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  • Alessandra - Câncer de Pâncreas
    O cancêr destruiu a nossa vida para sempre
Hoje fazem exatamente 41 dias que meu amor partiu desta vida e me deixou com uma profunda dor que só quem passa por isso sabe do que estou falando... nada e nem ninguém preenche este vazio e esta solidão.
 
Ele faleceu no dia 19 de abril de 2016, mas seu tumor foi descoberto 10 dias antes do falecimento, porque na verdade estavam tratando ele de uma cirrose desde agosto de 2015 e focaram somente na cirrose. Mesmo dizendo que a cirrose dele demoraria muito para evoluir uma média de 1,25% por ano não perceberam que ele estava só piorando e quando já passando muito mal levamos ele para o hospital onde iria realizar o transplante do figado, quando abriram o protocolo de exames,uma tomografia acusou o tumor na cabeça do pâncreas com metástase no figado.
 
Não era possível fazer mais nada e talvez, não sairia vivo daquele hospital segundo um dos médicos da equipe do transplante, que foi muito desumano comigo que estava sozinha naquele hospital e naquela cidade longe de casa. Ele me deixou sem chão porque acho que não é Deus para prever a morte de ninguém e também, não tem o direito de tirar a esperança.
 
Pedi para que ele não contasse nada ao meu marido porque já estava bem deprimido e para a minha surpresa dois dias depois, entrou no quarto com a equipe e com a maior crueldade falou para o meu marido que estava com câncer, que não faria mais o transplante o que deixou-o completamente sem chão e em uma depressão profunda querendo ir embora para casa.
 
E assim fizemos a sua vontade, naquele dia mesmo já estava em sua casa, mas ficou só um dia, porque piorou devido a encefalopatia e o internamos novamente em nossa cidade, Ele veio a falecer cinco dias depois pelas complicações da própria doença.
 
Ressalto que fizemos de tudo para reverter este quadro, mesmo os médicos dizendo que mais nada poderia ser feito. Fomos atrás da fosfoetanolamina nas redes sociais sem obter sucesso, compramos a importada e começamos a dar no dia que recebemos o diagnóstico, mas não tivemos êxito porque creio que a depressão também contribuiu.
 
Gostaria de relatar aqui o meu arrependimento, de tê-lo levado novamente para o hospital e não respeitado a vontade dele em ficar seus últimos dias em casa ao meu lado, sabendo que ele morreria do mesmo jeito. Só prolonguei o seu sofrimento com aqueles tubos e sondas por todo seu corpo no qual ele tinha tanto pavor, e no último dia, a frieza do CTI.