Posicionamento Oncoguia: Outubro Rosa Ministério da Saúde

Outubro Rosa é o mês historicamente dedicado à conscientização da sociedade a respeito do câncer de mama. Neste mês, inúmeras campanhas usando a cor rosa fazem de tudo para mostrar a importância do diagnóstico precoce com base no rastreamento com mamografia, que possibilita uma alta chance de cura. 

O Instituto Oncoguia, assim como sociedades médicas, viram com espanto a postagem de Outubro Rosa elaborada pelo Ministério da Saúde (abaixo), onde a cor rosa é usada para chamar a atenção de limitações potenciais da mamografia, enquanto a cor marrom é atrelada às indicações de mamografia. Parece um detalhe, mas não é.


Mamografia salva vidas. Mas, para que tenhamos uma redução das mortes por câncer de mama graças à mamografia, ao menos 70% da população de mulheres com indicação deveria de fato fazer a mamografia. No Brasil como um todo, menos de 30% das mulheres elegíveis realizam o exame como recomendado. O MS deveria usar seus recursos e a campanha para AUMENTAR a aderência à mamografia, usando a cor internacional da campanha, o rosa para aumentar acesso, estimular diagnóstico precoce e salvar vidas! Ao invés disso, produzem uma cartilha distorcendo informações, ignorando que mamografia de rastreamento salva vidas e dando destaques a aspectos técnicos que sem uma explicação pessoal do médico, tendem a assustar as mulheres e a diminuir aderência. Acerca dos possíveis malefícios da mamografia antes dos 50 e após os 70 anos, listado em destaque pelo MS (no único painel rosa), o Instituto Oncoguia gostaria de esclarecer:

Os dados do próprio Instituto Nacional do Câncer, INCA, mostram que 34,6% dos casos acontecem antes dos 50 anos. O estudo brasileiro Amazonas, mostrou que aproximadamente 40% dos casos acontecem antes dos 50 anos. Por isto, o Instituto Oncoguia, assim como todas as sociedades médicas que lidam com o câncer de mama (Sociedade Brasileira de Mastologia e Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica) recomenda que a mamografia deve ser iniciada, mesmo quando não há sintomas, a partir dos 40 anos. Em caso de alterações, um mastologista deve ser consultado. O risco de “falso-positivos” em mamografias bem feitas é baixo e eventualmente biópsias podem ser necessárias para confirmar ou não a presença de câncer, com baixo risco de complicações pelo procedimento. Nos preocupa muito mais o risco de sub-tratamento que coloque a vida de uma paciente em risco. Aliás, a mortalidade por câncer de mama no Brasil está crescendo, enquanto em diversas partes do mundo está caindo e o diagnóstico precoce certamente seria uma forma de tentar inverter esta tendência. Nas pacientes jovens (mas também nas com mais idade), não temos ainda instrumentos diagnósticos seguros para garantir que um eventual carcinoma não evoluiria e não viria a causar a morte da paciente como a postagem do MS sugere.

O Instituto Oncoguia lembra ainda que o IBGE sugere que a expectativa de vida média das brasileiras passou de 74 anos, portanto entendemos que uma mulher com 70 anos, com boa saúde e com expectativa de vida de pelo menos 5 anos NÃO deva parar de realizar suas mamografias de rotina, embora certamente valha uma discussão individualizada com o médico.

O Instituto Oncoguia está extremamente preocupado com a baixíssima cobertura mamográfica nas pacientes de 50-69 anos e está cobrando do Ministério da Saúde ações mais efetivas para ampliar esta cobertura. O MS deveria estar preocupado em, no mínimo, oferecer mamografia para pelo menos 70% da população-alvo e deveria estar trabalhando para ampliar o acesso ao diagnóstico e tratamento precoce, em respeito a Lei dos 60 dias, ampliar o acesso à radioterapia, oferecer reconstrução para todas as mastectomizadas e oferecer tratamentos oncológicos em linha com as diretrizes internacionais. Aí sim teríamos o que comemorar no Outubro Rosa.

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