[PERFIL] O câncer, a Transformação e a Militância

Ela é natural de Santos (litoral paulista), residente apaixonada por São Paulo e tem um quezinho de carioca no s que escapa puxado e no histórico profissional. Esta é a Sonia Cecatti (Sonia sem acento circunflexo, frisa), PHD em física, vice-presidente do Instituto Oncoguia e avessa à exposição da sua imagem. É, acredite. O processo de convencimento a ter-se perfilada foi longo. Por fim ela aceitou, com uma ressalva: "Não vão me filmar, ok?”. "Ok”.

Ela também não gosta de auê quando faz aniversário e, nesse ano, não contou para ninguém da equipe de trabalho sobre a virada para os sessenta e um. "Mas quando fiz sessenta eu gostei. Fazer sessenta é muito bom! Vaga de estacionamento, cinema mais barato. Acredita que na semana passada eu paguei R$5 no cinema? Cinco reais!”.

Para uma cinéfila, como se declara, cinema a R$5 é mesmo muito bom

Sonia é circunspecta, correta, exigente. "Mas é porque eu sou física. Sou exata”, diz rindo. Ela teve câncer de mama em 2001, antes de passar por um câncer na tireoide em 95 e ter claro para si mesma que, no seu caso, a doença teve estreita relação com a terminalidade de uma vida em sua vida.

O esposo de Sonia, Eugênio, faleceu precocemente aos 38 anos em 92, quando um acidente de carro no Rio de Janeiro o levou, deixando para Sonia – que à época trabalhava como física médica no INCA (Instituto Nacional do Câncer) - e sua filha Patrícia a ausência insuperável.

"Com o câncer de mama eu entendi que teria de aprender não a me curar da doença, mas a parar de ter a doença, o que é muito mais difícil”.

"E onde encontrou argumentos para aprender a não ter mais a doença?”, perguntou a repórter. Sonia afirma que a psicoterapia por determinado período foi muito importante, assim como abrir-se para as pessoas. "Eu era intransponível”, lembra. "Hoje sou mais aberta, sou mais possível aos outros”, complementa.

Sonia voltou para São Paulo em 95 para trabalhar na Fundacentro. Com a doença abriu-se para os outros e também para o mundo. De carro, ônibus e avião. Ela, religiosamente, viaja todos os anos. Organiza-se entre mapas, planejamentos financeiros (gosta de seguir viagem já com tudo pago!) e roteiros para peregrinar pelo planeta.

A física conta que durante o período de pesquisadora pela Fundacentro viajava muito para apresentar trabalhos científicos em congressos. "Daí eu emendava as minhas férias, né?”, sorri orgulhosa.

Nesse ano Sonia foi para Nova York com dois sobrinhos, filhos da irmã Sueli. Mas há muitas e muitas outras memoráveis, entre elas, a longa viagem para Oriente Médio. Ela seguiu sozinha e visitou lugares e tempos da história que nunca antes imaginou. "Eu naveguei no Mar da Galileia em Israel, onde Jesus andou sobre as águas. Aquilo foi incrível. E o muro das lamentações? Tocou-me muito profundamente”.

O câncer de mama também apresentou Sonia à militância. À militância, ao Oncoguia e à jornalista que escreve. Durante o tratamento a física criou a MAMAinfo, extinta entidade sem fins lucrativos composta de profissionais voluntários de diversas áreas do conhecimento, que tinha por missão conscientizar as pessoas que existe vida durante e depois do câncer de mama. O principal projeto da MAMAinfo era um portal, que disponibilizava informações atualizadas sobre o câncer de mama.

Contrariando a Lei da Atração, os iguais se atraíram. Sonia conheceu a psico-oncologista Luciana Holtz, empreendedora social disposta a ajudar o paciente com câncer a viver com qualidade em 2009. Holtz é a fundadora e presidente do Instituto Oncoguia, ao qual se fundiu a MAMAinfo.

E a física continua a viver a sua história. Com suas viagens, seu trabalho social, suas idas ao cinema... em convívio com os amigos, a filha e o netinho Gabriel, que chegou ao mundo 3anos atrás.

O câncer de mama? Foi um marco de transformação. Mas a sua vida vai além, muito além dele.
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