Câncer de pele exige prevenção o ano inteiro

O câncer de pele é o mais comum no Brasil. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que anualmente sejam diagnosticados no Brasil 176.930 novos casos. Além disso, a incidência vem aumentando no mundo. 

Prevenir é muito melhor do que remediar. Nesse contexto, deve-se evitar exposição aos raios de sol entre 10h e 16h, tanto no verão quanto no inverno. Mesmo nos dias nublados, a radiação solar pode provocar graves danos à pele e desencadear o câncer de pele. 

Portanto, sempre que for necessário a exposição ao ar livre nessa faixa de horário, está recomendado uso de protetor solar, idealmente com fator de proteção de no mínimo 30, para todos nós. Mesmo as pessoas de tez morena podem ser acometidas por câncer de pele.    

Consulta ao dermatologista

O autocuidado é a chave para uma vida longa e saudável. Consultar um médico dermatologista uma vez ao ano auxilia enormemente na prevenção do câncer de pele. O médico dermatologista realiza exame da pele de todo o corpo do paciente e encaminha para a realização de biópsias das lesões suspeitas por ele mesmo ou pelo cirurgião oncológico. O autoexame é fundamental: nós mesmos temos de inspecionar a nossa pele com atenção. As lesões e manchas de pele novas ou sobre as quais temos dúvidas devem ser mostradas a um médico dermatologista.

Após o diagnóstico

E o que fazer quando o câncer de pele é diagnosticado? A palavra câncer traz ao indivíduo e aos seus familiares um sentimento de desesperança e, muitas vezes, de desespero. Porém, no caso do câncer de pele a palavra de ordem é tratamento precoce. 

Na grande maioria dos casos, o câncer de pele está restrito à pele (não se disseminou para outros órgãos). É fundamental procurar um médico habilitado a tratar o câncer de pele (cirurgião oncológico) para avaliar a extensão da doença antes de realizar o tratamento. Quando realizada por um cirurgião competente e sem atraso, a cirurgia da remoção do câncer de pele resultará na cura da grande maioria dos casos, pois a lesão estará localizada e em um estágio inicial. 

Técnicas cirúrgicas modernas

Há opções menos invasivas de tratamento para o câncer de pele. Tratam-se de procedimentos cirúrgicos cada vez menos extensos e com menor potencial de gerar grandes cicatrizes ou deformidades estéticas. Os tipos de câncer de pele mais comuns e menos agressivos são o carcinoma basocelular e o carcinoma epidermoide. Eles formam o grupo denominado câncer de pele não-melanoma. Para esses tipos câncer (quando restritos à pele), a remoção da lesão com uma margem de segurança de pele constitui-se no único tratamento indicado. Portanto, nesses casos não se faz necessário uso de quimioterapia, radioterapia ou imunoterapia. 

No que concerne à estética, o câncer de pele localizado no rosto gera preocupações maiores aos pacientes. A nós, médicos, esses tumores também geram preocupações adicionais. Em regiões próximas de pálpebras, nariz, boca e orelhas, a remoção das margens de segurança pelo cirurgião pode demandar a remoção de grandes segmentos de pele dessas áreas nobres. Portanto, para pacientes com lesões no rosto, é necessário poupar ao máximo o tecido saudável a fim de preservar os aspectos estéticos e funcionais. 

A técnica de tratamento minimamente invasivo para o câncer de pele (do tipo não-melanoma) é denominada Cirurgia Micrográfica de Mohs. Desenvolvida pelo cirurgião norte-americano Frederick Mohs, consiste na remoção da lesão através de uma técnica especial, em que áreas menores de pele de regiões nobres são removidas com o tumor. Essa técnica possibilita uma criteriosa análise de quase 100% da extensão da doença. O espécime retirado é preparado e analisado em microscópio no centro cirúrgico, em sala próxima da qual o paciente está sendo operado, enquanto o cirurgião aguarda para realizar o fechamento da pele do local de onde foi retirado o câncer com a segurança de não ter restado nenhum fragmento de tumor no local. Se confirmado que a remoção total do tumor foi obtida, o cirurgião procede com o fechamento da pele. Caso contrário, um novo fragmento de pele é removido (também através da técnica especial) para uma nova análise micrográfica. Portanto, a Cirugia Micrográfica de Mohs é finalizada apenas quando a análise demonstra que o câncer foi retirado completamente. 

Tratamento do melanoma

O melanoma é o tipo mais agressivo de câncer de pele, pois as chances de disseminação para outros órgãos são maiores do que no câncer de pele do tipo não-melanoma. Além disso, no melanoma os exames de avaliação da extensão do tumor a ser solicitados pelo cirurgião oncológico antes de planejar o tratamento (tomografias computadorizadas de tórax, abdome e outros) são ainda mais importantes. 

Quando tais exames não revelam disseminação do tumor para outros órgãos (metástases), a cirurgia de remoção do melanoma com margens amplas (ou a devida ampliação das margens) é o tratamento indicado. A biópsia do linfonodo sentinela pode estar indicada a depender do estágio do tumor. Para os estágios iniciais do melanoma, em geral não são necessárias a realização de quimioterapia, radioterapia ou imunoterapia. 

Pacientes cujo melanoma apresenta disseminação para outros órgãos (metástases) são em geral candidatos a imunoterapia. Recentemente, essa modalidade tem propiciado progressos importantes no controle da doença.

(*) Cirurgião geral e oncológico, professor de Pós-Graduação em Cirurgia da UFRGS.

Fonte: Portal Zero Hora - GZH

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