Para compreender as atitudes das pessoas em relação à doença e os níveis de conhecimento dos sinais e sintomas entre o público geral, a Global Lung Cancer Coalition (GLCC) - uma aliança de organizações de pacientes comprometida com a conscientização e melhoria dos resultados no combate ao câncer de pulmão - realizou pesquisa em 25 países, entre eles, Brasil, Estados Unidos, França e Alemanha. Os números revelaram falta de informação e estigma em relação ao câncer de pulmão.
Segundo o levantamento, metade dos brasileiros sequer conseguem citar um sintoma do câncer de pulmão. Globalmente, 42%, ou cerca de uma em cada quatro pessoas, consegue nomear tais sintomas. No Brasil, em média, as pessoas só conseguem nomear um sintoma de câncer de pulmão, ficando entre os mais conhecidos a falta de ar (34%), tosse (30%) e dor torácica (16%).
De acordo com os dados do GLCC, o câncer de pulmão é o câncer mais comum no mundo. Cerca de 1,8 milhão de pessoas são diagnosticadas com a moléstia a cada ano e 1,6 milhão de pacientes (89%) morrem em decorrência da doença. Os dados também são preocupantes no Brasil. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), foram estimados 28.220 novos casos da doença em 2016, sendo 17.330 homens e 10.890 mulheres. De acordo com dados de 2013, 24.490 morreram em decorrência do câncer de pulmão, sendo 14.811 homens e 9.675 mulheres.
O estudo mostrou que fatia significativa de homens e mulheres pelo mundo expressam falta de simpatia para com as pessoas com câncer de pulmão. O estigma, destacam os pesquisadores, engendra um preconceito muito negativo, e ainda muito pior com aqueles que convivem com a doença, sua família e seus entes queridos.
Com relação à percepção geral em relação ao câncer de pulmão, o levantamento observou que há uma forte antipatia em relação aos pacientes com a doença devido à associação da enfermidade ao tabagismo. Dados mundiais dão conta que oito entre dez casos de câncer de pulmão estão ligados ao tabagismo. No levantamento do GLCC, uma em cada cinco pessoas (21%), globalmente, confirmou ter menos simpatia para indivíduos com câncer de pulmão do que outras formas de câncer. No Brasil, essa fatia é maior, de 29% dos entrevistados. Esse número cresceu em relação ao levantamento realizado em 2010, quando a antipatia pelos pacientes com câncer de pulmão era de 28%.
A pesquisa aponta ainda que homens têm menos simpatia que as mulheres em relação aos pacientes com a doença, e que a faixa etária que mais julga negativamente esses pacientes têm de 35 a 44 anos. "Este é um problema, não apenas por que milhares de pessoas que desenvolveram câncer de pulmão nunca fumaram, mas também porque as pessoas que fumaram podem se sentir culpadas e demorar a falar com seu médico sobre possíveis sintomas”, diz Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia, parceiro do GLCC no Brasil.
Os dados completos dessa pesquisa e as diversas abordagens sobre esse tipo de câncer, como controle do tabagismo, prevenção, diagnóstico e tratamento da doença, serão discutidos no próximo dia 27, em São Paulo, no "Fórum Temático Oncoguia - Câncer de Pulmão", iniciativa do Instituto Oncoguia, com a participação de especialistas e pacientes. "A pesquisa mostra a importância de entender melhor a doença e de levar ao público informação adequada, que dismistifique e conscientização sobre causas e sintomas do câncer de pulmão. No caso do paciente, quanto mais precoce o diagnóstico, maior é a chance de um tratamento bem-sucedido”, afirma Luciana.
Serviço:
Fórum Temático Oncoguia - Câncer de Pulmão
Data: 27 de novembro
Horário: 8h30 - 17h
Local: HB Hotels Ninety
Endereço: Alameda Lorena, 521 – Jardim Paulista - São Paulo
Sobre o Instituto Oncoguia
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Fontes:
- Dados do INCA
- Estudo global The Tobacco Atlas