[LINFOMA DE HODGKIN] Ilcivana Izidro

Ilcivana Izidro, diagnosticada com Linfoma de Hodgkin, nos enviou este depoimento a fim de dividir sua experiência e, quem sabe, ajudar outras pessoas que estejam passando pela mesma experiência.

Leia abaixo a história de Ilcinana Izidro.

Meu nome é Ilcivana Izidro, tenho 32 anos, sou de Manaus, tenho duas filhas lindas de 11 e 2 anos de idade. Tenho um marido (Wagner) maravilhoso, companheiro, parceiro que cuida de mim, principalmente depois que adoeci. Moro com minha mãe que tem sido mais que nunca meu grande apoio. Eu costumo levar minhas filhas para passear e vou ao cinema com frequência porque eu e o Wagner amamos filmes e atualmente cinema e sair para comer são nossos programas preferidos.

Dia 01/07/2014 fui diagnosticada com Linfoma de Hodgkin Clássico, subtipo esclerose nodular. Adoeci e achava que estava com virose, febre alta, dor no corpo e muita tosse. Fiz exames e não detectaram nada e o médico pediu um raio-x por causa da tosse persistente, foi quando disse que era pneumonia e tratei por quase um mês, como não houve melhora ele pediu para um pneumologista olhar o raio-x. O pneumologista pediu uma tomografia computadorizada com contraste e 6 dias depois o laudo: Suspeita de Linfoma. Fui buscar o laudo com meu marido, com o laudo na mão, digitei no Google LINFOMA e na lista de busca, a palavra era interligada ao câncer, o coração acelerou e fiquei paralisada, anestesiada, fiz várias buscas no celular dentro do carro e foi dando aquele nó na garganta. Fomos calados pra casa, o trânsito não ajudava, quando finalmente cheguei em casa, me joguei na cama e chorei, chorei muito, chorei tudo o que tinha para chorar, lamentar, questionar, duvidar, me auto criticar e me culpar. Acabando aqueles 40 minutos do impacto, respirei fundo e saímos dali para uma consulta com um oncologista. Eu não dormiria aquela noite nem todas as outras só com as informações do Google. Na consulta, tirei todas as dúvidas, fui informada do grande percentual de cura nesses casos e fui pra casa um pouco mais aliviada.

Minha preocupação era contar pra minha mãe, uma vez que nesse mesmo dia, 01/07/1999, 15 anos atrás meu pai também recebera seu diagnóstico dele, câncer no esôfago. Meu pai já estava em estágio avançado, fez uma cirurgia e algumas sessões de radioterapia e sua luta acabou 7 meses depois do diagnóstico, quando faleceu. Isso seria o mesmo que tirar o chão de minha mãe e realmente foi assim ... Apesar dos medos, angústias, dúvidas, eu respirei fundo e pedi forças pra Deus e Ele me atendeu, como sempre!

Trabalho na Secretaria de Assistência Social do Estado e entre tantas assistentes sociais e psicólogas, está minha "quase chefe”, uma psicóloga maravilhosa que me orientou e tornou tudo mais leve, me ensinando a sorrir sobre todas as circunstâncias.

Ainda vou iniciar o tratamento na primeira quinzena de agosto e sei o que vou ter que enfrentar. Me informei muito na internet, nos sites confiáveis, comprei livros, biografias de pessoas que venceram o câncer, li depoimentos de pessoas que estavam tratando, de pessoas que estavam tendo alta, outras que estavam voltando a fazer quimioterapia, enfim, busquei todas as informações sobre como passar por tudo da melhor maneira possível. A informação é importante para que você acompanhe e entenda o passo a passo de todo processo da doença, dos exames, o tratamento ao fim do tratamento, pra que você acima de tudo saiba o que realmente está acontecendo com você, com seu corpo.

Gostaria que os exames, todos eles, inclusive os de imagem, fossem direito de todos, porque é lei, mas que essa lei saísse do papel, que um PET SCAN, por exemplo, não fosse marcado para 3 meses após a data do pedido e que uma biópsia não demorasse 3 meses para chegar o laudo, aliás, que não houvesse demora para todo e qualquer exame que seja imprescindível para diagnosticar um paciente, por que a demora faz com que muitas pessoas percam suas chances de tratar e curar por causa da demora nos diagnósticos.

Espero poder voltar aqui depois do tratamento ou durante o tratamento  e contar como foi a minha batalha e poder ajudar a dar esperança a quem pensa que o câncer é letal. Com força, fé e determinação tudo termina bem. Eu Creio nisso!
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