É muito comum pacientes com câncer sofrerem com a falta de acesso a medicamentos indispensáveis à cura ou controle de sua doença, e o problema é ainda maior quando trata-se de terapias não aprovadas pela ANVISA.
É o caso da lenalidomida, medicamento para o tratamento do mieloma múltiplo que embora autorizado para uso em mais de 80 países, incluindo os Estados Unidos, ainda não foi aprovado por aqui.
A terapia é fundamental e insubstituível para a grande maioria dos pacientes em algum momento do tratamento, e a única forma de o conseguirem é através de ações judiciais. Mesmo quando o judiciário mostra-se favorável, a burocracia para a importação e entrega do medicamento coloca os pacientes em situação de risco.
Como o mieloma múltiplo é um câncer incurável, pacientes de todo o país, ‘ano a ano, mês a mês’, repetidamente, enfrentam o desgaste de terem de brigar pelo direito à sua vida.
Reportagens recentemente publicadas na imprensa contam histórias de pacientes que aguardam há meses para receberem o medicamento e, a cada telefonema ou visita à secretaria de saúde de seu estado ou município, frustram-se com as notícias negativas.
O advogado Rogério S. Oliveira conta em matéria publicada neste mês, no Jornal Diário Regional:
"Tentei fazer contato, mas não souberem me dizer direito o que está acontecendo. Afirmaram que devia ser um problema no departamento de comércio exterior, mas que não podemos ter acesso a ele”.
Oliveira vem travando verdadeira luta com o governo estadual desde que ganhou o direito de receber o remédio. Em 2013 só recebeu o medicamento de agosto a outubro
O acesso a tratamentos de alto custo no Sistema Único de Saúde será tema de debate no
IV Fórum Nacional de Discussão de Políticas de Saúde em Oncologia, que acontece em São Paulo, nos dias 05 e 06/02, no Instituto CIEE (Rua Tabapuã, 445, Itaim Bibi). Também no Fórum serão discutidos temas relacionados aos diretos dos pacientes com câncer. O evento tem inscrições gratuitas.
Leia e assista as reportagens sobre a falta de acesso à lenalidomida: