Efeitos Adversos Não Esperados – Como e Por que Relatar

Uma das ‘mensagens mestre’ do Instituto Oncoguia às pessoas em tratamento de um câncer é sobre a importância de tornarem-se Pacientes Ativos e Responsáveis. De terem a dimensão da sua doença e do tratamento, de dialogarem com os profissionais que os atendem para sanarem dúvidas, de aprenderem a reconhecer os sinais emitidos pelo corpo e as formas de transmiti-los ao médico e, com tudo isso, fortalecerem-se e sentirem-se mais confiantes para o enfrentamento do câncer.

Uma atitude fundamental do Paciente Ativo e Responsável é o relato dos efeitos adversos ao seu oncologista e outros profissionais que o acompanham, tais como farmacêuticos e enfermeiros, para que os mesmos possam gerenciá-los promovendo o tratamento mais suportável possível.

Efeitos Adversos

Dizem respeito a quaisquer efeitos indesejados relacionados ao uso de um medicamento ou procedimento em saúde. No tratamento quimioterápico, por exemplo, queda dos cabelos, náuseas e vômitos são exemplos de efeitos colaterais esperados. Certamente, o paciente é informado por seu médico sobre a perspectiva de acontecerem.

No entanto, existem efeitos que não constam nas bulas. Isso porque, durante os estudos clínicos, os medicamentos são testados por um número restrito de indivíduos se comparado à população total que potencialmente o utilizará. Quando passam a ser usados em larga escala, podem revelar efeitos adversos mais raros, e que não surgiram à ocasião da pesquisa.

É justamente a esses efeitos que o Paciente Ativo e Responsável deve estar mais atento, e os quais devem relatar ao seu médico.

Informando o profissional, o paciente estará colaborando não somente com seu tratamento, mas com o processo de acompanhamento de desempenho do medicamento, chamado de farmacovigilância.

O oncologista clínico Ricardo Caponero, de São Paulo, explica:

"A farmacovigilância nos permite atualizar nosso conhecimento sobre o medicamento e as informações em bula. Os eventos não previstos devem ser comunicados pelo paciente ao profissional da saúde, que por sua vez informará os departamentos de farmacovigilância do laboratório e da ANVISA. O paciente também pode fazer a comunicação ao órgão responsável, mas às vezes são necessários elementos técnicos que ele desconhece”.

Relatando ao Profissional da Saúde

Dr. Caponero diz que é importante que o próprio paciente faça o relato do efeito adverso não esperado ao profissional da saúde, já que somente ele tem a dimensão do quanto o sintoma influencia em seu dia a dia.

"Além disso, o relato aproxima o paciente de seu médico. Melhora a relação entre ambos”, comenta.

Porém, há situações em que o paciente poderá não perceber determinados eventos, como, por exemplo, alterações de comportamento e períodos de confusão. "Em casos como esse porta-vozes - como um familiar - são muito benvindos”, acrescenta.

Diário de Bordo - Para relatar os efeitos adversos não previstos em bula à equipe de tratamento, o paciente deve antes criar meios de identificá-los e registrá-los.

Para tanto, O Instituto Oncoguia sugere a adoção de um ‘diário de bordo’ do tratamento, um caderninho para anotar qualquer evento que lhe aconteça, que seja diferente do esperado. Idealmente, o paciente deve começar cada série de anotações no dia em que passou pelo tratamento de químio ou radioterapia e, na visita subsequente ao médico, levar o seu ‘diário de bordo’ e fazer o relato ao profissional.

A paciente SM, de 58 anos, terminou o tratamento do câncer colorretal no início deste ano, e conta que negligenciou um efeito adverso inesperado da quimioterapia.

Antes de passar pela primeira sessão, o oncologista lhe informou que poderia ter alguns eventos de diarreia. No dia seguinte à infusão do medicamento, o quadro se apresentou, porém não cessou como o oncologista disse que aconteceria.

"Tive diarreia por 10 dias ininterruptamente. Não podia comer nada que as crises se repetiam. Tinha muitas cólicas. Deixei de comer e fui ficando fraca. Mas não avisei meu médico. Deixei para informá-lo no dia da próxima sessão”.

Em consequência, SM foi internada às pressas com desidratação grave. "Foram 5 dias de internação. Tive o tratamento quimioterápico suspenso e, posteriormente, o médico alterou as doses”.

Dr. Caponero esclarece que não relatar um efeito adverso pode fazer com que o médico prossiga com o tratamento sugerido sem nenhum suporte adicional. "O que poderá agravar o caso do paciente. Isso vale para todo e qualquer sintoma”.

Após o ‘susto’, a paciente ficou mais atenta. "Passei a reconhecer com mais facilidade quando algo não ia bem comigo. Hoje, mesmo com o tratamento encerrado, continuo tendo a mesma postura. Quando algo não vai bem comigo, ligo para o meu médico de imediato!”.

Saiba Mais – Sendo um Paciente Ativo e Responsável
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