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  • D. M - Câncer de Intestino Delgado
    A maior perda da minha vida.
Hoje, véspera da virada do ano, estou aqui disposta a dar meu depoimento em um dos lugares que me ajudaram tanto nos momentos mais desesperadores da minha vida após alguns meses de anemia do meu pai, que mesmo suplementando com ferro não melhorou.
 
No dia 25 de janeiro de 2020 ele fez uma endoscopia e colonoscopia onde o câncer no intestino de apenas 5 cm apareceu. Dois dias depois, o ultrassom abdominal identificou metástases no fígado inteiro. Difícil acreditar que aquele tumor de 5 cm fosse tão agressivo assim. Após 15 dias, chegou o resultado da biopsia: um adenocarcinoma maligno.
 
O gastro se negou a operar meu pai e começamos a correr em busca de um oncologista, procurei o melhor que pude no particular marcamos logo, mas ele não foi animado e solicitou tomografias, exames de sangue...
 
Após os exames, o onco autorizou a cirurgia no intestino para retirada do tumor e posteriormente quimioterapia para o fígado. Parecia que estávamos vivendo um pesadelo. Eu, com duas crianças pequenas, fiquei sem chão! Chorava todos os dias, mas nunca perdi a fé. Semanas depois foi realizada a cirurgia, meu pai se queixava de muitas dores no pós cirúrgico e dois dias depois, houve um vazamento no dreno que constatava que o intestino havia descolado. Ele fez outra cirurgia novamente e agora, com a temida bolsinha de colostomia.
 
Quanto sofrimento com essa bolsinha, ele nunca aceitou e quando iniciaram as quimioterapias, ele sofria mais ainda pois tinha diversas infecções. Chegou a tomar antibióticos continuadamente, pois as infecções não paravam e a imunidade estava muito baixa. Até que final de julho, em uma tomografia, foi constatado múltiplos nódulos no pulmão esquerdo. A partir dai comecei uma novena, pois tinha muita, muita fé de que meu pai se curaria e e que faria assim a tão sonhada reversão. Mas, depois que as metástases foram para o pulmão, ele começou a perder muito peso e não aguentou mais fazer quimioterapia.
 
Em um mês, meu pai ficou numa cama e não levantava mais e não conseguia comer. A dor de ver seu pai, quem sempre lutou pela família, cuidou de todos em uma cama é inexplicável, e ainda com a pior doença que conheci na minha vida. O câncer é uma doença que humilha a pessoa, a degrada, graças a Deus foram 9 meses porque meu pai não merecia sofrer mais, ele merece estar onde está nos braços de Deus pela pessoa maravilhosa que foi.
 
Me dói não ter ele aqui, meu filho de 5 anos sempre me pergunta quando o vovô que ele tanto ama voltará para a terra, queria que no natal ele viesse nos visitar. Quem dera essa sonho dele pudesse virar realidade.
 
Te amo pai.