O câncer de ovário representa 1,2% das neoplasias malignas nos Estados Unidos e apesar de não ter uma incidência elevada, apresenta alta mortalidade, pois em mais da metade dos casos (58%) só é diagnosticado em estágio avançado com presença de metástase. Na média cursa com uma sobrevida em 5 anos de 48%, mas quando o diagnóstico é feito na doença restrita ao ovário, esta sobrevida aumenta para 92% em 5 anos. Seu subtipo predominante é de origem epitelial, entre os fatores de risco podemos citar a idade (predomina em mulheres na faixa dos 60 anos), infertilidade, obesidade, história familiar ou fatores genéticos como por exemplo mutações no BRCA. Já entre fatores de proteção, temos a multiparidade e uso de anticoncepcional oral durante o menacme.
Investigação recente sobre câncer de ovário
Estudo publicado em janeiro no Clinical Proteomics buscou encontrar proteínas/biomarcadores que se associem ao câncer ovariano e que possam ser identificadas na secreção do colo uterino, a qual é coletada regularmente para o screening de neoplasia cervical. Na Universidade de Minnesota foi realizada análise de 3 espécimes diferentes provenientes de uma paciente de 72 anos com adenocarcinoma seroso de ovário/peritônio metastático, sem comprometimento da cérvix, a saber: o fluído do papanicolau — Pap test (onde é colocado a secreção cervical) —, um outro método de swab cervical (Merocel) — obtidos antes da cirurgia oncológica — e por fim, o próprio tecido tumoral primário.
Foram identificadas quase 5 mil proteínas juntando as 3 amostras, sendo 2.293 delas presentes nos 3 espécimes. As proteínas mais encontradas no tumor foram hemoglobina alfa e miosina-9, enquanto as predominantes no Pap test e no swab cervical após albumina foram as imunoglobulinas e também alfa 1 antitripsina, serotransferrina e complemento C3. Biomarcadores ovarianos conhecidos do câncer ovariano seroso, como o Ca-125, HE4, mesotelina, LRG e CD44 também foram encontrados nas amostras cervicais. O HE4 e alguns outros marcadores foram encontrados apenas nas amostras do colo uterino, possivelmente por a avaliação tumoral ser proveniente de apenas uma pequena fração do tumor e pelo fato de que alguns peptídeos podem ser expressões apenas das células cervicais e não da neoplasia. Vale lembrar também que Ca125, HE4 e mesotelina podem estar expressos na ausência de malignidade. Amostras futuras comparando espécimes normais e de pacientes com câncer deverão ser feitas para melhor avaliação e verificar se estes marcadores são vistos em maiores níveis nas pacientes doentes. Estudos anteriores investigaram detecção de câncer de ovário em amostra de Papanicolau por análise de DNA e suas mutações. A combinação das técnicas tende a aumentar a sensibilidade.
Mensagem prática
Estudos envolvendo maior número de pacientes devem ser realizados para avaliar se será possível realizar screening simultâneo para neoplasia de colo uterino e ovário através da coleta de secreção cervical, quais serão os biomarcadores mais adequados, custos e viabilidade. Caso se torne uma realidade, esta medida poderá antecipar a fase de detecção do câncer de ovário e mudar drasticamente sua sobrevida.
Fonte: PebMed
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