Os registros em saúde no Brasil são ainda feitos de forma muito inconsistente. Por essa razão é muito difícil tomar como certeiros os dados epidemiológicos de quaisquer doenças, incluindo o câncer.
Para quase todas as neoplasias, números oficiais relacionados a rastreamento e incidência são geralmente subestimados e a comunidade científica em muitos casos ampara-se em dados da Agência Internacional para Pesquisa do Câncer (Globocan-OMS), em detrimento daqueles apresentados pelo Instituto Nacional do Câncer.

A coordenadora geral do DAET/SAS (Ministério da Saúde), Patrícia Sampaio Chueiri, contou aos participantes do Fórum que o MS está em início de processo de revisão de métodos para, no futuro, compor um registro único do câncer.
Ela explicou que, hoje, há duas formas de fazer o registro do câncer no país, a partir da base populacional (responsabilidade das Secretarias Estaduais) e da hospitalar (incumbência dos prestadores, privados e públicos). Ambos, como diz, "têm pontos críticos”.
"O registro de base populacional ainda não está em todos os Estados. Apenas em 10, que tem critério de qualidade que podemos considerar. Então, a ideia é fortalecer os Estados, com recursos financeiros, para que possamos contar com seus dados. O registro hospitalar, precisaremos rever, pois embora seja uma obrigatoriedade, nem todos os prestadores usam. Vamos fiscalizar e, mais para frente, analisar como o registro vem sendo feito”.
Dra. Patrícia diz que a discussão no Ministério da Saúde terá início no segundo semestre deste ano.