratamento com medicamentos quimioterápicos, geralmente administrada por via oral após a cirurgia. A quimioterapia também pode ser administrada por via intravenosa para tratar a recidiva da doença. Às vezes, placas finas e circulares contendo o medicamento quimioterápico podem ser inseridas diretamente no cérebro durante a cirurgia. Essas placas se dissolvem lentamente, liberando o medicamento para destruir as células cancerígenas.
- Terapia de tumores com campos elétricos. Também conhecida como TTF, é um tratamento que utiliza energia elétrica para danificar as células do glioblastoma. A TTF dificulta a multiplicação das células e pode ser usada em conjunto com a quimioterapia. Ela também pode ser indicada após a radioterapia.
- Terapia-alvo. É o uso de medicamentos que atacam substâncias químicas específicas nas células tumorais. Ao bloquear essas substâncias, a terapia-alvo destrói as células cancerígenas. Ela pode ser usada após a cirurgia se o glioblastoma não puder ser completamente removido ou realizada no tratamento da recidiva da doença.
- Ensaios clínicos. Participar de um estudo clínico com novos tratamentos pode ser uma opção terapêutica mais moderna para os pacientes, no entanto, os efeitos colaterais podem ainda não ter sido completamente determinados.
- Tratamentos para controle de sintomas. Se o glioblastoma estiver provocando sintomas importantes, pode ser preciso o uso de medicamentos para um melhor controle e conforto do paciente. As opções podem incluir medicamentos para controlar convulsões, medicamentos anti-inflamatórios esteroides para reduzir o inchaço cerebral e medicamentos para controle de dor.
- Cuidados paliativos. Também conhecidos como cuidados de suporte, se centram na qualidade e não na duração da vida. Oferecem assistência humana e compassiva para os pacientes que se encontram em fase avançada ou crônica de uma doença que não pode mais ser curada para que possam viver o mais confortavelmente possível e com a máxima qualidade.
- Tratamentos complementares e alternativos. Esses tratamentos podem incluir vitaminas, ervas e dietas especiais, ou outros métodos, como acupuntura ou massagem. Os métodos complementares se referem a tratamentos usados junto com seu atendimento médico regular. E os tratamentos alternativos são usados em vez do tratamento médico. Embora alguns destes métodos possam ser úteis para aliviar os sintomas ou ajudar você a se sentir melhor, muitos não foram comprovados cientificamente e não são recomendados. Converse com seu médico antes de iniciar qualquer terapia alternativa.
Texto originalmente publicado nos sites Mayo Clinic, Cancer Research Uk e The Brain Tumour Charity, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.