O Ministério da Saúde por vezes declarou que a incorporação da vacina do HPV no SUS estaria próxima de acontecer, e a notícia foi sempre recebida com muita expectativa.
Por quê?
O Vírus do Papiloma Humano, que infecta cerca de 75% da população mundial ao longo da vida, através do contato sexual (Organização Mundial da Saúde), é responsável por 90% dos casos de câncer de colo do útero (segunda neoplasia mais comum entre as mulheres, atrás apenas do câncer de mama), além de ser o causador de cânceres de ânus, vagina, pênis e cavidade oral.
Incluir a vacina do HPV no Programa Nacional de Imunizações (PNI) é sem dúvidas uma importante intervenção em saúde pública, e que, a longo prazo, repercutirá em economia e redirecionamento de recursos no Sistema Único de Saúde (SUS), minimizando-se gastos com tratamentos para os cânceres relacionados ao vírus.
O Brasil foi um dos países pioneiros na aprovação da vacina em território nacional (aprovação pela ANVISA, atestando eficácia e segurança da medicação), nas versões bivalente e quadrivalente, ‘passando na frente’ de muitos dos 150 países em que ela é hoje disponibilizada. Mas enquanto mais de 40 países já a fornecem em seus sistemas de saúde pública, por aqui, ainda se ‘esbarra’ nos critérios da implementação.
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Em entrevista concedida à rádio CBN em junho de 2012, a Presidente da Sociedade Paulista de Infectologia, Rosana Richtmann, que faz parte do Comitê Técnico do Ministério da Saúde para a definição das vacinas que integram o PNI, afirmou que o Ministério já ‘enxergou’ a boa relação entre o custo e benefício da vacina do HPV, no entanto, definições com relação à logística de distribuição, à forma de compra do produto e às estratégias de sensibilização para adesão da vacina (que é ministrada em 3 doses), exigiriam um amplo e rigoroso estudo.
De fato, em um país com dimensões continentais e com tantas particularidades culturais, sociais e religiosas, a implementação e adesão populacional à vacina representam um grande desafio. Mas vale salientar que programas de imunização já realizados no Brasil foram de grande sucesso, apontando para a boa receptividade dos cidadãos a essa estratégia de prevenção de doenças.
As ações de vacinação já realizadas no Brasil contribuíram de forma significativa para manter a erradicação do ciclo urbano de febre amarela e da erradicação da varíola no país, por exemplo. Outro resultado de destaque é a ausência de registros da paralisia infantil e do sarampo por 22 e 10 anos, respectivamente. (Fonte: Ministério da Saúde).
A vacinação é a forma mais eficaz de evitar diversas doenças imunopreveníveis. Embora esse não seja o caso do câncer, a vacina em questão poderá eliminar o principal fator de risco da neoplasia de colo do útero, o vírus do papiloma humano. Com isso, a sua incorporação deve ser analisada em caráter de extrema urgência pela instância competente no Ministério da Saúde.A informação contida neste portal está disponível com objetivo estritamente educacional. Em hipótese alguma pretende substituir a consulta médica, a realização de exames e ou, o tratamento médico. Em caso de dúvidas fale com seu médico, ele poderá esclarecer todas as suas perguntas. O acesso a Informação é um direito seu: Fique informado.
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