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  • Diego Silva - Leucemia - Não Especificado
    O sorriso mais perfeito que já vi em toda minha vida fez com que me apaixonasse como nunca me apaixonei na vida! Ai começamos a namorar e assim foi indo!!
Eu conheci a mulher da minha vida há quase dois anos atrás! A partir do primeiro dia que saímos para nos conhecer (não sabemos o dia certo, mas sim em um dia de agosto) vi que ela sentia muitas dores na barriga, reclamava de dores e perguntei se ela se cuidava e disse para fazer alguns exames! Enfim, até ai pensávamos que fosse uma dorzinha qualquer!

Assim, foi me encantando com seu jeito de menina mulher que só ela sabe ser! O sorriso mais perfeito que já vi em toda minha vida me apaixonou como nunca me apaixonei na minha vida! Ai começamos a namorar e assim foi indo!

Depois de muito tempo a Fernanda teve uma gripe muito forte e, mal curada dessa gripe já estava com uma  pneumonia forte, depois uma anemia e mais tarde a leucemia foi encontrada!  

A partir desse dia a nossa vida mudou, a rotina dela era ficar em casa aos finais de semana e no hospital todo dia: Quimioterapia, quimioterapia e mais quimioterapia. 

Ela parecia estar se recuperando bem, ia todo final de semana em minha casa alegre, embora ela sentisse muita coisa: desmaiava, sangrava em um piscar de olhos, era sempre toalhas de  papel do lado, pois não sabíamos em que momento ela iria sangrar. Até mesmo para sair em poucos lugares que nós costumávamos sair, levava sempre um toalha caso acontecesse algo. Mesmo assim, ela era muito  animada...

Ela não gostava de dizer aos outros que tinha essa doença e tentava levar uma vida o mais normal possível! Tentando ir para seu curso, andar de ônibus - coisa simples pra algumas pessoas, mas para ela era um guerra, era uma luta!

Tudo  parecia ir bem até que ela começou a ter complicações e precisou de doação de plaquetas, medula, entre outras coisas. Conseguimos muitas doações e foi tudo bem! 

Ela parecia estar se recuperando bem, quando apresentou novos sintomas: começou a ter uma série de sangramentos e corremos ao hospital. Foi quando disseram que a doença estava progredindo muito rápido... Outra vez internações!

Chegou uma fase que ela cansada de toda situação teve depressão porque dizia que ninguém a curava. Falei que DEUS e eu estávamos com ela e nada mais importava! 

Estou com ela até hoje sem largar nem um segundo! Não tenho carro, motocicleta, algo que possa me locomover rápido. A casa dela fica uma hora de viagem da minha residência e quando ela ia para minha casa, a levava não importando a hora, não importando se eu ia chegar muito tarde para trabalhar no dia seguinte, se ia chegar de madrugada, sempre levava ela na porta dela em segurança. Todos os finais de semana.

Depois de um bom tempo se tratando em hospitais, ela foi se recuperando em casa. Tudo estava controlado e parecia que as células estavam sendo eliminadas novamente. Os médicos fizeram exames e tudo ok! 

A Fê estava se recuperando e o sangue dela estava limpo, ou seja, sem sombra das células cancerígenas. A Fê ficou muito feliz... finalmente curada.

Depois de um tempo, novamente ela passou a ter outros sintomas muito mais intensos, sangramento dia e noite, fraqueza constante, dor de cabeça e tudo que comia vomitava. Foi quando descobrimos que ela estava com metástases, a doença se agravou bastante e disseram que ela não teria cura, pois havia metástases em muitos órgãos. Nesse momento, teve que fazer a retirada de um rim, pois estava muito afetado pelo câncer. Aplicaram mais quimio muito mais forte, radio.

Até que chegou um momento que a Fê teve que cortar o cabelo (o cabelo dela sempre caia um pouco, mas ela nunca queria cortar porque dizia que ia ficar feia e falava que eu iria deixá-la e segurou isso por muito tempo, até o dia que não teve mais como segurar) e o cortou bem baixinho.

Um belo dia, olhei para o espelho e lembrei da minha pequena naquela cama de hospital sofrendo, pois tinha cortado seu cabelo - mulher todo mundo sabe que é vaidade pura - na mesma hora pequei a máquina e fiquei careca por uns dias rs. Ela levou um susto! Me perguntou porque tinha feito aquilo e falei que apenas segui meu coração.

Ela passou por muitas sessões de tratamentos, até que a metástase chegou no cérebro e ai, foi o fim... Disseram que ela não ia passar de tantos dias, mas ela se manteve firme, queria muito se curar e topava qualquer tipo de tratamento, tudo pra se ver livre da doença.

Hoje, dia 11/06/2015, ela está desacordada e declararam morte cerebral depois da cirurgia que fizeram ontem, dia 10/06/15, para tirar o câncer que estava crescendo na sua cabeça. Está somente por aparelhos, batendo o coraçãozinho bem devagarzinho, sem sinais do cérebro. O quadro foi dado pelos médicos como irreversível e que ela sobreviveria nas máquinas em média 27 dias. Mas não, eu sei que para Deus nada é impossível e sei que ela sairá dessa e voltará a tagarelar como sempre.

Fiquem com Deus meus amigos, um forte abraço e muita fé em Deus.

Como um trecho de uma música que conheço, que amo, diz a seguinte frase:

"E eu desistiria da eternidade para tocá-la,
Pois sei que você me sente de alguma forma.
Você é o mais próximo do paraíso que chegarei
E eu não quero ir para casa agora."

Força meus amigos, força!