Por que o exemplo de Angelina Jolie é importante?

O New York Times publicou artigo da atriz AJ, onde ela conta que se submeteu a mastectomia bilateral profilática, criando um furor mundial na discussão deste procedimento. Mas, afinal, esse é um tema importante? O Instituto Oncoguia considera que SIM.

 

Aproximadamente 10 a 15% das mulheres que desenvolvem câncer de mama têm este câncer como conseqüência de uma predisposição genética hereditária. Isto quer dizer que elas herdaram, do pai ou da mãe, um gene com mutação, e esta mutação aumentou o risco de elas desenvolverem o câncer de mama. Embora estes 10 a 15% possam parecer pouco, para a mulher que de fato têm estas mutações predisponentes ao câncer, a probabilidade de desenvolver o câncer de mama ao longo da vida pode chegar a 85%. E mais que isso, na dependência do tipo de mutação presente, aumenta muito também o risco de desenvolver câncer de ovário, risco este que pode chegar a 55% ao longo da vida destas mulheres.

 

AJ é portadora de uma destas mutações, no caso, do gene conhecido como BRCA1.

 

Uma mulher descobre que é portadora desta mutação predisponente ao câncer através de um teste genético, feito em amostra de sangue ou saliva. Mas a grande discussão não começa pelo teste, e sim por quem deve fazer o teste. Esse é o ponto chave. Saiba quem deve discutir a possibilidade de ter uma predisposição genética hereditária com seu médico. Ele é que determinará a necessidade de realizar o teste genético. Isto porquê não são todas as pessoas com história familiar que devem fazer o teste, elas devem primeiro passar por avaliação médica antes de qualquer exame:

 

  • Mulheres saudáveis que tenham uma história familiar de câncer de mama, especialmente se ao diagnóstico estes parentes eram jovens.
  • Mulheres com parente sabidamente portador de mutação predisponente ao câncer.
  • Mulheres saudáveis que tenham história de parentes com câncer de ovário, ou história familiar de câncer de mama e ovário.
  • História de câncer de mama em homens na família.

 

Com base nesta história familiar, será feita uma avaliação oncogenética, sendo que o teste genético propriamente dito somente deve ser solicitado após a orientação de que fazer no caso de o teste ser positivo. Fazer um teste genético sem ter as orientações prévias pode ser uma receita de problemas mais que de soluções. E via de regra, o teste genético é feito primeiramente na parente que já teve o câncer, e somente depois nas pessoas saudáveis da família.

 

Mas vamos lá, voltando ao caso de AJ. Sabendo que ela tinha o teste positivo para mutação de BRCA1, e, portanto, um risco imenso de desenvolver tanto câncer de mama (até 85% ao longo da vida) quanto câncer de ovário (50% ao longo da vida), ela decidiu se adiantar e fazer a prevenção. A prevenção também poderia ser feita com:

 

  • Terapia hormonal.
  • Rastreamento com ressonância de mama e mamografia anuais (que detectariam precocemente um câncer, permitindo a cura).

 

Ela optou pela mastectomia profilática bilateral, onde é retirada toda a glândula mamária, mas poupada a pele e mamilo, e colocada prótese bilateral. Com isso, o risco de ela desenvolver um câncer de mama diminui em mais de 90%. Sobra ainda o risco de câncer de ovário, para o qual ela terá a opção de retirada cirúrgica dos ovários. Normalmente, em casos como este, se recomenda que a retirada dos ovários ocorra somente depois que a mulher tenha tido seus filhos.

 

O que o artigo dela tem de fantástico, é a abordagem por uma pessoa conhecida no mundo todo, sobre um tema que não pode ser tabu e que deve sim invadir nossas casas para que todos possam se informar e pensar sobre isso. Como ela mesma diz, ela continua se sentindo e sendo tão feminina quanto sempre foi, e, certamente continuará com uma vida ativa, produtiva e feliz.

 

AJ deve ser parabenizada pela coragem e comprometimento com a saúde das mulheres do mundo!

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