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  • Viviane Bileski - Câncer de Ovário
    Decidi enfrentar, colocando a angústia de lado...
Olá,
 
Em novembro de 2015, minha sogra havia sido diagnosticada com câncer de colo de útero e desde então, a família se mobilizou em atenção fazendo todo o possível para que ela ficasse amparada.
 
Em dezembro, comecei a cuidar dela no Hospital, em Santos, mas infelizmente no dia 09 de junho de 2016 veio a falecer, uma semana depois eu adoeci. Comecei a ter fortes dores abdominais, nas costas e sentia pontadas do lado esquerdo; era socorrida no Pronto Socorro onde me medicavam dizendo ser cólica renal, mas na mesma semana as dores voltavam.
 
Foram tantos os momentos que fui ao hospital, e sempre a mesma resposta: fazia radiografia e nada aparecia, até que ao realizar um ultrassom foi constatado um aumento no meu ovário esquerdo e uma hérnia.
 
Esse diagnóstico significava necessidade de uma cirurgia sem emergência. A médica então prescreveu um tratamento medicamentoso para verificar o resultado.
 
Em poucos dias as dores voltaram e passei a ser conhecida no Pronto Socorro no qual já entrava direto para o leito aguardando o médico. A morfina passou a fazer parte da minha vida. Fui internada em São Paulo, após 3 meses do início das dores, fiz exames e meus marcadores tumorais deram alterados, mas uma ressonância descartou a possibilidade de tumor. Fui diagnosticada com endometrioma e isso justificava a alteração do CA125.
 
Tive alta seis dias depois e iniciei exames pré operatórios, o que não impedia as minhas frequentes idas ao Pronto Socorro em que apenas a morfina aliviava as dores. Não aguentei esperar o término dos exames e em 20 dias retornei ao Hospital em São Paulo onde meu médico me internou e agendou a cirurgia para 2 dias depois.
 
Acordei da cirurgia com dores insuportáveis, fui levada à UTI e horas depois meu médico me disse que, ao me abrir, havia descoberto um tumor grudado no ovário e intestino, já comprometendo o útero. Assim, passei por uma histerectomia total e raspagem e fiquei aguardando o resultado da biópsia.
 
Foi a semana mais difícil da minha vida no sentido psicológico e físico, levei 3 dias pra conseguir me sentar, pois as dores eram intensas. Chorei muito quando uma enfermeira entrou no meu quarto dizendo ser enfermeira oncologista. Foi o nome mais difícil que ouvi na vida, essa palavra "oncologista" batia na minha cabeça como um martelo.
 
Tive que ser acompanhada por uma psicóloga que de nada adiantou, nada me consolava. Com alta dias depois sabia que a melhor sensação seria voltar para casa sabendo que tudo acabou, porém o resultado da biópsia não tinha saído e isso me assombrava todos os dias. O retorno com meu médico seria em 15 dias e lá teria o resultado.
 
Na data marcada fui ao ambulatório do hospital e enfim, a notícia: era maligno. Fui encaminhada ao oncologista para iniciar meu tratamento, estou realizando exames. Meus marcadores tumorais continuam alterados e isso indica ainda a presença da doença.
 
Fiquei dias em angústia, principalmente ao lembrar de tudo que minha sogra havia passado com o câncer de colo de útero, até decidir que isso não determinaria minha vida, que enfrentar o inimigo seria a melhor escolha e assim, tenho feito.
 
Ainda não iniciei a quimioterapia, mas isso não me assombra mais. Tive a ideia de montar um blog, contar minha história e compartilhar minhas experiências, pois muitas mulheres desconhecem o câncer de ovário, seus sintomas e sua gravidade.
 
Pesquisem na net "Vencendo o câncer de ovário" lá faço meus desabafos e falo sobre a doença e tratamento.
 
Deus abençoe vocês.