Efeitos do tratamento do câncer na nutrição

Os tratamentos oncológicos envolvem o uso de fortes medicações que trazem diversos efeitos colaterais e que podem afetar na alimentação. Mas a boa notícia, é que existem algumas medidas para amenizar estes desagradáveis sintomas.

Quimioterapia

A quimioterapia utiliza medicamentos para destruir as células tumorais impedindo o seu crescimento e multiplicação. Atinge, não só as células cancerígenas como também as células sadias, incluindo as células do revestimento da boca e do trato digestivo.

Efeitos colaterais da quimioterapia

Variáveis. os efeitos colaterais irão depender do remédio utilizado, bem como da dose utilizada e do tempo de tratamento.

Principais sintomas:

  • Vômitos.
  • Mucosite.
  • Náuseas.

Hormonioterapia

A hormonioterapia pode retardar ou até mesmo interromper o crescimento de alguns tipos de câncer, bloqueando ou eliminando os hormônios.

Efeitos colaterais da hormonioterapia

  • Náuseas.
  • Vômitos.
  • Boca seca.
  • Perda de apetite.
  • Diarreia.
  • Aumento de peso.
  • Alterações no paladar.
  • Feridas na boca ou garganta.
  • Problemas para engolir.
  • Constipação.

Radioterapia

O tratamento com radioterapia utiliza radiações ionizantes de alta energia para destruir ou inibir o crescimento das células anormais que formam um tumor.

Efeitos colaterais da radioterapia

Variáveis. os efeitos colaterais dependem da técnica utilizada, bem como da dose e da região do corpo irradiada.

A radioterapia em qualquer parte do sistema digestivo pode prejudicar a nutrição. A maioria dos efeitos colaterais começa de duas a três semanas após o tratamento e desaparecem algumas semanas após o seu término. Entretanto, alguns efeitos podem continuar por meses ou até mesmo anos depois do fim do tratamento radioterápico. Os efeitos colaterais mais frequentes por região irradiada podem incluir:

Cabeça e pescoço

 

Tórax

Abdômen, pelve e perínio

Perda de apetite

Perda de apetite

Náuseas e vômitos

Náuseas e vômitos

Náuseas e vômitos

Obstrução intestinal

Boca seca ou saliva espessa

Dor ao engolir

Colite

Problema nas gengivas

Problemas respiratórios

Diarreia

Alteração no paladar

 

 

Dor ao engolir

 

 

Dificuldade de mastigação

 

 

Cirurgia

Quando o tratamento envolve procedimento cirúrgico, o corpo passa a precisar de calorias extras para recuperar o organismo e lutar contra infecções. Sendo assim, além do aumento de calorias da dieta, existe a necessidade do aumento de nutrientes.

Se o paciente apresentar desnutrição antes da cirurgia, o risco de complicações pós-cirúrgicas aumenta muito. Nestes casos, são recomendados cuidados nutricionais semanas antes da cirurgia para a recuperação nutricional deste paciente. Fórmulas proteicas com nutrientes específicos como: arginina, ômega 3 e nucleotídeos são recomendados neste caso. Quando a cirurgia é urgente, é essencial começar o tratamento nutricional imediatamente para minimizar os problemas.

 Os principais tipos de câncer cuja cirurgia pode afetar a nutrição são os de cabeça e pescoço, esôfago, estômago e intestino. A retirada de todo, ou parte, de determinados órgãos pode afetar a capacidade de alimentação e digestão.

Sintomas pós-cirúrgicos que impactam a nutrição:

  • Perda de apetite.
  • Problemas para mastigar.
  • Problemas de deglutição.
  • Sensação de saciedade.

Imunoterapia

A imunoterapia oferece ao sistema imunológico componentes feitos em laboratório, como as proteínas do sistema imune, com o objetivo de estimular o próprio sistema imunológico do paciente a trabalhar com maior intensidade contra as células do câncer.

Variáveis. Os efeitos colaterais variam de acordo com o tipo de medicamento utilizado:

  • Fadiga.
  • Febre.
  • Náuseas.
  • Vômitos.
  • Diarreia.

Transplante de medula óssea

Os pacientes que recebem um transplante de Medula Óssea têm necessidades nutricionais especiais, uma vez que apresentam maior risco de infecção.

Após o transplante, os pacientes têm um alto risco da doença do enxerto versus hospedeiro. A doença do enxerto versus hospedeiro pode afetar o trato gastrointestinal ou o fígado, alterando a capacidade do paciente de se alimentar e/ou absorver os nutrientes dos alimentos.

Estratégias de intervenção nutricional para pacientes com câncer

Estratégias para amenizar os efeitos colaterais podem ajudar muito no estado nutricional.

Efeito colateral

Estratégias

Perda de Peso

  • Fracionar as refeições ao longo do dia, comendo pequenas porções com maior frequência e de forma variada.
  • Complementar as receitas das comidas favoritas – procure a ajuda de um profissional capacitado.
  • Usar suplementos que contenham calorias e proteínas (ex: Whey Protein), quando necessário e orientado pelo profissional responsável.

Falta de apetite/ Anorexia

  • Comer pequenas porções de lanches e refeições com frequência e com nutrientes variados.
  • Fazer as refeições em ambiente agradável.

Náusea e Vômito

  • Beber líquidos em baixa temperatura ou temperatura ambiente, em doses pequenas.
  • Evitar alimentos gordurosos, condimentados ou muito doces.
  • Evitar alimentos com cheiros fortes.
  • Comer alimentos leves e de fácil digestão em dias de tratamentos programados.

Boca seca

  • Beber líquidos durante todo o dia para manter a umidade da cavidade oral.
  • Experimentar alimentos ácidos para estimular a saliva, se as feridas abertas não estiverem presentes.
  • Comer alimentos macios, úmidos, com molho extra, coberturas ou caldos.
  • Manter uma boa higiene oral (lave a boca com frequência e mantenha a boca limpa).

Diarreia

  • Consumir líquidos claros como: água, sucos, caldo de carne, gelatina, picolés e bebidas esportivas.
  • Diminuir a ingestão de alimentos ricos em fibras, tais como: nozes, frutas e vegetais crus, pães integrais e cereais.
  • Evitar alimentos que contenham doces livres de açúcar e gomas (xilitol, manitol e sorbitol).
  • Comer banana, suco de maçã, pêssegos enlatados, arroz branco e macarrão, pois podem ajudar a firmar as fezes.

Constipação

  • Aumentar a ingestão de alimentos ricos em fibras como: grãos integrais, frutas frescas ou cozidas e legumes, especialmente aqueles com peles e sementes, além de frutos secos, feijões e nozes.
  • Beber muita água e líquidos saudáveis para manter o sistema digestivo em movimento.
  • Fazer suas refeições sempre no mesmo horário.
  • Praticar atividades físicas.

Dor de garganta

  • Comer alimentos macios e úmidos com molhos, coberturas ou caldos.
  • Evitar alimentos secos, grossos ou ásperos.
  • Evitar álcool, cafeína, tomate, vinagre e pimenta.

Dor na boca, mucosite ou sapinho

  • Manter boa higiene oral (manter a boca limpa e lavar com frequência).
  • Comer alimentos macios e úmidos como molhos, coberturas ou caldos.
  • Evitar alimentos secos, grossos ou ásperos.
  • Evitar álcool, cafeína, tomate, vinagre e pimenta.

Fadiga

  • Consumir alimentos fáceis de preparar.
  • Comer pequenas porções de lanches e refeições com frequência e com nutrientes variados.
  • Beber muita água e líquidos saudáveis para manter o sistema digestivo em movimento.
  • Tentar manter-se ativo.

Neutropenia

  • Lavar as mãos com frequência e manter as superfícies da cozinha e utensílios limpos.
  • Não comer produtos de origem animal malcozidos, incluindo carne de porco, de caça, além de aves, ovos e peixes.
  • Lavar todas as frutas e vegetais frescos.
  • Não comer alimentos velhos ou mofados.

Sabor ou cheiro alterado

  • Manter uma boa higiene oral (manter a boca limpa e lavar com frequência).
  • Tentar introduzir na alimentação marinados e especiarias para mascarar sabores estranhos.
  • Utilizar utensílios de plástico, caso o gosto metálico seja um problema.
  • Experimentar alimentos frescos, ao invés de alimentos mais quentes.

Saliva espessa

  • Beber líquidos durante todo o dia para manter a umidade da cavidade oral.
  • Afinar as secreções orais com clube soda (água tônica), água com gás ou suco de mamão.
  • Tentar utilizar guaifenesina para ajudar a afinar as secreções orais.
  • Tentar usar um umidificador de vapor frio durante o sono.


Suplementos alimentares líquidos podem ser recomendados para aqueles incapazes de consumir bastante energia e proteína para manter o peso e o estado nutricional.

Fontes:

  • Mahan, L. K.; Escott-Stump, S. Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 11. ed. São Paulo, SP: Roca, 2005.
  • National Cancer Institute
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