[TUMOR CEREBRAL] Mariana Becaro

Mariana BecaroInstituto Oncoguia - Você poderia se apresentar?

Mariana Becaro - Sou Mariana Becaro, tenho 31 anos, sou auxiliar de um plano de saúde na cidade em que moro, Rio Claro, interior do Estado de São Paulo. Sou muito ativa, tanto que praticava atividades físicas, como correr e pedalar. Adoro andar de moto, dançar! Enfim coisas que uma pessoa da minha idade adora fazer.

Instituto Oncoguia - Como foi que você descobriu que estava com câncer?

Mariana Becaro - Em abril de 2006 senti um caroço em minha cabeça, como se fosse um "galo”. Sentia muita dor de cabeça e elas eram constantes, a claridade me incomodava muito, do lado esquerdo meu olho e boca fisgavam. Foi aí então que fui a um neurologista, ele fez somente um eletroencefalograma e me disse que era um cabelo encravado. Mas as dores passaram a ser constantes e mais fortes. Procurei então uma segunda opinião, foi quando o médico pediu uma tomografia para desencargo. Foi assim então que descobri a primeira vez.

Instituto Oncoguia - Como você ficou quando recebeu o diagnóstico? O que sentiu?

Mariana Becaro - Parecia que não era comigo, a "ficha não caiu”. Sentia um vazio, um sentimento estranho e confuso, porque apesar de ser benigno, era do tipo bem agressivo e poderia deixar sequelas. (MENINGIOMA)

Instituto Oncoguia - Qual era a sua maior preocupação neste momento?

Mariana Becaro - Minha mãe e minha família. Afinal, com tantos riscos na cirurgia, se eu ficasse ali na mesa, eu mesma nem saberia, mas e as pessoas do meu convívio como iriam ficar?

Instituto Oncoguia - O que aconteceu depois disso?

Mariana Becaro - Até então seria necessária somente uma cirurgia, mas notou-se no dia da mesma que o tumor já havia tomado o osso do crânio, e assim retirou-se também. Depois dessa cirurgia, que aconteceu em 08/05/2006, fiz mais uma em 10/10/2006 para colocar a prótese de titânio. Não se fez tratamento algum. Só acompanhei mesmo durante dois anos com o médico que me operou em minha cidade, mas aí nesse meio tempo surgiu outro caroço no mesmo lugar. Fui ao médico, fiz tomografia, e ele insistia em me dizer ser um cisto sebáceo. Então tá né?! No final de 2010 comecei a sentir dor na coluna lombar na L5, achei que fosse falta de alongamentos pelas atividades que praticava, assim aumentei o tempo de alongamento e nada. Por fim tive que parar mesmo com tudo, pois as dores eram tantas que nem espirrar, tossir, ir ao banheiro, rir então era um parto. No dia 29/03/11 engasguei tomando café onde travei totalmente foi então internada e sugeriram uma biópsia, mas essa sem sucesso, pois não tinha recurso o suficiente para isso, não pegaram e nem chegaram no local certo. Encaminharam-me para um hematologista, pois acharam que eu estava com linfoma ou osteomielite. Fiz então a punção da medula e nada deu, esse hematologista me falou de um médico particular em Campinas. Pois bem, paguei a consulta e ele já de cara somente com o RX disse que se tratava de um tumor provavelmente benigno e agressivo também. Mas eu sem condições de pagar por uma nova biópsia que ele queria fazer conversei com ele e o mesmo me encaminhou para a PUC, onde fizeram uma nova biópsia, e mais uma vez sem sucesso, pois os recursos eram os mesmos que em minha cidade, na verdade precisaria de uma biópsia guiada por tomografia.

Deus me iluminou e abençoou tanto que o médico da PUC Campinas atendia no H.C São Paulo e me encaminhou ao ICESP (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo), onde lá sim tinha o recurso necessário. Então foi feita mais uma biópsia guiada por tomografia e aí sim o resultado tão esperado (HEMANGIOMA EPITELIODES). Para sair esse resultado levou uns dias. Deus me tocou de novo, contei minha história passada do crânio a eles, e fiz uma tomografia de crânio. Nesse meio tempo me chamaram para conversar e explicar o procedimento que seria feito em minha coluna: uma Ablação por Radiofrequência. E foi nada mais nada menos dia 29/03/12, exatamente um ano depois de tudo. No dia de minha alta hospitalar, me aparece um neurologista no quarto, dizendo que o tumor de minha cabeça havia voltado... Nossa aí sim perdi o chão! Chorei, chorei e chorei muito, mas já não havia mais o que fazer se não operar, porque já estava grande, mais ou menos do tamanho de uma manga, e eu não tinha sintoma algum, porque não comprimia nada, já estava passando pela prótese. Em 22/05/2012 fiz a tal cirurgia, retirei a prótese e substitui por outra. Retirou-se também todo o seio sagital, pois já estava todo entupido pelo tumor sem função alguma, coisa que para mim foi uma vantagem, pois se ele estivesse com suas funções normais, ficaria com sérias sequelas. Me recuperei e quando estava prestes a começar a Radioterapia em 03/08/2012, surgiu uma infecção de uma ferida operatória que não havia fechado. Lá vou eu mais uma vez para cirurgia, foi então removida a prótese e toda a infecção. Aí sim comecei as sessões de Rádio em 19/09/2012, foram 28 sessões, terminei em 31/10/2012. Com tudo em perfeita ordem e tempo, em 17/04/2013 fiz a cirurgia da colocação da prótese. E hoje estou aqui para honra e glória do nosso Senhor Jesus Cristo! Ah e uma observação: no meio disso tudo meu namorado me deixou e "os amigos” nunca mais me procuraram, mas hoje creio que são nessas horas que sabemos quem é quem! E quem tiver de ficar vai ficar nos momentos bons ou ruins, pois esses sim merecem fazer parte de nossa vitória e comemoração!

Instituto Oncoguia - Você já terminou o tratamento?

Mariana Becaro - A meu ver já terminei, só estou no aguardo de retirar os pontos dessa última cirurgia da colocação da prótese que será agora dia 10/05/2013, e provavelmente depois disso será só acompanhamento de rotina mesmo.

Instituto Oncoguia - Em sua opinião, qual é o tratamento mais difícil?

Mariana Becaro - As cirurgias e os pós-cirúrgicos (pois causam muita dor), a ansiedade que tive em relação a minha coluna, por não saber o que tinha e se alguém iria descobrir se ia ficar boa depois disso tudo. As rádios também judiam um pouco, pois dão muitas náuseas, fadiga, cansaço, dor nas articulações. Eu não fiz quimioterapia, mas acredito que também não deve ser fácil, pelos efeitos colaterais.

Instituto Oncoguia - Você teve efeitos colaterais?

Mariana Becaro - Sim, a rádio mexeu com meu labirinto, não comia nada, e muitas vezes o que comia tinha náuseas, e quando deitava parecia estar tudo rodando.

Instituto Oncoguia - Como foi a relação com o seu médico?

Mariana Becaro - Ótima, melhor não poderia ser, sempre muito atenciosos comigo.

Instituto Oncoguia - Com que outro profissional você se relacionou?

Mariana Becaro - Neurologista, Ortopedista e Hematologista.

Instituto Oncoguia - Você fez acompanhamento psicológico?

Mariana Becaro - Só quando fiquei 18 dias internada na época da infecção, pois fui pega muito de surpresa, foi em uma consulta de rotina.

Instituto Oncoguia - E com nutricionista?

Mariana Becaro - Não.

Instituto Oncoguia - Você está em tratamento ou já finalizou?

Mariana Becaro - Como relatei antes, dia 10/05/2013 tiro os pontos, mas tenho rotinas ainda com o ortopedista a cada 3 meses e acredito que vou ter com o neurologista.

Instituto Oncoguia - Como está a sua vida hoje?

Mariana Becaro - Bem, mas ansiosa demais para voltar às minhas atividades do dia-a-dia, pois já faz dois anos que estou afastada.

Instituto Oncoguia - Conte-nos sobre seu trabalho e planos para o futuro.

Mariana Becaro - Adoro o que eu faço, não vejo o dia de voltar, rever os amigos queridos, quero fazer parte daquela equipe de novo. E o futuro... Ah esse futuro que me aguarde! Não vou dizer que pretendo fazer muita coisa diferente do que eu fazia não, mas tudo o que eu fizer será bem feito e com prazer.

Instituto Oncoguia - Que orientações você daria para alguém que está recebendo o diagnóstico de câncer hoje?

Mariana Becaro - Colocar Deus à frente de tudo, pois Ele sabe e pode todas as coisas. Ele é o Deus do impossível. E sempre que forem à consulta médica questione mesmo, pergunte tudo que tem vontade, sem medo e sempre que possível levar as perguntas anotadas para não se esquecer de absolutamente nada. Pois a conversa pode tomar outro rumo e é onde acabamos nos esquecendo das coisas, e essas podem ser as mais importantes.

Instituto Oncoguia - Qual a importância da informação durante o tratamento de um câncer?.

Mariana Becaro - Máxima. E não esquecer, nem deixar de fazer a mínima coisa que o médico te recomendar por mais boba que pareça.

Instituto Oncoguia - Você buscou se informar?De que maneira?

Mariana Becaro - Sim, a Internet e fazendo mil anotações, que levava sempre nas consultas e questionava os médicos se aquilo que estava dizendo ali estava correto mesmo. Afinal hoje em dia existem muitos sites, mas infelizmente não são todos seguros e corretos.

Instituto Oncoguia - Como você conheceu o Oncoguia?

Mariana Becaro - Facebook

Instituto Oncoguia - Você tem alguma sugestão a nos dar?

Mariana Becaro - No momento não, somente agradecer mesmo pela oportunidade que vocês me deram, de partilhar um pouco da minha vivência. Experiência de vida essa, que pode de alguma maneira dar forças a muitos que estejam passando por tudo que passei. Que Deus abençoe todos nós!
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