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  • Ana Maria de Lima Gomes Pereira - Câncer de Ovário
    Mantenha pensamentos positivos e a esperança de que tudo vai dar certo.
Meu nome é Ana Maria, tenho 50 anos e fui diagnosticada com câncer de ovário em março de 2014. 

Minha história é muito parecida com a relatada pela Ana Cristina, e assim vou me abster de repeti-la. Algumas vezes ainda me questiono do motivo de ser atingida pela doença. 

Anualmente fazia acompanhamento ginecológico, além dos exames regulares; me considerava fora do chamado "grupo de risco”: não bebo, nem fumo, procuro me alimentar bem, pratico exercícios físicos regularmente e não possuo nenhum parente direto com histórico de câncer. 

Quando comecei a sentir alguns sintomas, relatei-os a minha ginecologista. Penso até que ela tenha sido negligente, não solicitando outros exames específicos e insistindo que se tratavam de sintomas da menopausa. Mas eu também tenho uma parcela de culpa: por comodidade tenha confiado demais em um só profissional, sem procurar outras opiniões. 

Agora é encarar a realidade! Infelizmente aconteceu e além de conviver, tenho que encarar o fato de que fui diagnosticada com câncer. 

Há pouco tempo atrás eram raros os casos, em sua maior parte em idosos e com final infeliz. Hoje temos a doença muito mais próxima: amigos, conhecidos e familiares, pessoas de todas as idades, independente de classe social. 

A doença está se tornando tão comum que alguns especialistas já falam em transferir o tratamento quimioterápico convencional aos clínicos gerais, liberando o oncologista para os tratamentos mais delicados e complicados, que exijam um pouco mais de atenção. 

O câncer de ovário é silencioso e os seus sintomas são facilmente confundidos com outras doenças, sendo diferentes em cada indivíduo. 

Não se conforme com os "achismos” e procure a opinião de outro profissional. Se já tiver tido caso de endometriose, cisto ou tumor benigno, peça ao seu ginecologista, além dos exames rotineiros, outros complementares e também, os marcadores tumorais. 

Quando receber o diagnóstico da doença, tente manter a calma. Chore se desejar, mas não se desespere. Atualmente o câncer não é uma sentença de morte e sim, um aviso de que você terá que passar por um momento difícil na sua vida. 

Mantenha pensamentos positivos e a esperança de que tudo vai dar certo. 

O câncer é uma doença relativa e seu desenvolvimento se dá de maneira única em cada indivíduo, em virtude das nossas diferenças físicas, psicológicas e biológicas. Os médicos ainda não possuem uma resposta certa e precisa do que virá pela frente, mas a confiança no profissional que irá cuidar de você é essencial. 

Se não se sentir seguro, procure uma segunda opinião, ou até uma terceira, até que se sinta realmente confiante para o início do tratamento. Procure sanar todas as dúvidas com o seu médico, inclusive com o que lê, assiste ou ouve por aí. Muitas das informações não servem para nada, a não ser deixar-nos mais preocupados do que estamos. Por isso não sofra por antecipação. Buscar informações confiáveis sobre a doença, a quimioterapia e os seus efeitos é muito importante. Conhecendo o inimigo fica mais fácil derrotá-lo. 

Não se apegue demais a doença e foque o pensamento no seu tratamento e na sua cura. Muitas vezes a busca na internet mais assusta do que ajuda. Todas as vezes que se deparar com uma notícia ou estatística negativa, coloque-se do lado positivo. Tomo como exemplo o vídeo do Dr. Rafael Kaliks aqui no Oncoguia, em que ele diz que em 2014 serão diagnosticados aproximadamente seis mil novos casos de câncer de ovário, e que quase 70% estarão em fase avançada, o que significa que não serão curados. 

Em meu pensamento coloco a força de que serei parte dos 30% curados e ainda torço para que a estatística desse ano seja revertida para números mais favoráveis. 

A fé é muito importante. Acredite que Deus sabe exatamente o que faz. Acredite que sairá mais forte e feliz para um novo recomeço! A sua vida com certeza muda, assim como as pessoas ao seu redor. 

Você não está só! Procure e aceite a ajuda de sua família, dos amigos e de pessoas que querem ajudar. Além dos profissionais que estarão contigo nesse momento: enfermeiros, nutricionista, fisioterapeuta, psicólogo, oncologistas e ginecologistas. 

A maioria das pessoas que passaram pela doença concordam que a pior parte do tratamento é a quimioterapia. Realmente não é um tratamento agradável, mas também não chega a ser aquela coisa horrível que assistimos em filmes e novelas. Não há certezas de como o seu corpo irá reagir.
Existem medicamentos e alimentos que ajudam a atenuar os efeitos colaterais, mas caberá a você testar quais que minimizam as suas reações. A única certeza é que devemos estar bem preparados física e psicologicamente. 

Tenha paciência! É uma fase ruim e dolorosa em que você tem de se cuidar. Logo a sua vida voltará ao normal, mas agora você viverá um momento único, um aprendizado que nenhuma outra pessoa do mundo passará por você. 

Conheça pessoas e se conheça, ouça outras histórias e conte as suas, observe as pessoas e deixe-se observar, reflita sobre sua vida, suas atitudes, sua maneira de ser e viver. Procure colocar-se no lugar de outras pessoas e observar além do seu umbigo. Lembre-se de que há pessoas com sofrimentos bem maiores do que o seu. 

Ore e peça a Deus por você, seus familiares, amigos e porque não pelos seus inimigos? Será que não é a hora de perdoar e pedir perdão? Ore pelas pessoas que sofrem e que não tem mais esperança de um consolo ou cura. Isso traz uma paz enorme e faz um bem danado para a alma!