Quimioterapia para retinoblastoma

A quimioterapia utiliza medicamentos anticancerígenos para destruir as células tumorais e pode ser administrada de diversas maneiras no tratamento do retinoblastoma.

Quimioterapia sistêmica

Os quimioterápicos são injetados na veia (IV) ou administrados por via oral. Os fármacos entram na corrente sanguínea e atingem todo o corpo.

A quimioterapia é administrada em ciclos, com cada período de tratamento seguido por um período de descanso, para permitir que o corpo possa se recuperar. Cada ciclo de quimioterapia dura, em geral, algumas semanas.

Os medicamentos quimioterápicos comumente usados no tratamento do retinoblastoma incluem: carboplatina, cisplatina, vincristina, etoposídeo, ciclofosfamida, topotecano e doxorrubicina.

Na maioria dos casos, dois ou três medicamentos podem ser administrados ao mesmo tempo. Uma combinação padrão é carboplatina, vincristina e etoposido, embora para tumores muito pequenos, apenas carboplatina e vincristina possam ser suficientes. Outros medicamentos podem ser usados ​​se esses não forem eficazes.

Quimioterapia intra-arterial

É uma abordagem mais recente que consiste em injetar a químio diretamente na artéria oftálmica, que fornece sangue ao olho. Nesta técnica, um cateter muito fino é inserido numa artéria de grosso calibre no interior da coxa e lentamente enfiado através dos vasos sanguíneos por todo o caminho até a artéria oftálmica. A quimioterapia é, então, infundida por dentro da artéria. O medicamento utilizado com maior frequência é o melfalano, mas podem ser usados outros quimioterápicos, como carboplatina e topotecano.

Como a químio é injetada diretamente no interior da artéria que nutre o olho, pode ser administrada doses muito menores de medicamentos, por conseguinte, os efeitos colaterais também são menores.  

Os primeiros resultados desta técnica em tumores avançados têm sido promissores, com bom controle do tumor e poucos efeitos colaterais e, na maioria dos casos, tem permitido a preservação do olho que de outra forma teria de ser removido.

Quimioterapia intravítrea

Nesta nova abordagem a quimioterapia é administrada diretamente no humor vítreo, a substância gelatinosa dentro do olho. Às vezes, é usado e administrado junto com a quimioterapia sistêmica ou intra-arterial no tratamento de tumores disseminados no olho e que não responderam a outros tratamentos.

Usos da quimioterapia

A quimioterapia pode ser utilizada em diferentes situações:

  • Como primeiro tratamento para diminuir alguns tumores que não se disseminaram (quimiorredução). Estes tumores podem ser tratados de forma mais eficaz com as terapias focais, como laserterapia, crioterapia ou braquiterapia.
  • A quimioterapia sistêmica pode ser administrada em crianças cujos tumores não parecem ter se disseminado para além do olho, mas que podem se disseminar devido ao tamanho ou localização do tumor.
  • Às vezes é realizada quando o olho já foi removido, mas o tumor tinha se espalhado para algumas áreas além do olho, o que torna mais provável a disseminação da doença (quimioterapia adjuvante).
  • A quimioterapia sistêmica também é usada para tratar crianças cujo retinoblastoma se disseminou para além do olho. Se a doença se disseminou para o cérebro, a químio pode ser administrada diretamente no líquido cefalorraquidiano (quimioterapia intratecal). Os tumores fora do olho podem reduzir temporariamente com doses padrão de quimioterapia, mas geralmente voltam a crescer. Por essa razão, os médicos muitas vezes preferem administrar uma químio mais intensa, geralmente junto com o transplante de medula óssea.

Possíveis efeitos colaterais

Quimioterapia sistêmica. Os medicamentos quimioterápicos podem afetar outras células do corpo além das células cancerígenas, o que pode conduzir a efeitos colaterais que variam de acordo com o tipo de medicamento, dose administrada e tempo de tratamento. Os efeitos colaterais mais frequentes incluem perda de cabelo, feridas na boca, perda de apetite, náuseas e vômitos, diarreia ou constipação, infecções (devido à diminuição dos glóbulos brancos), hematomas ou hemorragias (devido à diminuição das plaquetas) e fadiga (devido à diminuição dos glóbulos vermelhos).

A maioria desses efeitos desaparece após o término do tratamento. Entretanto, existem muitas maneiras de diminui-los. Por exemplo, alguns medicamentos podem ser administrados para ajudar a prevenir ou reduzir náuseas e vômitos. Pergunte ao médico do seu filho sobre quaisquer efeitos colaterais específicos aos quais você deve prestar atenção e o que você deve fazer para ajudar a minimizá-los.

Alguns medicamentos podem ter efeitos colaterais específicos que não estão listados acima, por exemplo:

  • A cisplatina e a carboplatina podem provocar problemas renais. Oferecer líquido a criança  durante o tratamento pode ajudar a reduzir esse risco. Esses medicamentos também podem provocar perda auditiva em crianças pequenas, principalmente em bebês com menos de seis meses. O médico de seu filho pode verificar a audição de seu filho com testes durante e após o tratamento. Quando a carboplatina é injetada diretamente nos tecidos próximos ao olho (quimioterapia periocular), pode provocar vermelhidão e inchaço na região.
  • A vincristina pode danificar os nervos, provocando a síndrome mão e pé. Algumas crianças podem sentir formigamento e dormência.
  • Alguns medicamentos podem aumentar o risco de desenvolver leucemia mieloide aguda (LMA) mais tarde na vida. Mas isso é raro.
  • A doxorrubicina pode provocar problemas cardíacos. Esse risco aumenta com a dose total do medicamento administrado. Os médicos tentam limitar este risco o máximo possível, administrando apenas as doses recomendadas e fazendo acompanhamento da função cardíaca com ecocardiograma durante o tratamento.
  • A ciclofosfamida pode provocar problemas urinários. Este risco pode ser reduzido administrando este medicamento junto com líquidos e com o medicamento Mesna, que ajuda a proteger a bexiga.

Quimioterapia intra-arterial. Nesta abordagem são administradas doses mais baixas de quimioterapia, de modo que os efeitos colaterais tendem a se limitar à área dos olhos. Os possíveis efeitos colaterais incluem: inchaço ao redor do olho, descolamento da retina, sangramento intraocular, enfraquecimento dos músculos que movem o olho, queda da pálpebra e perda de cílios.

Quimioterapia intravítrea. Assim como na quimioterapia intra-arterial, os efeitos colaterais estão limitados ao olho e áreas próximas. Cada tratamento pode danificar, ligeiramente, a retina, o que pode afetar a visão.

Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 03/12/2018, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

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