Participamos de mais uma audiência pública, na quinta-feira, dia 02/09, com o objetivo de discutirmos o tratamento de pacientes com câncer de pele melanoma pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A reunião foi promovida pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados atendendo a uma solicitação da deputada Silvia Cristina (PDT-RO).
Em sua fala, nossa presidente, Luciana Holtz, pediu prioridade ao combate da doença e apresentou importantes dados do Radar do Câncer relacionados ao melanoma. Segundo ela, mais de 75% de todos os estados brasileiros começam o tratamento do melanoma em estágios III e IV.
“Isso significa, que no momento em que começamos o primeiro tratamento sistêmico desse paciente com melanoma no SUS, ele já está com a doença em fase avançada ou metastática (ou seja, o câncer de pele já se espalhou para outros órgãos)”, explicou.
A presidente do Oncoguia falou sobre as novidades nos tratamentos do melanoma que proporcionam uma melhor qualidade de vida ao paciente. Segundo Luciana, o grande problema é que uma grande parcela da população não tem acesso a esses procedimentos.
Para corroborar com o tema, Luciana citou um estudo do Oncoguia, publicado no Brazilian Journal of Oncology (BJO) que avaliou a forma como o paciente de melanoma metastático vinha sendo tratado no SUS. De acordo com ela, a conclusão é que 98% dos pacientes tratados no SUS, entre 2015 e 2017, receberam tratamentos minimamente efetivos para o melanoma avançado.
“É um grande desafio. O paciente chega ao SUS com a doença muito avançada e não recebe um tratamento efetivo. E até hoje o paciente segue sem acesso.”, ressaltou.
De acordo com Luciana, as terapias-alvo e a imunoterapia foram avaliadas pela Conitec para o tratamento de primeira linha do melanoma avançado não-cirúrgico e metastático. E em agosto de 2020, saiu a decisão final de incorporação da imunoterapia para tratamento do melanoma.
“Sabemos que o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) de melanoma vem sendo elaborado e esperamos ansiosamente pela sua atualização”, pontuou.
Em sua reflexão final, Luciana ressaltou que quando falamos de gastos públicos e do orçamento para implementação de novas tecnologias, precisamos conversar sobre prioridade.
“Sem dúvida nenhuma, estamos diante de uma tecnologia disruptiva que faz muita diferença na vida dos nossos pacientes”, finalizou.
A audiência também contou com as seguintes participações:
O câncer de pele melanoma tem origem nas células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele.
Segundo o Inca, o câncer de pele é o mais frequente no Brasil e no mundo, e corresponde a 27% de todos os tumores malignos do país. Além da exposição prolongada e repetida ao sol, principalmente na infância e adolescência, outros fatores de risco são: ter pele e olhos claros, ser albino, ter vitiligo, ter histórico da doença na família e fazer tratamento com medicamentos imunossupressores.
Agradecemos aos deputados Weliton Prado (PROS-MG) e Silvia Cristina (PDT-RO), respectivamente, presidente e relatora da 1ª Comissão de Combate ao Câncer no Brasil, e nos colocamos sempre à disposição para contribuirmos com propostas no cuidado e na defesa dos direitos dos pacientes com câncer.
Os dados apresentados pelo Oncoguia, durante a audiência pública, estão disponíveis no site Radar do Câncer.
Conteúdo produzido pela equipe do Instituto Oncoguia.
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