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  • Filipe Lipe - Câncer de Cabeça e Pescoço
    Glioblastoma Grau IV Inoperável. Lipe 19 ANOS "Meu filho virou um anjo"
Tudo começou no dia 23 de Janeiro de 2020 quando meu filho apresentou sintomas estranhos como delírios, repetições de frases, sensação que estava ficando maluco, sentindo cheiro forte de tudo e um vento saindo do olho esquerdo (descobri mais tarde q se tratava de convulsão focal). O levei ao hospital e fizeram uma tomografia que não acusou nada. Voltamos para casa e os sintomas pioraram com ele ficando com o coração acelerado, medo e alguns momentos de esquecimento sobre onde estava. Aguardei amanhecer para ir para outro hospital em uma cidade próxima e quando eu fui ajudar ele a se arrumar percebi que ele estava mais fraco, desorientado e com a fala enrolada, ou seja, não falava as palavras conexas. Chegando no hospital internaram ele no CTI com suspeita de meningite, fizeram exames e isso foi descartado. Colocaram ele no soro e deram corticoide venal, então ele deu uma melhorada e voltou a nos reconhecer. Ele continuou internado para exames e fizeram tomografia, ressonância e vários de sangue, incluído liquor da medula e vários de painel Paraneoplásico. Estavam desconfiados de esclerose múltipla e encefalite auto imune. Fomos para o quarto esperar a saída dos resultados. Todos deram negativo. Ele deu uma melhorada e deram alta. Em menos de 10 dias teve outros sintomas como vômitos em jato e dor de cabeça. Internamos mais uma vez e dessa vez ele estava se queixando de não conseguir enxergar de uma vista direito. Mais medicações e suposições, dessa vez fizeram exames também de eletroencefalograma com mapeamento e descobriram convulsões, então entraram com medicação. Fizeram mais RM e viram uma mancha e um edema. Quando ele internou pela terceira vez, em 01 de Abril de 2020, resolveram que teriam que fazer uma biopsia e assim foi feito no dia 08/04. Três dias depois, em 11/04, nos deram a notícia "bomba": Glioblastoma de grau IV inoperável pela localização e ainda por cima infiltrativa. Meu chão tremeu, com essa pandemia eu ainda tive q ficar sozinha com ele, a frente de tudo, pois meu marido ficou com os pequenos em casa. O oncologista me deu a notícia assim: - "Você tem mais filhos??" Ali eu vi a gravidade da doença. Fez radioterapia e quimioterapia temodal como paliativos, pois o medico não me deu mais esperanças. Meu filho tão saudável e em meses se acabar ... muito triste essa doença tão cruel. Sofrimento para todos envolvidos. Ele ainda ficou sem memória, mas sabia quem éramos da família, pois somente a memoria recente não gravava. Após a biópsia ele faleceu no dia 27/08/20, teve uma convulsão em casa, entrou em coma e no dia seguinte parou de respirar. Hoje, dia 24/09, meu coração dói. Que saudade, um vazio, não consigo dar nem atenção aos pequenos. Cruel demais perder uma pessoa que amamos.