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  • Elaine de Moura Felix Cabral - Linfoma Não Hodgkin
Oi gente! A história é longa...pega a pipoca... Como muitas pessoas estão conhecendo a minha historia através do Vakinha.com, vou falar mais um pouquinho de mim. Sou professora da Secretaria de Educação do DF e estou de atestado há 4 anos.
 
Em setembro de 2010 recebi a triste notícia que tinha um raro tipo de Linfoma. Como assim? O que é Linfoma?
 
Infelizmente descobri que Linfoma era um tipo de câncer. Para onde ir? O que fazer? Não tinha plano de saúde... Consegui que o super médico Jorge Vaz (onco-hematologista) me atendesse no Hospital de Base de Brasília; hoje somos mais que médico e paciente, somos parceiros.
 
A primeira consulta foi uma tragédia, chorei, briguei... afinal de contas ouvir na "lata" que eu tinha um câncer raro e indolente, que te judia e mata aos pouquinhos e que tem de fazer tratamento a vida toda, não é simples de escutar.
 
Aos poucos o Dr. Google foi me ajudando a entender melhor, olhar fotos de doentes com linfoma Cutâneo de Células T era sofrido. Fiz e faço ainda fotoquimioterapia no HUB (Hospital Universitário de Brasília), fiz e faço ainda quimioterapia e imunoterapia (quando tem remédio no hospital kkk).
 
Fiz uma radioterapia "convencional" em Brasília no Hospital de Base que me rendeu três cirurgias e enxerto no HRAN (tive queimaduras de segundo e terceiro grau). O linfoma se tornou refratário, nenhum tratamento surtia efeito e pelo SUS só tem em SP/Campinas (Unicamp) a radioterapia ideal, porque em Brasília, capital da República, os aparelhos estão nas caixas há 3 anos, bora correr atrás...
 
Consegui ir e fiquei lá por 4 meses, o GDF me forneceu as passagens e uma ajuda de custo no valor de R$24,75 a diária, que só recebi dois meses depois que estava lá. Não tem casa de apoio, tive que alugar uma casa.
 
Quando retornei precisei fazer o tratamento de consolidação, mais dinheiro, os medicamentos não têm na rede pública. No meio disso tudo exames e mais exames, no hospital nunca tem reagente.
 
Três meses depois que voltei foi constatada a recidiva e assim, a bola de neve financeiramente surgiu. Mesmo tendo emprego como servidora pública a situação saiu do controle... além de viver maritalmente com o câncer, vivo com meu marido, filhos e temos nossas obrigações diárias. Minhas tias, irmã, cunhados, primos, irmão, filhos, sobrinhos, cunhadas e amigos sempre me ajudam, mas a crise está latente no Brasil. Só que eu sou teimosa, quero viver, ter qualidade de vida, tenho ainda tantos planos...
 
Tenho 51 anos, sou um brotinho... quero conhecer o Japão, os Estados Unidos e a França. Quero beijar muito, abraçar muitooo, preciso estar bem e o tratamento contínuo pode favorecer.
 
Enquanto estou de licença, costuro e exponho em feiras, um complemento na minha renda e uma terapia ocupacional.
 
Essa é uma parte pequenininha da minha história. Resolvi criar a conta no Vakinha.com porque essa bola de neve não está me deixando "curtir" o tratamento, passo mais tempo fazendo contas que me tratando kk. É isso, muito obrigada.