Doutor, o que fará com que você mude ou interrompa o meu tratamento?

Quando realizamos um tratamento adjuvante, após um procedimento primário (geralmente a cirurgia) e o paciente apresenta-se sem doença detectável, o tempo de tratamento é estabelecido por resultados de estudos clínicos que demonstraram efetividade. Não há como avaliar a "resposta” dos pacientes. Estamos, na verdade, tratando um risco hipotético de recidiva (retorno da doença) e o objetivo do tratamento é a redução do risco. Para isso seguimos os protocolos dos estudos clínicos com benefícios comprovados e fazemos para cada paciente o que se mostrou benéfico para a maioria. Dessa forma, seguimos uma "receita” e o tempo de tratamento é o especificado por esses protocolos. Geralmente esse tempo é de 6 meses, mas pode variar para menos (4 ciclos de "AC”, com o tratamento durando 84 dias; ou trastuzumabe adjuvante por um ano, etc.).

No caso do tratamento pré-operatório (neoadjuvante) também pode ser que exista uma duração de tratamento pré especificada por estudos clínicos, ou pode ser que realizemos o tratamento até a obtenção da resposta máxima, ou da possibilidade de ressecção, ou da menor mutilação).

Para os pacientes com doença disseminada (metastática) ou localmente avançada, não passível de remoção cirúrgica, a duração do tratamento é definida pelo resultado e pela toxicidade.

Quando obtemos uma resposta completa (o total desaparecimento de todas as evidências de lesões neoplásicas) geralmente realizamos mais um ou dois meses de tratamento (margem de segurança) e interrompemos o mesmo.

Mas as respostas completas são as menos frequentes, e assim sendo, nos outros pacientes, dizemos que mantemos o tratamento até progressão de doença ou toxicidade proibitiva. Ou seja, o tratamento será mantido enquanto a doença estiver melhorando (o tumor estiver diminuindo). Caso a doença piora durante o tratamento, é sinal que ele perdeu sua efetividade, a doença ficou resistente, não responde mais a esse tratamento, e por isso não há porque continuar com o mesmo.

Outras vezes o tumor pode estar diminuindo de tamanho, mas o paciente passa a apresentar eventos adversos de grau mais grave (3 ou 4 na classificação CTAE), que podem persistir mesmo após os cuidados adequados e ajustes de doses. Nesse caso, a continuidade do tratamento expõe o paciente a riscos que ultrapassam os benefícios.

Ainda há a situação de alguns medicamentos que possuem uma dose cumulativa máxima, como é o caso da doxorrubicina. Nessa situação interrompemos a administração desses medicamentos antes de atingirmos doses onde sabemos que eventos adversos severos podem ocorrer, ou seja, existe uma dose limite em função da toxicidade.

Na necessidade de interrupção do tratamento, por progressão de doença ou por toxicidade, existe a possibilidade de mudança de protocolo, isto é, a utilização de outro conjunto de medicamentos, também efetivos, e com um perfil de toxicidade que seja distinto do primeiro tratamento utilizado. A esse tratamento denominamos "segunda linha”. Da mesma forma pode haver uma terceira, quarta, etc. linhas de tratamento.
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