[ENTREVISTA] Pensando o Câncer de Forma Diferente - Este foi o tema de evento realizado pelo CECON

O Instituto Oncoguia conversou com a psicanalista Jurama Oliveira sobre aconselhamento genético.
 
O diagnóstico de câncer pode muitas vezes, desencadear uma série de inseguranças, incertezas, dúvidas. Quando o câncer transpõe o diagnóstico individual e passa a ser familiar, o aconselhamento genético se faz presente com o propósito de entender as causas dessa doença.
 
Instituto Oncoguia - O que é o Aconselhamento Genético? Esta pode ser considerada uma nova área da Medicina?

Jurama Oliveira - O aconselhamento genético é uma ferramenta da genética clínica que permite ao médico ajudar o paciente a compreender e lidar com os distúrbios genéticos que ocorrem em uma família. Na área de câncer, existe o aconselhamento genético oncológico cuja finalidade é a orientação quanto a riscos hereditários de câncer. O estudo dos tumores hereditários passou a ter um maior impacto na medicina com o advento recente de testes moleculares que permitem a detecção de predisposição hereditária ao câncer em indivíduos sintomáticos e assintomáticos de uma mesma família.
 
Instituto Oncoguia - Quando podemos dizer que um câncer é hereditário?

Jurama Oliveira - Quando existem alterações genéticas que aumentam a susceptibilidade ao câncer sendo transmitidas de uma geração para a outra.  Na prática, estas alterações podem ser identificadas quando se observam famílias onde existem vários membros afetados por tumores, sejam eles do mesmo tipo ou não.  Os tumores hereditários também podem ocorrer sem que haja uma rica história familiar de outros afetados e, nestes casos, geralmente ocorrem em idade atípica para o tipo tumoral em questão, ou são múltiplos, multifocais ou bilaterais.
 
Instituto Oncoguia - Qual é a causa desse câncer? Ele é muito freqüente?

Jurama Oliveira - O câncer hereditário é causado por alterações em genes específicos que controlam o modo como a célula governa a si mesma, genes que controlam, por exemplo, o crescimento e a proliferação celular.  Não é muito freqüente, constituindo cerca de 10% dos tumores, mas esta porcentagem varia de acordo com o tipo tumoral.

O portal Oncoguia conversou com a psicanalista Jurama Oliveira sobre o evento "Pensando o câncer de forma diferente”, realizado no Centro Capixaba de Oncologia (CECON), em homenagem ao Dia Nacional do Combate ao Câncer. Confira!
 
Instituto Oncoguia - Conte-nos um pouco sobre o trabalho do CECON? Quantas pessoas atendem?

Jurama Oliveira - O CECON - Centro Capixaba de Oncologia- é uma clínica de atendimento em oncologia: mastologia, cirurgia geral, cirurgia de cabeça e pescoço, radioterapia e quimioterapia.
A Clínica oferece atendimento multidisciplinar em day-clinic. Além dos médicos possui psicanalista, assistente social, nutricionista, enfermeira e farmacêutico.

O CECON funciona há 14 anos tendo atendido 135.000 pacientes. São 2.000 pacientes/mês.
 
Instituto Oncoguia - Como é o seu trabalho dentro do CECON?

Jurama Oliveira - O meu trabalho como psicanalista tem sido atender as pacientes com câncer de mama e os que estiverem em quimioterapia. Através deste trabalho, o paciente pode refletir sobre a gênese das suas doenças, a sustentação das mesmas e a possibilidade de promover a sua melhora.
 
Instituto Oncoguia - A senhora acredita que ainda hoje muitos pacientes sofrem com a desinformação?

Jurama Oliveira - Muitos pacientes não procuram os cuidados preventivos com medo de: "se eu mexer eu vou encontrar” ou” o câncer não tem cura ". Idéias arraigadas como estas ainda são presentes na nossa sociedade atual.

Estas idéias podem afastar os pacientes dos tratamentos e, muitas vezes, impedem de serem cuidados no tempo necessário. Sendo assim, é de nossa responsabilidade, profissionais que cuidam desta doença, falar sobre essa crença e desmistificá-la.
 
Instituto Oncoguia - De que forma esta necessidade pode ser suprida?
 
Jurama Oliveira - Através da fala. Falarmos sempre que possível das possibilidades de saída. Organizar eventos como os nossos com envolvimento do público leigo, de pacientes e ex-pacientes que relatem suas experiências.
 
Instituto Oncoguia - Durante o tratamento, quais são as principais queixas, do ponto de vista psicológico, dos pacientes? E sua principal duvida? Você acha que o familiar também fica abalado com o diagnóstico?
 
Jurama Oliveira - As principais queixas são da perda narcísica, já que agora estão doentes e nunca tinham se visto desta maneira.
 
Do medo de não se curar e, principalmente, do medo da recidiva pior. Também há o desconforto e as perdas com os efeitos colaterais. O câncer é uma doença que atinge toda a família. Os familiares também precisam de suporte, podendo adoecer junto.
 
Instituto Oncoguia - Qual é o principal objetivo do evento "Pensando o câncer de forma diferente”?

Jurama Oliveira - "Pensando o Câncer de forma diferente” é um Evento que pretende afirmar este novo olhar sobre o câncer e a/o paciente.

Um novo olhar sobre o paciente como parte fundamental na sua maneira de colocar-se potente e não impotente. Este novo olhar precisa ser divulgado por quem acredita nele e vê os seus resultados. Isso é conseguido quando o paciente não é considerado como órgão, mas como pessoa.
 
Instituto Oncoguia - Como surgiu a idéia de fazer um desfile com as pacientes? "Pensando o câncer de forma diferente”, fale-nos um pouco desta idéia... na sua opinião, qual deve ser esta forma diferente? Você acha que esta deveria ser a forma como o câncer deve ser combatido?

Jurama Oliveira - A promoção desse desfile partiu da realidade que muitos pacientes se deparam. Muitos são aqueles que desmoronam com a perda de cabelo, mudança na cor da pele. Acreditam que a sua imagem foi danificada. Consideram-se feias, incapazes de serem objetos de desejo de alguém, rejeitadas. O desfile mostra o outro lado que, mesmo adoecido o paciente pode cuidar da sua imagem, colocar-se de forma bonita, agradável a si mesmo.

Além disso, teremos a exposição de fotografias das pacientes com câncer de mama, com esse mesmo propósito.
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