Neste dia Mundial de Combate ao Câncer (8 de abril), nossos fundadores a psico-oncologista Luciana Holtz, o advogado e diretor de advocacy do Oncoguia, Tiago Matos, e o oncologista e diretor científico do Oncoguia, Rafael Kaliks, se reuniram virtualmente para um bate-papo ao vivo sobre desafios e dúvidas do paciente com câncer em tempos de coronavírus.
Se você perdeu, acesse o bate-papo na íntegra em nosso Facebook.
Abaixo, confira alguns pontos discutidos na live.
Paciente deve interromper o tratamento?
Rafael Kaliks ressaltou a importância de nenhum paciente interromper o tratamento neste momento por conta própria. O ideal é que os pacientes falem com suas equipes médicas para que seja avaliada a pertinência ou não do adiamento do tratamento. Segundo Kaliks, existem casos em que é possível sim fazer isso. Por exemplo, cirurgias podem ser substituídas por outras alternativas como quimioterapia, até que possam ser realizadas, ou maior espaçamento entre sessões de quimio e radio.
Ele ressalta que o paciente oncológico não pode pegar coronavírus, porém o câncer - nem sempre - pode esperar. Porém às vezes, vale a pena suspender o tratamento, pois os riscos de aguardar são menores do que o de pegar a COVID-19. Por isso, é essencial a discussão individualmente de cada caso com o médico que acompanha o paciente.
Nos casos dos tratamentos cancelados pelas próprias instituições de saúde, o Oncoguia ressalta a importância de que as equipes de profissionais estabeleçam uma comunicação aberta com os pacientes explicando as justificativas para o cancelamento, além das implicações da pausa no tratamento. Manter um diálogo aberto com o paciente ajuda a entender a situação real e a tranquilizá-lo.
Telemedicina
Uma forma que pode ajudar e muito nessa comunicação entre médico e paciente, é a telemedicina. Tiago Mato ressaltou que essa é uma forma já autorizada pela ANS e pelo Ministério da Saúde para que, em caso de necessidade, pacientes sejam atendidos à distância, de forma virtual, por seus médicos.
Segundo Tiago, para pacientes com convênio médico, está garantido o direito à teleconsulta com médicos conveniados e também por meio de reembolso. Porém, no particular e, principalmente, no SUS, as formas de remuneração ainda impedem uma eficácia maior dessa alternativa.
Lei dos 60 dias
O diretor de advocacy do Oncoguia ainda ressaltou que a Lei dos 60 Dias, que já sofre com o descumprimento normalmente, pode ser ainda mais prejudicada neste momento. Ele reforça a importância da sensibilidade das equipes médicas e das unidades de saúde para avaliar a prioridade de cada caso e dar o direcionamento adequado.
Para quem tem plano de saúde, a ANS também aumentou a flexibilidade no prazo máximo para consultas. Essa medida, no entanto, não interfere em procedimentos oncológicos e de urgência.
Desabastecimento de medicamentos
Recebemos algumas ligações de pacientes reclamando da dificuldade de conseguir certos medicamentos para o tratamento do câncer e este tema também foi debatido na live. Ambos, Tiago Matos e Rafael Kaliks, destacaram que não há justificativas cabíveis para que isso esteja ocorrendo neste momento. Rafael ainda destacou que “desabastecimentos pontuais que levem à interrupção do tratamento oncológico pode ser um problema para o paciente”. Tiago apontou que a dispensação de medicamentos oncológicos é um serviço essencial e não deve ser interrompido, o muito que pode ocorrer é a criação de novas logísticas para se adaptar aos cuidados necessários por causa do coronavírus. “Um exemplo é a procuração que pacientes oncológicos que fazem parte do grupo de risco podem dar a uma pessoa com menos riscos para buscar o medicamento em seu lugar, assim como alguns medicamentos já estão sendo fornecidos em maior quantidade para reduzir as saídas para adquiri-los”.
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