Imunoterapia para Câncer de Pele Melanoma

A imunoterapia é o uso de medicamentos para estimular o sistema imunológico do paciente a reconhecer e destruir as células cancerígenas de forma mais eficaz. Vários tipos de imunoterapia podem ser utilizados no tratamento do melanoma.

Inibidores do controle imunológico

Uma função importante do sistema imunológico consiste em sua capacidade de atacar as células normais e anormais do corpo. Para fazer isso, ele usa pontos de verificação – as chamadas moléculas de controle imunológico em células imunológicas que precisam ser ativadas (ou desativadas) para iniciar uma resposta imunológica. Às vezes, as células do melanoma utilizam esses pontos de controle para evitar serem atacadas pelo sistema imunológico. Mas, os novos medicamentos que visam as proteínas que atuam sobre esses pontos de controle ajudam a restaurar a resposta do sistema imunológico contra as células do melanoma.

Inibidores de PD-1

O pembrolizumab e o nivolumab são medicamentos que têm como alvo a PD-1, uma proteína das células do sistema imunológico denominados célula T, que, normalmente, impedem estas células de atacar outras células do organismo. Ao bloquear a PD-1, esses medicamentos aumentam a resposta imunológica do organismo contra as células de melanoma. Isso muitas vezes reduz o tamanho dos tumores e aumenta a sobrevida dos pacientes.

Este medicamento é administrado por via intravenosa a cada 2 ou 3 semanas.

Os efeitos colaterais desses medicamentos podem incluir fadiga, tosse, náuseas, prurido, erupção cutânea, diminuição do apetite, constipação, dor nas articulações e diarreia.

Outros efeitos colaterais podem ocorrer com menos frequência. Esses medicamentos funcionam basicamente removendo os freios do sistema imunológico do organismo, levando-o a atacar partes saudáveis do corpo, provocando importantes efeitos nos pulmões, intestinos, fígado, glândulas secretoras de hormônios, rins ou outros órgãos.

É importante conversar imediatamente com seu médico sobre qualquer efeito colateral. Se ocorrerem efeitos colaterais importantes, o tratamento pode ser interrompido e o paciente deve receber altas doses de corticosteroides para suprimir seu sistema imunológico.

Inibidor CTLA-4

O ipilimumab é um medicamento que estimula a resposta imunológica, mas o alvo é a proteína CTLA-4, que normalmente ajuda a manter as células T sob controle. Ao bloquear a ação do CTLA-4, o ipilimumab aumenta a resposta imune do corpo contra células de melanoma.

Este medicamento é administrado como infusão intravenosa, geralmente uma vez a cada 3 semanas, em 4 ciclos de tratamento. É usado em pacientes cujos tumores não puderam ser removidos cirurgicamente ou que se disseminaram para outros órgãos. Também é usado no tratamento de melanomas menos avançados após a cirurgia (tratamento adjuvante) para diminuir o risco da recidiva.

Quando usado isoladamente, esse medicamento não reduz o tamanho dos tumores da mesma forma que os inibidores de PD-1 e tende a ter efeitos colaterais mais graves. Portanto, geralmente dos outros medicamentos é usado primeiro. Outra opção, em algumas situações, é a combinação desse medicamento com um dos inibidores de PD-1, o que poderia aumentar a chance de redução do tamanho dos tumores, comparando ao uso isolado de um inibidor de PD-1, mas isso pode aumentar o risco de efeitos colaterais.

Os efeitos colaterais mais comuns do ipilimumab incluem fadiga, diarreia, problemas na pele e coceira. Assim como com os inibidores de PD-1, esse medicamento pode levar o sistema imunológico a atacar outras partes do corpo, o que pode causar problemas nos intestinos, fígado, glândulas secretoras de hormônios, nervos, pele, olhos ou outros órgãos. Em alguns pacientes esses efeitos colaterais podem ser fatais.

É muito importante conversar com seu médico sobre qualquer efeito colateral. Se ocorrerem efeitos colaterais graves, o tratamento pode precisar ser interrompido e o paciente deve receber altas doses de corticosteroides para suprimir seu sistema imunológico.

Interleucina-2 (IL-2)

As interleucinas são proteínas no organismo que impulsionam o sistema imunológico de uma forma geral. As versões artificiais da interleucina-2 (IL-2) são algumas vezes usadas em pacientes com melanoma. Elas são administradas como infusão intravenosa, pelo menos no início do tratamento. Alguns pacientes ou cuidadores aprendem a administrar a injeção sob a pele em casa.

Melanomas avançados. A IL-2 pode reduzir os melanomas avançados quando utilizada isoladamente. Embora já não seja tão usada quanto no passado, porque os inibidores do controle imunológico são mais eficazes no tratamento do melanoma e tendem a ter menos efeitos colaterais. Mas a IL-2 pode ser uma opção se esses medicamentos não estiverem mais respondendo.

Os efeitos colaterais da IL-2 podem incluir sintomas gripais como febre, calafrios, dores, cansaço extremos, sonolência e diminuição das taxas sanguíneas. A interleucina-2, particularmente em altas doses, pode causar acúmulo de líquido no corpo, provocando inchaço. Devido a esses e outros possíveis efeitos colaterais, doses elevadas de IL-2 são administradas apenas em pacientes em regimes internados.

Para melanomas em estágio inicial. É provável que os tumores que atingiram os linfonodos próximos recidivem, mesmo que todo o câncer tenha sido removido cirurgicamente. A IL-2 pode ser injetada nos tumores (terapia intralesional) para evitar isso. Os efeitos colaterais são semelhantes, mas tendem a ser mais leves quando a IL-2 é injetada diretamente no tumor.

Ao decidir pelo uso da IL-2, os pacientes e seus médicos devem levar em conta os potenciais benefícios e efeitos colaterais deste tratamento.

Terapia do vírus oncolítico

Os vírus são um tipo de germe que podem infectar e destruir células. Alguns vírus podem ser modificados em laboratório para que infectem e destruam principalmente as células cancerígenas. Esses são conhecidos como vírus oncolíticos. Simultaneamente eles alertam o sistema imunológico para atacar as células cancerígenas.

Talimogene laherparepvec. Também conhecido como T-VEC, é um vírus oncolítico que pode ser usado para tratar melanomas ou linfonodos que não podem ser removidos cirurgicamente. O vírus é injetado diretamente nos tumores, a cada 2 semanas. Os efeitos colaterais podem incluir sintomas gripais e dor no local da injeção.

Vacina do bacilo de Calmette-Guerin (BCG)

A vacina BCG é um germe relacionado ao que causa a tuberculose. A BCG não provoca a doença em humanos, mas ativa o sistema imunológico. A BCG pode ser usada para ajudar no tratamento de melanomas em estágio III, nesses casos é injetada diretamente no tumor.

Imiquimod

O imiquimod é um medicamento que, quando aplicado como um creme, estimula a resposta imunológica local contra células do melanoma. Para melanomas estágio 0 localizados em áreas sensíveis do rosto, pode ser utilizado o creme imiquimod. Também pode ser utilizado em alguns tumores que se disseminaram na pele.

O creme deve ser aplicado 2 a 5 vezes por semana, por cerca de 3 meses. Alguns pacientes podem ter reações cutâneas severas com o uso deste medicamento. O imiquimod não é utilizado para tratar o melanoma avançado.

Tratamentos mais recentes

Alguns novos tipos de imunoterapia têm se mostrado promissores no tratamento do câncer de pele melanoma e estão sendo avaliados em estudos iniciais.

Para saber mais, consulte nosso conteúdo sobre Imunoterapia.

Para saber se o medicamento que você está usando está aprovado pela ANVISA acesse nosso conteúdo sobre Medicamentos ANVISA.

Para saber mais sobre alguns dos efeitos colaterais listados aqui e como gerenciá-los, consulte nosso conteúdo Efeitos Colaterais do Tratamento.

Texto originalmente publicado no site da American Cancer Society, em 14/08/2019, livremente traduzido e adaptado pela Equipe do Instituto Oncoguia.

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