Fatores de risco para câncer de mama não mutáveis
Um fator de risco é algo que afeta sua chance de contrair uma doença como o câncer. Diferentes tipos de câncer apresentam diferentes fatores de risco. Alguns como fumar, por exemplo, podem ser controlados. Outros não, como idade e histórico familiar.
É importante ressaltar que ter um fator de risco, ou mesmo vários, não significa que você vai ter a doença. Muitas pessoas com a enfermidade podem não estar sujeitas a nenhum fator de risco conhecido.
Quando falamos de câncer de mama, os fatores de risco mutáveis que podem aumentar o risco de uma pessoa desenvolver a doença são:
- Gênero. Ser mulher é o principal fator de risco para o desenvolvimento de câncer de mama.
- Idade. O risco aumenta com a idade. A maioria dos cânceres de mama é diagnosticada em mulheres acima de 55 anos.
- Fatores genéticos. De 5 a 10% dos casos de câncer de mama são hereditários, o que significa que resultam diretamente de mutações genéticas herdadas de um dos pais.
- BRCA1 e BRCA2. A causa mais frequente do câncer de mama hereditário é uma mutação nos genes BRCA1 e BRCA2. Em células normais, esses genes previnem o câncer, criando proteínas que evitam que as células cresçam anormalmente. Versões mutadas desses genes não impedem o crescimento anormal, e isso pode levar ao câncer. Se você herdou uma cópia mutada de qualquer gene de um de seus pais, você tem um risco aumentado de câncer de mama. Em média, uma mulher com uma mutação no gene BRCA1 ou BRCA2 tem 70% de chance de contrair câncer de mama até os 80 anos, esse risco é afetado pela quantidade de familiares que tiveram a doença. Os cânceres de mama associados a essas mutações são diagnosticados com mais frequência em mulheres mais jovens. As mulheres com essas mutações hereditárias também têm maior risco de desenvolver outros tipos de câncer, principalmente câncer de ovário.
- Alterações em outros genes. Outras mutações genéticas também podem levar ao câncer de mama hereditário. Essas mutações são muito menos frequentes e a maioria delas não aumenta o risco de câncer de mama tanto quanto os genes BRCA. Eles raramente são causas de câncer de mama hereditário (ATM, TP53, CHEK2, PTEN, CDH1, STK11 e PALB2).
- Testes genéticos. Os testes genéticos podem ser realizados para verificar mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 ou menos comumente em outros genes, como PTEN e TP53. Embora os testes possam ser úteis em alguns casos, os prós e contras precisam ser considerados cuidadosamente. É importante entender o que o teste genético pode (ou não) dizer e pesar cuidadosamente os benefícios e riscos antes de fazer qualquer exame genético.
- Histórico familiar. O risco de câncer de mama é maior entre as mulheres com parentes em primeiro grau (mãe, irmã ou filha) que tiveram a doença. Nesses casos o risco da doença praticamente dobra. Ter dois parentes de primeiro grau aumenta o seu risco cerca de três vezes.
- Histórico pessoal. Uma mulher com câncer de mama tem um risco de desenvolver um novo câncer de mama. Diferente de uma recidiva. Esse risco é maior para mulheres mais jovens.
- Raça e etnia. As mulheres brancas são ligeiramente mais propensas a desenvolver câncer de mama do que as negras. No entanto, em mulheres com menos de 40 anos, o câncer de mama é mais frequente em mulheres negras.
- Estatura. Alguns estudos mostraram que mulheres mais altas têm maior risco de câncer de mama do que as mulheres mais baixas. As razões para isso não são claras, mas podem estar relacionadas a fatores que afetam o desenvolvimento precoce, como nutrição no início da vida, além de fatores hormonais ou genéticos.
- Mamas densas. Mulheres com mamas densas têm um risco maior de câncer de mama em relação às mulheres com densidade média de mama. Uma série de fatores pode afetar a densidade da mama, como idade, estado menopausal, uso de medicamentos, gravidez e genética. Infelizmente, uma mama densa pode dificultar a detecção de câncer nas mamografias
- Doenças benignas da mama. Mulheres diagnosticadas com determinadas condições benignas da mama podem ter um risco aumentado de câncer de mama.
- Lesões não-proliferativas. Essas condições não afetam o risco de câncer de mama e incluem fibrose e/ou cistos simples, hiperplasia, adenose, ectasia ductal, tumor filoide, fibrose periductal, necrose de gordura, metaplasia escamosa e apócrina, calcificações, tumores benignos, como lipoma, hamartoma, hemangioma, neurofibroma e adenomioepitelioma.
- Lesões proliferativas sem atipia. Nessas condições há o crescimento excessivo das células nos ductos ou lóbulos da mama. Essas condições aumentam o risco de câncer de mama em uma mulher. Essa condição inclui hiperplasia ductal, fibroadenoma, adenose esclerosante, papilomatose, cicatriz radial e vários papilomas.
- Lesões proliferativas com atipia. Nessas condições, existe um crescimento excessivo das células dos ductos ou lóbulos, e algumas delas não se parecem normais. Esses tipos de lesões incluem a hiperplasia ductal atípica e a hiperplasia lobular atípica. Eles têm um forte efeito sobre o risco de câncer de mama, elevando-o de quatro a cinco vezes em mulheres com essas alterações. Se a mulher também tem um histórico familiar de câncer de mama e hiperplasia ou hiperplasia atípica, terá um risco ainda maior de câncer de mama.
- Carcinoma lobular in situ. No câncer de mama lobular in situ, as células que se parecem com células cancerígenas crescem nos lóbulos das glândulas produtoras de leite. As mulheres com carcinoma lobular in situ têm um risco aumentado de desenvolver câncer em qualquer uma das mamas.
- Menarca antes dos 12 anos. As mulheres que tiveram mais ciclos menstruais devido a menarca precoce (antes dos 12 anos) têm um risco ligeiramente aumentado de câncer de mama. O aumento do risco pode ser devido a uma exposição mais longa a hormônios femininos.
- Menopausa após os 55 anos. As mulheres que tiveram mais ciclos menstruais porque tiveram a menopausa mais tarde (após os 55 anos) têm um risco ligeiramente aumentado de câncer de mama. O aumento do risco pode ser devido a uma exposição prolongada aos hormônios femininos.
- Radioterapia prévia do tórax. As mulheres que fizeram radioterapia na região do tórax para outro tipo de câncer, como linfoma de Hodgkin ou linfoma não Hodgkin, têm um risco significativamente aumentado de câncer de mama. Esse risco varia com a idade que a mulher tinha quando fez o tratamento radioterápico. O risco é maior para as mulheres que fizeram a radioterapia durante a adolescência, quando as mamas ainda estavam em desenvolvimento. O tratamento com radioterapia em mulheres mais velhas (após os 40 anos) não parece aumentar o risco de câncer de mama.
- Exposição ao dietilestilbestrol. Mulheres grávidas que receberam dietilestilbestrol (DES) têm um risco ligeiramente maior de desenvolver câncer de mama. Mulheres cujas mães tomaram DES durante a gravidez também podem ter um risco maior de câncer de mama.
Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 16/12/2021, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.
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