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  • Gizele Brina - Câncer de Pulmão
    "Aos 48 anos fui diagnosticada com câncer de pulmão nível IV, com metástase cerebral."

Já faz um bom tempo que procuro cuidar bem da minha saúde física, mental, emocional e espiritual. E até mesmo por este motivo, acredito que consegui viver até então com excelente qualidade de vida, mesmo com esta doença. 


Quando soube do diagnóstico não me revoltei. O meu mantra é "entrego, confio, aceito e agradeço”. A minha postura foi de entregar nas mãos de Deus o que eu não podia mudar (sabendo que Ele é que está no controle de tudo), de aceitar ativamente (me colocando disposta a fazer o necessário para o tratamento), de confiar em Deus (que Ele quer sempre o melhor para nós, mesmo que nós, com nossa visão limitada não enxerguemos de imediato), e de agradecer (pela oportunidade de vivenciar esta experiência, que iria burilar a minha alma). 


Eu frequento reuniões em uma fraternidade, onde fazemos estudos do evangelho. É uma coisa que eu sempre dizia: nada acontece por acaso, tudo tem um propósito. Se alguma situação está me acontecendo é porque de alguma forma eu atraí esta situação para mim. Eu preciso passar por ela para evoluir. Sempre é para o meu melhor, porque Deus só é o melhor para nós. 


Eu dizia isto, mas ao mesmo tempo pensava que era muito fácil dizer isto, pois a minha vida era muito boa. Parece que inconscientemente eu pedi uma prova, e ela veio. E graças a Deus eu fui congruente com a minha fala. Deus me preparou para este momento e tive muita resignação. Coisas maravilhosas realmente aconteceram. 


Toda a equipe de médicos e enfermeiros me atenderam com muito carinho e cuidado, recebi muito apoio de familiares, amigos e colegas (o meu nome estava presente em vários grupos de orações, e o mais lindo, de várias religiões diferentes). O relacionamento com minha filha e marido melhorou muito. Quando paramos de brigar com a vida e aprendemos a surfar nas suas ondas, tudo flui. 


A cirurgia cerebral para a retirada do tumor foi um sucesso. O tratamento do pulmão está sendo feito só com uma medicação oral, e praticamente sem efeitos colaterais, e o plano de saúde está pagando tudo. 


Logo após a cirurgia de retirada do tumor cerebral, eu não conseguia movimentar os dois pés e fiquei com a locomoção bem comprometida e por isto, bem dependente. Mas com a fisioterapia e ajuda da minha família, consegui superar muito bem esta fase também. O movimento do pé esquerdo já voltou e do direito aos poucos também está voltando (teve uma piora com a radioterapia, mas já está melhorando). 


Os ingredientes essenciais dessa fase foram fé, persistência e paciência. O sentimento de gratidão é tão grande, que sinto um transbordamento e uma vontade imensa de ajudar outras pessoas. Penso em ser voluntária, até já me cadastrei em alguns projetos, mas ainda não fui chamada, como forma de retribuir as bênçãos recebidas.