Tratamentos para o câncer que podem afetar a fertilidade feminina

Vários fatores podem interferir na concepção de um bebê. Um deles é o tratamento do câncer. Cada tipo de tratamento pode ter um efeito diferente nesse processo, podendo levar à infertilidade.

  • Quimioterapia

A maioria dos medicamentos quimioterápicos podem danificar os óvulos da mulher e/ou afetar a fertilidade. A intensidade desse dano dependerá da idade da mulher, dos tipos de medicamentos utilizados e doses administradas.

Os medicamentos com maior probabilidade de provocar danos aos óvulos ou infertilidade são: busulfan, carboplatina, carmustina, clorambucil, cisplatina, ciclofosfamida, dacarbazina, doxorrubicina, ifosfamida, lomustine, mecloretamina, melfalano, procarbazina e temozolamida.

Por outro lado, os medicamentos quimioterápicos com baixo risco de danificar os óvulos incluem 5-fluorouracil (5-FU), bleomicina, citarabina, dactinomicina, daunorubicina, fludarabine, gemcitabina, idarrubicina, metotrexato, vinblastina e vincristina.

Converse com seu médico sobre os medicamentos prescritos para o seu caso e quais os riscos associados com a infertilidade antes de iniciar o tratamento quimioterápico.

Quimioterapia e gravidez

A idade faz diferença. Mulheres tratadas antes dos 35 anos têm maior chance de engravidar após o tratamento. As mulheres jovens que tiveram interrupção da menstruação durante o tratamento, muitas vezes, voltam a menstruar após o término da quimioterapia.

Após a quimioterapia, a fertilidade pode ser temporária. Meninas que fizeram quimioterapia antes da puberdade ou mulheres cuja menstruação retornou após a quimioterapia têm um risco aumentado de menopausa precoce. Quando a mulher para de menstruar antes da idade habitual, em média aos 51 anos, é considerada menopausa precoce. Ela se torna infértil porque seus ovários param de produzir os hormônios femininos necessários para a fertilidade (estrogênio e progesterona).

Menstruação nem sempre significa fertilidade. Mesmo que a menstruação volte após o término do tratamento, sua fertilidade pode ser incerta. Normalmente, alguns óvulos são destruídos durante o tratamento da doença. É necessário consultar um especialista em fertilidade para ajudá-la a descobrir se você ainda permanece fértil.

Evitar a gravidez durante a quimioterapia. Muitos medicamentos quimioterápicos podem prejudicar o desenvolvimento do feto, provocando defeitos congênitos ou outras alterações.  Como algumas mulheres podem continuar férteis durante alguns tipos de químio, é importante usar um método contraceptivo  eficaz durante todo o tratamento.

A químio pode prejudicar o bebê se a gravidez ocorrer logo após o tratamento. Recomenda-se que a mulher não engravide dentro dos 6 primeiros meses após o término da químio, pois os medicamentos podem ter danificado os óvulos que estavam em maturação. Se um óvulo danificado for fecundado, o embrião pode ser abortado espontaneamente ou se desenvolver com problemas genéticos. Converse com seu médico sobre o assunto antes de tentar engravidar.

  • Terapia-alvo e imunoterapia

As terapias alvo atacam as células cancerígenas de forma diferente dos medicamentos quimioterápicos convencionais. O uso destes medicamentos aumentou bastante nos últimos anos, mas ainda não se sabe muito sobre seus efeitos sobre a fertilidade ou outros problemas durante a gravidez. O bevacizumab é uma exceção, já que alguns estudos mostraram que este medicamento pode provocar insuficiência ovariana, sendo que os ovários de algumas mulheres nunca se recuperam.

Algumas terapias alvo (talidomida e lenalidomida) têm um risco tão elevado de causar defeitos congênitos que as mulheres são orientadas a usar dois tipos eficazes de contraceptivos durante o tratamento com esses medicamentos.

Outro grupo de medicamentos são os inibidores da tirosinaquinase, como o imatinibe, que podem provocar malformações no feto. Recomenda-se as que mulheres que forem iniciar tratamento com inibidores de tirosinaquinase conversem com seus médicos antes de engravidar.

  • Transplante de células tronco

O transplante de células tronco geralmente envolve altas doses de quimioterapia e, às vezes, radioterapia de corpo inteiro. Na maioria dos casos, este procedimento pode interromper permanentemente a ovulação. Converse com seu médico sobre esse risco antes de iniciar o tratamento.

  • Radioterapia

O tratamento radioterápico utiliza radiações ionizantes para destruir ou inibir o crescimento das células cancerígenas. Entretanto, esse procedimento também pode danificar os ovários de uma mulher. Doses elevadas de radiação, no abdome ou pelve, podem destruir alguns ou todos os óvulos, provocando infertilidade ou menopausa precoce.

A irradiação do útero pode provocar cicatrizes, limitando a flexibilidade e o fluxo de sangue. Isso pode limitar o crescimento e expansão do útero durante a gravidez, aumentando assim o risco de aborto e nascimentos de bebês prematuros.

Às vezes a irradiação do cérebro afeta a glândula pituitária, que está relacionada com a produção de hormônios pelo ovário. Isso pode, dependendo do alvo e da dose de radiação, afetar a fertilidade.

Converse com seu médico sobre o momento adequado para engravidar após o término do tratamento radioterápico.

  • Cirurgia

O tratamento cirúrgico em determinados órgãos do sistema reprodutor feminino pode provocar infertilidade. A histerectomia, cirurgia para remoção do útero, é parte do tratamento para alguns tipos de câncer. Uma vez que o útero é removido, a mulher não pode mais gerar uma criança.

Os ovários, também, podem ser removidos (ooforectomia), junto com o útero. Sem os ovários, a mulher não pode engravidar, porque não tem mais produção de óvulos. Em algumas mulheres com câncer de ovário em estágio inicial, o cirurgião tentará, se possível, preservar um dos ovários, para manter os óvulos, o que deve permitir que a mulher engravide. Por outro lado, manter pelo menos um ovário preserva os hormônios que impedem os sintomas da menopausa, como ondas de calor e secura vaginal.

Algumas mulheres com câncer de colo do útero inicial podem fazer a traquelectomia, que consiste na retirada do colo do útero, preservando o corpo do útero, permitindo que a mulher possa engravidar.

Às vezes, a cirurgia pode provocar cicatrizes, que bloqueiam as trompas, impossibilitando que os espermatozoides alcancem os óvulos e sejam fecundados.

  • Outros tratamentos

A hormonioterapia utilizada no tratamento do câncer de mama ou outros tipos de câncer pode afetar a capacidade de uma mulher de ter filhos. O efeito deste e de alguns outros tratamentos sobre a fertilidade e a gravidez ainda é desconhecida. Converse com seu médico sobre seu tratamento e quaisquer possíveis efeitos colaterais relacionados com a fertilidade.

Fonte: American Cancer Society (28/06/2017)

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