Considero que o câncer não acomete apenas aquele que sofre com a presença física da doença em seu corpo material, e é por esta razão o meu depoimento.

 

Sou filha, esposa e mãe . Deparei-me com o câncer aos 15 anos ao ver minha mãe gemer e chorar com as dores e uma enfermidade cervical. Após 10 anos, eu a perdi para o tumor.

 

Casei-me aos 22 e, 20 anos após, eis que ele voltou a me visitar marcando sua forte presença no cólon em meu marido. 20 horas de cirurgia. 8 ciclos de quimioterapia e muitas horas de insônia.Vencemos.

 

Como se uma força Superior estivesse a me moldar, deparo-me em abril deste ano com algo que já me era conhecido de longas datas... um linfonodo aumentado, uma sudorese noturna e um nome estranho: Hodgkin. Muito prazer!

 

Meu filho, então com 16 anos, está sendo mais um exemplo de que o câncer quer se tornar um amigo, embora seja velho conhecido. Começamos a trilhar o caminho por mim tão conhecido. Não tenho alopecia, nem mucosite, nem sintomas gastrintestinais, mas tenho câncer no corpo espiritual. E isto me tem tornado uma guerreira e o meu sentimento hoje é de gratidão porque meu espírito foi fortalecido por aquele que muitos consideram inimigo, mas que a mim veio me trazer a certeza de que a vulnerabilidade da existência é o que faz a vida realmente valer a pena.

 

Este depoimento é apenas pra ajudar àqueles que cuidam e que na maioria das vezes são esquecidos. Queridos: somos especiais. Fomos escolhidos, somos de Deus.

 

Graça, paz e luz em abundância para cada um de nós!