[ARTIGO] Estudo discute o real benefício da mamografia na redução da mortalidade por câncer de mama

Novo estudo publicado no New England Journal of Medicine, a mais prestigiada revista médica do mundo, traz mais uma vez à tona a discussão sobre o real benefício da mamografia na redução da mortalidade por câncer de mama.

Os autores compararam grandes populações de mulheres submetidas ou não a mamografia de rastreamento em dois períodos, de 1986 a 1995 (quando os tratamentos disponíveis para as mulheres que fossem diagnosticadas ainda não eram tão eficazes quanto os atuais), e de 1996  a 2005 (quando mulheres diagnosticadas recebiam tratamentos modernos). Comparando a mortalidade por câncer de mama entre as populações não rastreadas antes e depois de 1995 observou-se uma redução de mortalidade pelo câncer de mama de 18%. Esta diferença portanto tem de ser atribuida aos avanços do tratamento, e não à introdução de rastreamento, já que elas não haviam feito rastreamento. 
 
Já comparando a mortalidade por câncer de mama antes e depois de 1995 na população rastreada, observou-se uma redução de mortalidade de 28% entre os dois períodos. Como destes 28%, 18% devem ser atribuidos ao avanço do tratamento (dado obtido na população não rastreada), "apenas 10%" (28% - 18%), ou seja pouco mais de 1/3 da redução da mortalidade pode ser atribuida à mamografia de rastreamento.

Embora este artigo certamente deva ser levando em conta, de maneira nenhuma ele é suficiente para desestimular ou mudar, neste momento, a recomendação vigente de promover rastreamento com mamografia a nível populacional a partir dos 40 anos. É estritamente necessário entender que quanto melhor o exame clínico das mamas, feito por um profissional habilitado de maneira anual, menor a probabilidade de este exame clínico deixar passar despercebida a presença de um tumor na mama. Em nosso país, esta não é a realidade. 
 
Vale também mencionar que a mortalidade somente pode diminuir graças a um programa de rastreamento populacional se uma porcentagem muito alta da população de fato aderir ao rastreamento, o que lamentavelmente também não é a realidade em nosso país. Por último, não há dúvida que no dia em que o tratamento for tão bom que puder curar todos os casos de câncer de mama que venham a ser diagnosticados, independente do estadiamento, o rastreamento populacional não mais será necessário. Certamente ainda estamos longe desse ponto na história.

Confira aqui o artigo na íntegra.

Dr. Rafael Kaliks
Oncologista Clínico e Diretor Científico do Instituto Oncoguia
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