[TUMOR CEREBRAL] Roberto Carlos Bartolomei

Instituto Oncoguia - Você poderia se apresentar?

Roberto Carlos Bartolomei - Roberto Carlos Bartolomei (Esse cara sou eu)

Instituto Oncoguia - Qual seu tipo de câncer?

Roberto Carlos Bartolomei - Astrocitoma de Grau 3.

Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer?

Roberto Carlos Bartolomei - Passei mal na rua, fui para o hospital, primeiro exame diagnostico de pressão, fui medicado e mandaram para casa, isso por volta de 13:00, fui para casa deitei dormi, acordei as 20:00, lado esquerdo do corpo inteiro doendo e pontos de dormência e formigação.

Voltei no hospital relatei os sintomas, fizeram uma tomografia no cérebro e primeiro diagnostico, AVC, dia seguinte AVCI, Internação, dia 29/12/2006, 30/12/2006 médico pediu uma ressonância, foi onde acusou o tumor de crescimento lento, mas lá estava ele.

02/01/2007,  entra um santo homem na sala, se apresenta como Neurocirurgião e dá o seguinte diagnostico, Tumor, procedimento, 1 pode pegar os exames e procurar opinião de um outro cirurgião. 2 Fazer biopsia, porém pode afetar células tumoral boas. 3 Cirurgia.

Fiz uma reunião comigo mesmo e a minha decisão foi a seguinte:

Não saio do hospital com o tumor na cabeça, Dr. Álvaro, entrego a minha cabeça em suas mãos se vira, meu filho fez 6 meses no dia em que descobri o tumor e sei que ele precisa muito de mim.

Dr. Álvaro preciso falar mais alguma coisa? Ele respondeu,  não, entendi o recado.

No quarto minha esposa e um funcionário que foi me visitar,

Minha esposa disse: faz o que você se sentir melhor.

Meu funcionário, disse: não teria a sua coragem virou chorando e foi embora.

Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico?

Roberto Carlos Bartolomei - Tranquilo como durante o tempo que fiquei no hospital aguardando a cirurgia, o Dr. Álvaro, em nenhum momento escondeu nada e nem foi omisso, falou de tudo o que poderia acontecer, desde tumor simples, maligno, cirurgia tranquila, sequelas, ficar em uma cama parecido com uma berinjela, claro e objetivo, não vou tirar todo o tumor, para não afetar células boas, e o resto você tira na Radio e na Quimioterapia, tudo isso antes da cirurgia.

Instituto Oncoguia - Qual foi a sua maior preocupação neste momento?

Roberto Carlos Bartolomei - Meu filho, minha esposa, minha mãe e família.

Instituto Oncoguia - O que aconteceu depois disso?

Roberto Carlos Bartolomei - O pior, ser diagnosticado por uma médica que nunca me viu na vida, e disse que o plano de saúde não ia cobrir a quimioterapia, via oral, por se tratar de uma sobrevida de 3 meses...

Instituto Oncoguia - Você já começou o tratamento?

Roberto Carlos Bartolomei - Isso foi em 2007

Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil?

Roberto Carlos Bartolomei - O inicio da químio, passava muito mal, dormia pouco, quase nada, comia pouco, com medo de não segurar e passar mal, terrível.

Mas uma santa mulher me disse em um dos meu momentos de choro por causa do mal estar que eu estava sentindo, filho ele é ruim mas é ele que vai te salvar, depois disso fiquei amigo dos comprimidos.

Instituto Oncoguia - Você teve efeitos colaterais?

Roberto Carlos Bartolomei - Queda de cabelo, para mim, sem problemas, passava a máquina zero e raspava com aparelho de barbear, e isso foi uma constante rotina, fazia a barba e raspava o cabelo. Muita dor de dente, hoje meus dentes quebram com grande facilidade já perdi boa parte.

Instituto Oncoguia - Como foi a relação com o seu médico?

Roberto Carlos Bartolomei - Melhor impossível, Neurocirurgião virou amigo, infelizmente perdi o emprego no 3º ano de acompanhamento e não vi mais a Dra. Regina oncologista  do IBCC, e o Dr. Eduardo da Radio também do IBCC.

Instituto Oncoguia - Com que outro profissional você se relacionou?

Roberto Carlos Bartolomei - Fiz uma consulta com outro oncologista, que me receito um belo de um calmante para tomar antes da químio, deitava dormia acordava 13:00 depois sem passar mal.

Instituto Oncoguia - Você fez acompanhamento psicológico?

Roberto Carlos Bartolomei - Fiz, tomava químio durante 5 dias e descansava 4 semanas, durante estas 4 semanas, levantava às 6:00 em Guarulhos, pegava meu carro ia para o escritório em Cotia trabalhar, foi o melhor tratamento psicológico que fiz, quando não estava bem, ficava em casa dormindo ou cuidando do meu filho.

Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje?

Roberto Carlos Bartolomei - Normal, recentemente passei mal com tontura fui para o hospital, relatei os problemas que tive, fiz ressonância, levei para o neuro está normal.

Instituto Oncoguia - Conte-nos sobre seu trabalho e planos para o futuro.

Roberto Carlos Bartolomei - Sou representante comercial, levo uma vida dentro da maior normalidade.

Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje?

Roberto Carlos Bartolomei - Antes de tudo calma, você recebeu um atestado de doença e não de óbito antecipado, faça tudo o que o medico mandar fazer, siga o tratamento a risca, Fé sempre fé em Deus, ele vai te curar.

Instituto Oncoguia - Qual a importância da informação durante o tratamento de um câncer?

Roberto Carlos Bartolomei - Fundamental.

Instituto Oncoguia - Você buscou se informar?

Roberto Carlos Bartolomei - Internet, amigos médicos.

Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia?  

Roberto Carlos Bartolomei - Em uma entrevista na Rádio CBN ou Bandeirantes, foi escutando radio no carro.

Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar?

Roberto Carlos Bartolomei - Primeiro preciso conhecer melhor vocês, o que vocês fazem já é de uma grandeza fora do comum.

Instituto Oncoguia - Você sabia que possuímos um trabalho focado na melhoria da situação do Câncer no Brasil? Estamos sempre em contato com políticos e gestores que podem ajudar a melhorar as políticas públicas brasileiras relacionadas ao câncer. Se você fosse mandar um recado para um político, o que você gostaria que mudasse ou melhorasse considerando tudo o que você passou?  

Roberto Carlos Bartolomei - Qualquer tratamento mais complexo deveria ser de graça ou com preços mais acessíveis, o medicamento que tomei custava na época, por volta de 5 a 10 mil reais o vidro com 5 comprimidos de acordo com miligramas.

Porque o tratamento contra AIDS é gratuito

Câncer não é por falta de informação, alguns podem ser diagnosticados antes mas a grande maioria não. Polêmica a parte.